Oito

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A viagem de volta do centro de cuidados de Katie é silenciosa. Uma boa meia hora se passa antes de Louis quebrar o silêncio

– Obrigado

Olho para cima

– De nada

Louis encontra meus olhos e sorri. Fico aliviada de ver que é um sorriso de verdade

Ele parece estar voltando ao normal. Como se ele tivesse guardado Katie em algum lugar seguro, até o mês que vem, quando vai fazer tudo de novo

– S/n, escute. O que você acabou de ver.. ninguém mais sabe – Ele diz e concordo com a cabeça

– Eu não vou contar pra ninguém

– Eu sabia que não – Louis fala e sorri

– Sabe, se você quiser alguém para conversar.. – Falo ele me interrompe

– Você vai sempre ser a primeira pessoa na qual eu vou ligar – Sorrio ao ouvir aquilo, travessa

– Louis... somos melhores amigos agora?

– Parece que sim

– Bem, amigo, então deixe eu mudar meu nome no seu telefone. Cadê? – Digo e ele aponta com o polegar para trás

– Está no bolso atrás do meu assento

Me inclino e procuro pelo celular

– Quer me dar a senha do seu telefone ou consegue digitar sozinho? – Para não invadir sua privacidade, pergunto

– Um- cinco- zero- um

– Seu aniversário?

– O dela – Ele fala com uma voz triste

Uma breve pausa se segue

– Eu não sabia – A voz dele é tão baixa que eu quase não escuto ao adicionar meu número à lista de contatos

– Sabia o quê? – Pergunto

– Que ela estava dirigindo quando eu estava mandando mensagem para ela

Tento absorver a cena, Louis parecia destruído

– Louis, fale comigo

– Ela estava voltando da prova de vestido de casamento quando aconteceu. Estávamos brincando que eu ia me esconder no guarda roupa quando ela chegasse em casa. – Ele faz uma, apertando a mandíbula – Nós estávamos.. eu estava tão feliz. Achei que ela estava digitando na loja. Então ela parou de responder. Ela ligou e eu atendi

Ele apoia o cotovelo esquerdo na porta do carro e passa a mão pelo cabelo

– Fui o primeiro que respondeu. No dia antes, eu tinha mudado meu contato para "Marido". Então foi para mim que o policial ligou. O marido dela. Exceto que eu não era. Ainda não – Ele diz

Coloco a mão logo acima do joelho dele, um gesto instintivo e platônico, talvez um pouco pessoal demais

Ele cobre com a própria mão e aperta, como se estivesse agradecido pelo contato

– Você sabe.. não é sua culpa – Digo, ele ri, mas é sem humor

– Em algum nível, acho que sei disso. A parte racional do meu cérebro tenta muito convencer meu coração. Mas o coração... fala mais alto – Ele faz uma pausa e continua – Eu queria me casar com ela. Depois do acidente. Os pais dela me lembraram gentilmente que não seria certo

Ele me olha com um sorriso irônico 

– Você não pode se casar com alguém que é incapaz de consentir. Katie não teria conseguido dizer o votos. E quando escutei isso, foi quando soube que a tinha pedido. Mas não posso abandonar Katie, não vou

Alguém Como Você {Louis Partridge}Onde histórias criam vida. Descubra agora