trust me

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Lalisa Manoban

Após sair da cafeteria e fechar todas as portas eu fiquei em pé esperando o Lucas aparecer, ele iria me dar uma carona hoje, seria bom para conversarmos sobre a casa e uma pequena quantia de dinheiro que faltava. Eu havia pagado tudo, só faltava uma parte que é a última, de 250 dólares.

Encostada na parede esperando eu recebi uma ligação de um número desconhecido, estranhei mas atendi.

— Alô ? Quem é ?

— Olá Lalisa

— Quem ta falando ?

— Ah quem está falando, sou conhecido como seu pesadelo

— T.o.p

— Olha você sabe meu nome, tenho uma surpresa para você... Fala aí sua vadia

— Lisa! Meu amor por favor me ajuda!

— Jennie! O que você quer com a minha namorada seu filho da puta ?

— Calma Lisa, não se lembra da surra que você me deu ? De abraçar minha namorada ? Eu estou dando o troco

— Solta a minha namorada cara, pelo amor de Deus! Foi só um abraço

— Trilho do trem, sete horas, é melhor estar lá... Só um recado, o trem passa sete e meia... esteja lá se não ela morre

Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa ele desligou, coloquei meu celular no bolso e encostei no carro.

— E aí Lisa — Ouvi a voz de Lucas e me aproximei do carro, entrei logo depois bem rápido. — O que foi ?

— Um cara que eu tenho problemas sequestrou minha namorada, acho que ele vai colocar ela no trilho do trem as sete horas

— Está quase anoitecendo, são sete e dez Lisa!

— Quê ?! Lucas vai pro trilho do trem agora!

— Tá bom

Ele ligou o carro e saiu, eu fiquei olhando no mapa, o trilho do trem estava longe, muito longe. Nesse caminho todo eu fiquei morrendo de medo, medo de ele ter feito algo muito ruim com a Jennie. Não devia ter deixado ela sozinha por nenhum minuto. No meio do caminho eu percebi que o carro começou a perder a velocidade aos poucos, sete e vinte, meu coração quase parou quando o carro parou.

— Lucas oque houve ?!

— A gasolina acabou!

Eu suspirei e pensei, tirei o sinto e sai correndo do carro, passei por uma rua super movimentada, olhei meu relógio. Sete e vinte e cinco. Pulei um muro e do outro lado eu vi o trilho do trem, olhei por aquele caminho todo do trilho enquanto corria, vi Jennie no meio mais ou menos.

Eu corria tão rápido que era capaz de nem conseguir parar, era uma situação de vida ou morte. E a vida da minha namorada está nas minhas mãos. Vi a luz do farol do trem no túnel, cada vez mais perto. Eu pulei em cima da Jennie e consegui abraça-la puxando para fora do trilho. Só vi o trem passar.

— Lisa! — Sua boca estava tampada por alguns pedaços de fita, tirei da boca dela e ouvi seu choro, tentei secar as lágrimas que caiam de seus olhos mas ela não parava de chorar. — Li-lisa.

Desamarrei as cordas que prediam suas pernas e suas mãos, ela me abraçou tão forte que eu senti meus braços doer. Eu estava paralisada, sentia um aperto no peito de ver ela daquela forma, com sangue no rosto, os braços machucados .

— Eu estou aqui Jennie, está tudo bem, tudo bem... estou te protegendo, vou sempre te proteger, se acalme

Disse baixo fazendo carinho na cabeça dela, ouvia a respiração dela, seus olhos estavam arregalados, ela olhava pros lados como se alguém fosse aparecer, eu estava com medo, mas não quantos ela.

Eu tirei o meu casaco e cobri o corpo dela, estava frio e ela usava apenas a roupa do colégio, uma saia e uma camiseta simples. Levantei do chão e peguei ela no colo com cuidado, meu coração parecia que iria parar, sentia ele bater rápido, muito rápido.

Eu só pensava como uma pessoa poderia fazer isso, Choi Seung-hyun não é normal, é com certeza um psicopata. Eu fui andando até o hotel, com ela nos meus braços, se o T.o.p fez algo ruim com a Jennie além disso, eu vou pior com ele, muito pior.

Recebi uma ligação de Lucas dizendo que era só um problema do carro e perguntando se eu precisava de ajuda mas eu neguei, agradeçi por ele me levar ali e desliguei. T.o.p agiu em questão de horas, um momento estranho, não esperava.

Eu entrei em casa e andei com a Jennie nos meus braços ate o quarto, eu podia sentir medo, podia sentir ela tremer e podia ouvir o choro.

Coloquei ela na cama não me importando se ia molhar ou sujar o lençol. Tirei os sapatos dela, a meia e quando fui tirar sua saia ela segurou minha mão e me olhou assustada, eu suspirei e olhei para ela.

— O que foi amor ? Não irei fazer mal a você, só vou cuidar de você, confie em mim

Disse desabotoando cada botão da camisa dela olhando seus pequenos olhos, tirei aquela peça com delicadeza e coloquei em cima da cama. Fiz o mesmo com a saia, ajudei ela a ir até o banheiro e ali ajudei ela a tomar banho olhando cada marca de pancada diferente em seu corpo.

Emprestei uma roupa para ela e após pegar o secador eu olhei para trás e vi ela sentada cadeira encolhida abraçando suas pernas, coloquei o secador em cima da cama e fiquei na frente dela.

— Não vou fazer mal a você, sabe disso

— Ele tocou meu corpo Lisa! Eu estou traumatizada!

— Por que você está gritando ? Não precisa

— Eu vou para minha casa — Ela levantou e logo depois de dar o primeiro passo ela quase caiu, mas eu segurei ela, coloquei minha mão em sua lombar e a outra segurei suas pernas, peguei ela no colo. — Lisa, eu vou sozinha

— Você não consegue nem andar direito — Sai do meu quarto e andei até a porta da frente — Vou te levar, comigo você está segura

Ela não diz  nada, apenas suspira enquanto eu saio da casa, percebi que ela não quase não encostou em mim e toda vez que minha mão descia um pouco até suas nadegas ela reclamava.

Liberada pelos seguranças que ao verem Jennie pareciam que iam ter um treco nós entramos na casa e quando eu entrei vi que o pai e a mãe de Jennie estavam sentados no sofá com um policial na frente deles. Quando olharam para nós os três levantaram.

— Filha ? Lisa ?

...

My Virtual Love ( Jenlisa )Onde histórias criam vida. Descubra agora