A MORTE SEMPRE TE ENCONTRA

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Não demorou muito para amanhecer, e a cidade acordar: crianças brincando na rua, o cheiro do almoço no fogo. Beth já estava comandando as tarefas da casa, Tonny com o que se pode chamar de dom artístico estava deixando o jardim incrivelmente deslumbrante, o jardim mais bonito daquela rua, ele se orgulhava daquilo. Conforme as horas iam passando Beth começou a estranhar que Caspin não levantava.

- Tonny, você viu se ele voltou para casa?

- Sim, vi quando chegou, estava ajeitando uns vasos, ele não me viu!

- Era muito tarde?

- Um pouco, ele subiu com uma garrafa de vinho. Deve estar de "porre" . Mais tarde deve aparecer.

- Pois bem, não vamos incomodar.

O relógio não parava, deu uma, duas, três da tarde e nada do Caspin aparecer. Isso começou a deixar a pobre Beth aflita, então ela subiu as escadas e foi até o quarto e se surpreendeu ao perceber que a porta estava encostada:

- Senhor? Senhor Caspin?

Não houve resposta.

Caspin estava sentado ao lado da cama com uma taça na mão, imóvel. Estava morto! Beth correu as escadas pedindo socorro, chorando descontroladamente.

- Tonny! Tonny! Chame a polícia! Ele está morto.

- O que? Como? O que está falando Beth?

- O senhor Caspin. Fui até o quarto dele, e ele está lá, sentado , morto Tonny. Morto!

Tonny subiu para ver com seus próprios olhos, não estava acreditando no que tinha ouvido. Alguns minutos depois do choque ligaram para a polícia. A vizinhança já estava de prontidão na porta quando o Delegado Morgan apareceu, o médico legista da cidade Sr.Thompson já estava no local a perícia também.

- Qual a hora da morte?

- Por volta de uma, uma e meia da manhã.

- Já sabe a causa?

- Não delegado, nenhum ferimento ou trauma aparente. Mandei uma amostra de sangue para o exame toxicológico. Já tem algum suspeito? Fiquei sabendo que o jardineiro matou a esposa.

- Eu não faço especulações Sr. Thompson, lido com provas e evidências. Todos são inocentes até que se prove o contrário.

Estavam todos sentados na sala quando o delegado Morgan desceu as escadas.

- Quero falar com todos, um de cada vez. A primeira será Sr.Beth, que encontrou o corpo. Logo em seguida falo com o Jardineiro.

Tonny e Beth se entre-olharam, com uma expressão de desconforto e tristeza.

- Precisamos avisar a pequena Lisa.- Disse Beth com voz de choro.

- Quem é Lisa? - Perguntou o delegado Morgan.

- A única filha do Sr.Caspin, ela mora em outra cidade.

- Não sabia que tinha filhos. Então, avisem depois vão a delegacia. Preciso terminar os procedimentos.

Um pouco mais de duas horas para registrarem tudo e levarem o corpo. Beth se ofereceu a fazer a limpeza do local o Sr.Caspin era muito sistemático e só ela que poderia arrumar as suas coisas, mesmo morto era uma questão de honra para a querida Beth que estava inconsolável. Era difícil acreditar que ele tinha morrido. Beth começou a limpar, a perícia já tinha levado tudo o que poderia ser considerado "prova e evidência", mas mesmo assim ela continuava analisando para ver se encontrava algo. Todo objeto que limpava lhe trazia uma recordação de tudo que viverá com o Caspin, era como se fosse irmã mais velha.

O assassinato do banqueiro CaspinOnde histórias criam vida. Descubra agora