Me proteja

Capítulo 2

Beatriz

Acordo e procuro por Sérgio,mas ele provavelmemte deve ter ido embora.De repente sua voz me assusta.

-Procurando por mim?Trouxe seu café da manhã-ouço ele se aproximar da cama e eu tento alcançar a comida-Hoje eu quero cuidar de você,portanto,vou alimenta-la.

-Não me faça me sentir um bebê.

Sinto sua mão acariciando meu rosto.

-Prometo que será somente hoje.

-Tudo bem-acabo cedendo-O que preparou?

-Uma sopa,receita da minha avó.

-Sempre é receita da vovó-sorrio.

-Na verdade não,tenho uma macaronada que é receita do meu tio-diz ele me dando a primeira colher na boca.

-Gostaria de provar um dia.

-Claro.Já botou suas roupas na mala?

Abaixo a cabeça.

-Eu sei que é difícil,mas você tem que ir.Não pode viver sozinha aqui.

-Então venha algumas vezes e me ajude.

-Eu gostaria,mas não posso.Infelizmente o hospital ocupa muito o meu tempo.

-Não quero viver lá.

-Você vai acabar se acostumando,sua mãe tem toda razão.

-Porque tem que acontecer isso com ela?

-Coisas assim acontecem as pessoas que menos merecem.

-Eu penso que é mais fácil desistir de tudo.

-Não,por favor nunca mais fale assim.

-Porque?Minha mãe vai morrer,quem vai sentir falta de mim?

-Eu-ele me acaricia.

-Por favor,não faça isso.

-Porque?Não gosta de receber carinho?

-Não é isso,só que quando você me acaricia deste jeito,eu penso que quer algo mais,que não quer só amizade.

-E eu quero mais.

-Mas eu não,é melhor sermos somente amigos.

Depois disso,ele termina de me alimentar em silêncio e se levanta da cama.

-Quer ajuda com as malas.

-Pode pegá-las para mim?Estão em cima do armário.

-Claro.

Ele pega as malas e eu agradeço,começo a dobrar minhas roupas e botá-las separadas por cor,era fácil pois já estava assim no armário e eu tinha que decorar.Era difícil,mas era o único jeito de eu saber o que estava vestindo.Quando tudo está pronto vou ao banheiro e resolvo tomar um banho,eu estava precisando aliviar um pouco minha tensão.Termino o banho,visto outras roupas e vou para sala.

-Que bom que já se arrumou,peguei suas malas e acho que podemos ir.

-Tão rápido?

-Sim,seu avô já ligou algumas vezes.

-Não sabia disso,tudo bem então,vamos.Espero que não tenha ficado triste por causa do que eu falei.

-Claro que não,você tem toda razão.Vamos.

Eu estava esquecendo da minha bengala.

-Só um minuto,esqueci de uma coisa-vou para o quarto e a pego,ficava sempre em cima da mesinha do lado da cama.Volto para sala.