Home Sweet Home

Vá pro inferno!

Jimin

🐥

Aqui vai um fato: uma pessoa em condições normais produz cerca de 1,1 gramas de lágrimas basais por dia. E eu Park Jimin não conseguia derramar uma lágrima si quer. 

Mesmo agora que acabei de terminar de jogar a última peça de roupa na rua, do cara que morava comigo a pelo menos dois anos.

Lee Taemin, o cara sexy dos pés a cabeça que me conquistou a primeira dança. Eu o conheci na academia de dança que estudávamos quando adolescentes, ele já era um prodígio, e eu seu fã número um. Mas foi só depois de alguns anos, quando me formei no curso de dança da belas artes e consegui um emprego numa ótima escola de dança contemporânea em Busan, que nossos destinos se entrelaçaram.

Gostaria de dizer que foi amor à segunda vista, mas na verdade convivendo com o fato que esse puto safado, não conseguiu manter seu pau dentro da meia-calça, e me traiu com um professor de teatro, chamado Choi Minho, acho que a nossa relação se baseava apenas na atração, pelo menos da parte dele. Eu nunca o trai, muito pelo contrario, meu mundo girava em torno dele.

— Jimin, querido, vamos conversar depois, quando você se acalmar, tudo bem? - Taemin, ou melhor, o puto safado me disse, enquanto recolhia suas coisas do chão do lado de fora da minha casa.

— Vá pro inferno, puto safado! -gritei a plenos pulmões batendo a porta de entrada da minha casa modesta, com um estrondo.

Lágrimas, se vocês estão ai, é melhor aparecer agora sabe, tipo uma questão de timing certo. Respirei fundo tentado aplacar o vulcão em erupção que se encontrava no meu interior, mas as benditas lágrimas ainda não apareciam.

Faziam sete anos que eu não chorava, desde que meus pais anunciaram que estavam se separando e que deixariam que eu escolhesse com quem gostaria de morar. Aquilo foi um baque pra mim. Eu, um adolescente que idealizava o amor dos pais, vendo que em certo dia, aquilo foi tudo uma grande ilusão, e ainda deveria escolher com quem morar. Era o mesmo que decidir quem eu amava mais, e eu não era capaz de fazer tal escolha, por tanto procurei a ajuda de um advogado e me emancipei, desde então morava sozinho.

Não tenho uma relação ruim com meus pais, muito pelo contrario, ainda os vejo e falo com eles regularmente, eles também me ajudaram com os custos dos meus cursos de dança, eu só não queria ter que medir o tamanho do amor que eu sentia por ambos.

Eu estava me sentindo tão mal por não demonstrar qualquer outro sentimento que não ira, que eu fui até a geladeira e peguei uma cerveja, a abri e a bebi quase de uma vez. Droga, não posso pensar em me viciar por causa daquele puto safado.

Terminei de beber e joguei a latinha no lixo, foi quando recebi uma mensagem no meu celular. Um e-mail. Era de um site de troca de casas, que eu havia me cadastrado um tempo atrás como forma de conseguir viajar de graça, sendo que minhas condições não eram as melhores. Eu ganhava pra sobreviver e gastar com meu "hobbie" que era comprar roupas lindíssimas, mas nada de valor muito exorbitante, eu apenas gostava de comprar roupas.