touch me.

125 21 0
                                    

A sala de treino estava vazia, o que era motivo suficiente para que Chan se sentisse confortável para dançar tudo aquilo que não havia dançado em dias. O comeback se aproximava e tudo parecia pesado demais em suas costas; somente trabalho, trabalho e mais trabalho. Sem momentos de brincadeiras em suas pausas e nem mesmo uma dança diferente. Sempre a mesma e, por Deus, como desejava não ter responsabilidades a serem feitas. Queria se divertir, oras. Mesmo que já fosse de maior, ainda tinha em sua cabeça que brincar com os outros membros e dançar músicas que gostava melhoraria seu humor cem por cento.

Não demorou muito para que seus dedos rápidos ligassem a caixa de som com o pequeno controle e o som começasse a contagiar todo o seu corpo que em poucos segundos já estava se balançando de um lado para o outro conforme a batida ia se tornando mais precisa. Precisa o suficiente para que Dino nem prestasse atenção nos movimentos que fazia e só continuasse seguindo seu coração – ou seus pés, que juntos faziam uma ótima dupla.

Caiu de bunda no chão uma. Duas. Três vezes.

E só aí se deu conta que estava parecendo um bêbado, louquinho, como se estivesse dançando com um copo de uma bebida bem forte em mãos – o que de fato nunca tinha feito, mas parecia uma boa ideia no momento em que se encontrava.

Não tinha ingerido álcool, só estava bêbado da grande vontade e animação de dançar até que cansasse e pudesse se jogar onde tinha descanso certo. Porém, no meio de toda a brincadeira tinha que haver uma pequena seriedade envolvida – tinha aprendido isso em todos aqueles anos como trainee. Treinava suas expressões faciais e tudo o que pudesse naquele momento, tudo o que fosse de seu alcance para que não fosse apenas um tempo desperdiçado. Pensou até em criar passos para as outras músicas do álbum, porém sem o consentimento de Soonyoung seria difícil que perdesse o tempo para algo que poderia ser facilmente negado.

— Tá treinando sem mim? Poxa, Channie. — Vernon entrou dentro da sala de ensaios com a expressão cansada, assustando o mais novo. Provavelmente tinha acabado de acordar e já tinha ido direto para lá. — Estou me sentindo traído. — Disse em um tom sério, mesmo que o sorriso em seus lábios provasse que estava o contrário de bravo.

— Desculpa, hyung... Queria um tempinho pra mim. Tá difícil conseguir me animar com tanto trabalho. — Resmungou, desligando a música e se sentando no chão com dificuldade. — Tô me sentindo um velho de oitenta anos com essa dor. — Arrumou-se ali então, com seu rosto vidrado na direção do espelho, acompanhando os passos de Hansol até que ele já estivesse próximo de si.

O mais velho se abaixou atrás do corpo menor, apoiando ambas as mãos em seus ombros ao mesmo tempo em que seu rosto era colocado próximo do pescoço um tanto suado por todo o esforço que havia vindo por parte do dançarino.

Chan, cansado e completamente molenga pelo corpo começando a esfriar mais uma vez, deitou a cabeça para trás e fechou seus olhos, permitindo-se relaxar nos braços do mais velho, sentindo algo diferente de tensão corporal assim que seus músculos começaram a ser apertados naquela massagem um pouco desconcertada que Vernon se prestou a fazer.

— É hora de relaxar, Channie. Já fez demais. — Disse baixinho, sentindo o corpo alheio deitar-se um pouco mais contra o seu, o que era comum de toda vez que resolvia ajudá-lo com as dores musculares.

— Preciso de um banho, Sol. — A voz saiu em um murmúrio que logo em seguida se tornou um bocejo. Estava tão cansado que se pudesse, deitaria ali mesmo e dormiria até que alguém chegasse e o levasse de volta para o dormitório. Simplesmente não conseguia se ver indo embora sem que uma pessoa o carregasse nas costas ou algo parecido.

O Chwe, por sua vez, ajudou o coreano a se levantar em meio à diversos choramingos vindos da parte dele. Quando exausto daquela forma, o mais novo ficava ainda mais chato, manhoso e preguiçoso do que normalmente era quando normal.

O estadunidense seguiu arrastando-o até o banheiro da empresa onde comumente tomavam banho após os ensaios e, mesmo que o Lee já estivesse um pouco melhor pela simples atitude de se colocar de pé, se aproveitou da situação para ficar um pouquinho grudado no mais velho enquanto procuravam por um chuveiro limpo e onde Chan teria total privacidade.

Ou melhor, onde os dois teriam privacidade.

Era sempre daquele jeito quando tiravam um tempo para ensaiar juntos qualquer coisa que fosse possível para eles, ou quando se encontravam sozinhos após um dos dois se esforçar tanto. Chan e Hansol tinham o costume de ir até o banheiro e se ajudarem a relaxar de um dia estressante juntos, mesmo que ninguém soubesse sobre o que realmente acontecia. Era o segredinho sujo dos dois que, por mais grudados que fossem no dia a dia deles, conseguiam esconder muito bem que tinham uma relação além da que era mostrada.

O perigo de alguém acabar entrando ali e ver os dois era imenso, afinal, a vontade de terem seus corpos juntos mesmo que por poucos minutos era muito maior do que qualquer cuidado que era recomendado que tivessem para que não fossem realmente pegos e punidos de alguma forma por quem os encontrasse - se o fizessem. A melhor punição vinha de como os dedos de Hansol aos poucos pareciam mais fortes do que o normal ao apertar a cintura de Chan, já o preparando para o que viria a seguir.

O mais novo foi solto pelo americano apenas quando ele se dirigiu até o chuveiro para ligá-lo e esperar que a água quente começasse a descer. Aproveitou que estava sozinho para já se livrar das peças que cobriam seu corpo até então suado e ajudou que o outro fizesse a mesma coisa, dando fim para as peças sujas - por mais que o esforço do maior não tivesse sido o mesmo que o de Dino.

Assim que se encontraram debaixo da água do chuveiro, já era um novo momento em que estavam juntos e poderiam relaxar de uma vez por todas, do mesmo jeito que faziam sempre que tinham a oportunidade.

O beijo que fora iniciado rapidamente pelo estadunidense assim que estavam finalmente grudados, tinha um pouco de todos os sentimentos que preenchiam diariamente ambos os corpos presentes naquele banheiro. Corria uma extensa fila de amor, para que logo tivessem várias camadas de prazer e mais vontades que pareciam absurdas aos olhos de muitos, mas que eram esplêndidas aos olhos do casal.

As línguas se enroscavam uma na outra toda vez que Hansol ousava explorar a cavidade molhada de Chan e deixava-se deslizar lentamente o músculo por cada canto que já conhecia muito bem. Porém, aquela estava bem longe de ser a melhor sensação que poderiam ter juntos, afinal, as reboladas intensas que o dançarino passou a dar depois do segundo chupão que levou em sua língua trouxeram reações ainda melhores em ambos os corpos.

Nem parecia que minutos atrás ele estava tão cansado que nem para andar se levantou.

O rapper continuava fazendo questão de que seus dedos vasculhassem, curiosos, todo o corpo que estava em frente ao seu, tendo-os deslizando com mais facilidade por conta da água que escorria lentamente.

Enquanto as mãos de Vernon pareciam preocupadas demais em marcar o corpo de Dino, o segundo mencionado apenas se preocupava com o quão vermelho o pescoço do Chwe conseguiria ficar com as marcas de suas unhas e dedos. Além de rebolar intensamente contra o volume que o pau já ereto do mais velho fazia entre suas nádegas, tinha que usar suas unhas como forma de descontar o quanto ele mexia consigo em tão pouco, arranhando parcialmente seu pescoço e nuca; nada que os entregasse depois, é óbvio, ainda que a ideia de arrumar problemas fosse extremamente satisfatória e tentadora enquanto sua mente só conseguia ser dominada por pensamentos promíscuos.

O mais novo tinha aquela mania engraçada de gostar que todos em sua volta entrassem em perigo por sua causa e não era a primeira vez que se arriscava tanto apenas por uma foda que o faria relaxar. Por mais acostumado que fosse, sabia que teria algo de especial, porque sempre acabava sendo com Hansol ao seu lado.

E apesar de tudo, a companhia um do outro conseguia falar ainda mais alto do que o prazer sentido no momento. Estavam fazendo aquilo juntos e era o que realmente importava.

Então, depois de tantos beijos intensos e toques mais firmes vindos de ambas as partes, o que aconteceu era apenas mais um segredinho de Chan e Hansol que continuaria guardado entre sete chaves. Um baú dentro da cabeça dos dois que só eles poderiam ter acesso. Só a dupla tinha conhecimento dos gemidos, dos toques, dos sons dos corpos juntos.

A única coisa que era dito para todos, é que o mais novo treinava suas melhores expressões e movimentos juntamente do colega de grupo, quando os dois tinham tempo de sobra para treinarem mais.

Durante e depois do ensaio.  

Depois do ensaio [ chansol ]Onde histórias criam vida. Descubra agora