Ninguém te vê fazendo

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Boa leitura! 

2 — Ninguém te vê fazendo

Regulus POV

Eu estava muito ansioso naquela noite, ao sair do salão principal após terminar de jantar.

Faziam quase oito meses que eu estava vivendo aquela bagunça intensa com James, as escondidas de todos ao meu redor.

Eu nunca precisei explicar para ele que a minha família iria me matar se soubesse ou se quer desconfiasse que eu estava aos beijos com um grifinório, vivendo um romance totalmente proibido.

Isso havia feito com que eu me aproximasse muito de Sirius, e embora ele vivesse reclamando o tempo inteiro sobre eu e James estarmos juntos, era nítido para qualquer um que ele estava feliz por nós.

Sempre sorrindo e fazendo piadinhas, mas havia se aproximado de uma maneira absurda de mim, ainda que sempre eu visse ou falasse com os três da maneira mais clandestina possível, como James gostava de ressaltar.

Eu sabia o quanto ele queria não precisar viver escondido comigo, mas ao mesmo tempo, se quer tocávamos no assunto, porque ele entendia.

Provavelmente sabia o bastante sobre a família Black, para entender o porquê do meu medo. E, é claro, havia a sonserina.

Eu precisava sempre tomar muito cuidado para ninguém nos ver juntos, e não erguer suspeitas se não quisesse que a notícia chegasse em casa.

Ao mesmo tempo, já havia alguma pressão por parte dos meus pais para estar sempre perto de alguns amigos da família, e futuros seguidores de Voldemort.

Eles consideravam se tornar um Comensal uma das maiores honras permitidas a um puro sangue, e eu estava determinado a conseguir meu espaço entre as fileiras do poderoso bruxo.

Mas minha dedicação agora estava dividida, e foi impossível deixar de notar que em algumas disciplinas, eu havia perdido alguns pontos.

Ficar com James, me preocupar em esconder isso, e me esforçar para ter uma boa moral com os sonserinos estava me deixando maluco, e era difícil conseguir dormir ou estudar da maneira correta.

Ainda assim, quando me encontrava com James após o toque de recolher, todas essas preocupações deixavam de ser importantes.

Ele era incrível.

Meu irmão não mentia quando dizia isso.

Ele era estranho, de um jeito bom. Muito engraçado, e adorava falar besteiras e fazer as pessoas rirem. Era praticamente impossível ficar bravo com ele, ao mesmo tempo que era muito fácil se apaixonar perdidamente por seu sorriso.

Nesse ponto, nós dois começamos a ter briguinhas ocasionais e infantis pela escola, nos esbarrando nos corredores, caçoando um do outro em dia de partidas de quadribol e enviando bilhetinhos nos ofendendo durante as aulas.

Era delicioso esse clima, e era o tipo de coisa que ninguém percebia.

Ninguém via que nos esbarrávamos apenas para sentirmos um ao outro, que mandávamos bilhetinhos apenas para poder conversar e que nos dias de quadribol eu caçoava dele, e ele capturava o pomo por mim.

Eu estava feliz, e me sentia incrível por estar fazendo parte da turma do meu irmão, mesmo que às escondidas.

Remus sempre tinha um bom livro para indicar, e coisas inteligentes a dizer para ajudar nos estudos.

Sirius ainda vivia enchendo meu saco, mas era legal ter uma boa relação com meu irmão.

E, embora eu e James não houvéssemos jamais tido a conversa, e definido o que era aquilo entre nós, eu simplesmente amava.

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