Foi obra do destino ou mera coincidência?

capítulo um

MIKE SMITH

Ela estava ali, bem na minha frente e eu ainda não estava acreditando nisso. Ela era definitivamente a porra da mulher mais linda que eu já tinha visto... lembro como de fosse ontem a primeira vez que eu a vi...

Anos atrás...

Ela estava com uma alça da sua mochila nos ombros enquanto se atrapalhava ao tirar os livros do armário tentando não derrubar os que já estavam em sua mão. Com uma calça jeans surrada, calçando um all star preto e uma camisa preta dos Beatles. Seu cabelo loiro preso em um coque despojado com alguns fios de cabelo caídos na sua testa a deixando mais linda ainda.

Ela conseguiu dar um jeito de pegar os livros no armário sem deixar os outros caírem, mas não teve tanta sorte assim quando um garoto do time de basquete estava andando apressadamente pelo corredor e esbarrou nela, fazendo ela perder o equilíbrio e derrubar os livros no chão. Ele balbuciou um pedido de desculpas, porém não seu deu o trabalho de ajudá-la voltando a correr apressadamente até a porta de saída da escola.

Fui em sua direção, para ajudá-la e quem sabe e se tiver sorte conseguir descobrir seu nome. Ela estava distraída pegando os livros e alguns papéis no chão e nem percebeu a minha presença ou se percebeu, simplesmente não ligou.

- precisa de ajuda? - perguntei a ela. Foi então que ela focou seus olhos azuis em mim e eu cheguei a esquecer como se respira. Com um rosto fino e delicado que a deixava com um ar angelical, nariz fino e lábios pequenos, porém carnudos onde com toda a certeza eu queria prová-los e descobrir que sabor tinham.

- Como se o famoso Mike se desse o trabalho de ajudar alguém - falou ela dando ênfase no famoso fazendo aspas com as mãos.

- Sou um galinha, mas sou gentil - dei uma piscadela.

- dispenso a sua ajuda, posso fazer isso sozinha, obrigada. - disse voltando a sua tarefa de antes, porém mais concentrada e com pressa.

- posso saber seu nome? Acho que eu nunca te vi por aqui- Ela deu um suspiro e tenho quase certeza que a vi revirar os olhos.

- Você está muito ocupado passando seu tempo se achando o rei da escola que nem repara nas pessoas ao seu redor. E não, eu não vou te dizer meu nome. - disse se levantando e ajeitando as suas coisas nas mãos e a mochila nos ombros enquanto caminhava.

- Ah, qual é gata, é só me dizer seu nome não vai te custar nada. - disse indo atrás dela e sendo incapaz de desistir sem ao menos saber seu nome. Ela continuou me ignorando e apressou o passo, como se eu fosse um perseguidor, o que não deixava de ser verdade nesse momento.

Andei mais rápido que ela e parei na sua frente impedindo sua passagem. Ela parou bruscamente antes de quase esbarrar em mim e me olhou com a sobrancelha franzida.

- Cara, não enche. Eu não te falar o meu nome, agora você pode fazer o favor de sair da frente?- Disse tentando se esquivar, mas para onde ela tentava ir eu estava na sua frente impedindo sua rota.

Dei um sorriso de canto, eu não iria desistir á menos que eu leve um chute no saco. Ao pensar nessa hipótese eu automaticamente me protegi, Deus me livre eu ficar sem herdeiros.

- Vamos loirinha, é só me dizer o seu nome nem vai doer.- Ela apenas me deu um olhar de tédio, como se eu fosse um completo idiota na sua frente. Quando eu ia insistir mais uma vez sou interrompido.

- Lili, o que você está fazendo parada aqui a aula já vai começar- disse uma morena baixinha, não deveria ter nem um metro e sessenta e cinco de altura. Ouvi Lili murmurar um "droga" baixinho.

- Então seu nome é Lili, hum? - encarei ela sorrindo gostando da forma que o nome dela saia pelos meu lábios.

- É o que parasse. - disse dando um suspiro. - será que vai demorar muito pra você sair da minha frente? Caso você não tenha ouvido eu estou atrasada.

Sua amiga intercaladava os olhares entre eu e Lili estava tão incrédula quanto as pessoas ao redor. Quem me conhece sabe que eu não sou de implorar, e fiquei até surpreso ao ouvir um não de uma garota. Confesso que essa foi a minha primeira vez.

- Já consegui o que eu queria. - disse saindo da frente dela abrindo passagem. - até mais Lili.

Ela nem se quer se deu o trabalho de me responder, simplesmente saiu andando e puxando a sua amiga pela mão com o braço que estava livre. Esse ano com certeza vai ser interessante...