Infinity

Capítulo Único

N/A: Olá! Essa one shot nasceu de um pedido de conteúdo Michaeng que recebi da minha amiga Hyo e que eu resolvi atender, ela também é um jeito de comemorar meu aniversário que será essa semana. Espero que gostem pois eu escrevi com muito carinho, e antes de começarem deixo aqui um aviso de gatilho para aqueles sensíveis. 

- Não! Você não pode me deixar de novo!

Os gritos de Mina ecoam pelos cômodos da casa fazendo a aura do lugar ficar ainda mais sombria. A tristeza, a dor e o desespero transbordavam em seu tom e os lamentos que acompanhavam apenas enfatizavam os sentimentos profundos da mulher.

Certamente não era uma cena fácil de se assistir para ninguém, mas para aquela quem a considerava sua alma gêmea era quase como uma sessão de tortura. Sal em uma ferida aberta. Um golpe direto em seu coração.

- Mina, me escute por favor eu...

- Não Chaeyoung! Me escute você! Você não pode quebrar sua promessa pela segunda vez! Eu... Eu não vou aguentar... - suas cordas vocais não estavam acostumadas com o volume dos gritos que já se estendiam por uma quantidade significativa de tempo, falhando cada vez mais até que tudo que saiu foi um sussurro rouco.

Mina também não suportou mais ficar de pé com suas pernas trêmulas e se deixou cair de joelhos no chão, sem se importar com a sujeira que jazia no lugar - que anos atrás dificilmente seria visto tão imundo. Os soluços faziam seu corpo tremer e o ar faltava em seus pulmões, o rosto magro estava vermelho pelo esforço. Chaeyoung se odiava por ser o motivo de tanta angústia, seu amor pela morena sempre fora profundo e conforme os anos se passaram ele aumentou cada vez mais. Entretanto, ela sabia que aquilo era necessário... Mesmo que Mina ainda não entendesse isso.

- Mina... Meu pinguim, meu amor... - Chaeyoung se ajoelha em frente a ela e faz o possível para se conter e não tentar tocá-la sabendo que aquilo apenas provocaria uma nova onda de choro - Eu preciso seguir em frente, aguentei o máximo que pude para ficar aqui com você, mas chegou a minha hora... Na verdade, ela chegou anos atrás. - Ela solta um riso sem graça - E você precisa seguir também.

- Me diga Chaeyoung, como eu posso continuar e seguir em frente sem você? Como eu posso acordar todos os dias sem ver o seu sorriso, seus olhos, sem ouvir voz... - Sua cabeça balançava em negação e as mãos passavam entre os cabelos sem conseguir encarar a outra à sua frente - Você me prometeu, lembra-se disso? Anos atrás, naquele maldito parque, você me prometeu.

- Eu sei o que prometi, não pense que eu esqueceria aquele momento assim.

As duas mergulham naquela memória que por anos foi motivo para trazer um sorriso para seus rostos.

- Pinguim! Pinguim! Vamos brincar!

Uma Chaeyoung de 9 anos gritava animadamente correndo pelo parque usando seus all-stars gastos e macacão com rasgos nos joelhos indo até outra garotinha sentada aos pés de uma grande cerejeira, ela parecia ler um livro muito grande, e na mente de Chaeyoung, muito chato também.

Desde que Chaeyoung se mudou para o lugar, quando ainda tinha 5 anos, tornou-se uma rotina para seus pais a levarem para o local todos os fins de semana até sentirem que ela podia ir sozinha. Não era um parque muito grande, tomando um pouco mais que um quarteirão, porém, era bem arborizado, com um parquinho para as crianças se divertirem e bancos que os mais velhos usavam para relaxar e conversar durante as tardes.

Como um bom bairro familiar, todos se conheciam e a maioria se dava bem, trocando gentilezas e afins. Não foi surpresa então quando 2 anos depois, a família Son se aproximou de seus novos vizinhos japoneses, os Myoui, para seguir a tradição do local e receber os novos moradores com um bom jantar.