Sapientiae

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— Esses filhos da puta!
— O que eles fizeram dessa vez?
— Você sabem... O mesmo de sempre. Mas isso cansa sabia?
— Hum... Temos que fazer algo a respeito.
— Tipo o que? Apanhar melhor? – finje uma risada.
— Eu penso em algo. – respondeu se levantando e arrasando a cadeira para mais perto do outro. – Mudando de assunto. Já pensou em fazer algo para lidar com sua tristeza?
— Como assim? – perguntou confuso.
— Kyle, eu me refiro a trocar carinho. – explicou com um tom suave – como uma namorada ou namorado, sabe? – concluiu afagando os cabelos loiros do menor.
— Por que você acha isso? – gaguejou enquanto desviava o olhar – e porque um namorado? Todo mundo já enche o saco me achando gay... – murmura enquanto começa a ficar corada.
— Se eles já te chamam de gay, que diferença faz? Beija quem você quiser e se eles reclarem.... – falar calmamente enquanto vira o rosto do menor para olha-lo nos olhos – você pegar os irmãos deles também.
— Quê?! – exclama enquanto fica ainda mais corado. — Sam, como você pode falar essas coisas tão facilmente?!
— Te incomoda? – o moreno pergunta enquanto solta o rosto do outro e se afasta um pouco.
— Não... mas eu... eu nunca vi você falando assim. –  respondeu em tom baixo.
— Você já beijou alguém? – pergunta acariciando os cabelos loiros.
     Kyle nega com a cabeça, o rosto claro ganhando um tom cada vez mais vermelho.
— Quer beijar? – sussurrou enquanto voltava a se aproximar.
     Quando o mais novo acena com a cabeça o barulho alto do sino da escola soa assustando os dois. O menor suspira enquanto se levanta do banco mas assim que que deu um passo foi segurado pelo pulso.
— O que você está fazendo? – pergunta olhando para o rapaz sentado.
— Você realmente, quer voltar pra sala de aula? – perguntou com um olhar sério.
— Temos que voltar.
— Eles não vão sentir nossa falta e se sentirem temos moral suficiente para eles deixarem passar. – sorriu.
— Mas eles vão nos achar... – murmurou inseguro.
— Não. – retrucou com um sorriso maior. – Só existem 2 chaves para esse depósito. Uma está com o zelador que faltou hoje...
— E a outra deve estar na diretoria para qualquer um pegar. – o loiro disse meio indignado.
— Para qualquer um pegar... – repetiu enquanto rodava uma pequena chave prateada no dedo.
— Quando você pegou isso?
— Quando você disse que queria um lugar pra se esconder.
— Então.... Tem que trancar a porta...
— Tranquei quando a gente entrou. – explicou puxando o outro para perto.
— Você planejou isso? – questionou inserto.
— Só a parte de ficarmos sozinhos. Você parecia cansado, achei que a pausa te faria bem. – sussurrou com um sorriso gentil.
— Você é bom de mais pra mim... – o loiro sussurrou enquanto se deixava puxar para mais perto do outro.
— Você tem que para de falar isso. Porque: primeiro... Não é verdade, e se você continuar repetindo isso eu vou acreditar. – explicou enquanto sentava o outro sobre sua perna – E segundo... eu que não sou bom o bastante para você. – concluiu acariciando o rosto do menor.
— ...Você perguntou se eu... se eu queria... beijar. – pergunta enquanto se inclina para o carinho.
     Com um sorriso, o maior se inclinou e juntou seus lábios em um selinho suave.
— Assim..? – pergunta abraçando a cintura do menor.
— Um beijo de verdade. – reclama desviando o olhar.
     Com uma falsa expressão de surpresa o mais velho moveu uma das mãos para a nuca alheia e o puxou para um beijo, a língua lentamente deslizando pelos lábios delicados antes de aprofundar o beijo. A mão afagando o quadril alheio enquanto aumentava a proximidade dos corpos.
     Quando finalmente interrompeu o beijo para deixar o outro respirar, o maior agarrou os fios loiros da nuca e inclinou a cabeça do outro antes de deslizar beijos pelo pescoço pálido.
— Assim? – pergunta entre um beijo e outro.
— Aham... – murmura ofegante.
— Quer mais alguma coisa, Kyle? – pergunta desabotoando os primeiros botões da camisa alheia.
    No loiro gaguejou um pouco antes de corar e esconder o rosto no ombro alheio. Sam ajeitou o menor no seu colo e abraçou a cintura do loiro enquanto dava um beijo na orelha alheia.
— Sam... – chamou baixo. Quando o outro respondeu uma concordância ele continuou – se eu pedir pra você dormir comigo...
— Claro.
— O que? – perguntou confuso.
— Eu durmo com você. E faço outras coisas também. – respondeu com um sorriso. – Quer ir pra minha casa?
— Tudo bem... quando a aula acabar a gent--
— Espera aqui que eu já volto. – falou enquanto se levantava e ajeitava o menor no banco aonde estavam.
— Aonde você vai? – o loiro perguntou agitado.
— Pegar nossas coisas. Eu não quero esperar até o último horário e muito menos vou fazer nesse galpão. – explicou enquanto caminhava pra porta – Pelo menos não sua primeira vez... – sussurrou antes de sair.
     Com passos calmos, o moreno caminhou até a sala e parou na porta da sala com uma expressão abatida.
— Com licença, professor. – chiu na porta com um tom baixo.
— Aonde você estava? – o homem mais velho perguntou parecendo furioso.
— O Kaleb passou mal e eu vou ter que leva-lo pra casa. Os pais dele não podem vim buscar ele. – responde com a cabeça baixa.
— Tudo bem. Pode ir. – o professor falou enquanto voltava a atenção pro quadro.
     Sam caminhou para o outro lado da sala e pegou ambas as mochilas e antes de sair da sala ele deu uma olhada no ruivo sentado no fundo da sala que estava falando algo com o amigo e rindo apontando pra ele. Com um sorriso cruel o moreno deu as costa e saiu da sala em direção na galpão dos fundos.

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