I-Pela estrada afora

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A jovem praticamente despejava o caldo quente em sua garganta, tendo em resposta um olhar reprensivo de sua mãe. 

"O que é isso, menina? Isso la' é jeito de se comer!" Murmurou alto, cruzando os braços, a jovem tinha boa parte do rosto melecado do mingau de milho.

O homem de cabelos longos e presos a um choque suspirou alto, adentrando na cabana de madeira.

"Se apresse, o sol vai ficar forte "pediu Hiashi, vendo a filha assentir e a esposa se levantar em protesto.

"Ela não vai ir"bateu na mesa, e o homem  levou as mãos nas temporas.

"De novo não! "Ele negou com a cabeça, saindo do Comodo, indo em direção ao milharal recolher as espigas, e sendo seguido pela esposa, que tentava o convencer.

"É perigoso! Você perdeu a noção do juizo? E se...e se algo acontecer?!" An observou o marido pegar um grande cesto de palha, e entregar em seus braços, para que ela o ajudasse.

"Eu não posso ir, sabe disso"tentou acabar com o assunto, mas ela pareceu ainda mais disposta a persistir"preciso cuidar da lavoura."curvou a sobrancelha.

"Hiashi!"ela parou, largando o cesto no chão e cruzando os bracos, ele revirou os olhos.

"Que foi? Na idade dela eu cruzava aquela colina até de noite! Além do mais o caminho é seguro, tem ate um vilarejo, na minha época era só mato"ele pegou o facão da bainha.

"Isso ja faz quantos anos?! Vinte? Trinta? Muita coisa mudou, e você sabe muito bem que os híbridos estão dominando tudo...".

"Eles não estão nas colinas"revirou os olhos.

Todos sabiam o quanto híbridos eram perigosos e sanguinários, mas eles ficavam apenas no territorio deles.

Alem do mais, diziam que eles comiam seres humanos! 

"E se...alguma coisa acontecer com ela?!" A pergunta saiu cheia de intenções, e ele apenas negou, achava um exagero.

"Nada vai acontecer, An"disse de forma teimosa."E ela já é uma adulta, vai ficar bem" sorriu tentando a acalmar mas ela negou.

"Se alguma coisa acontecer com a minha filha..."

"Nossa filha"corrigiu "e você sabe que estão precisando de babosa, nao posso deixar eles na mão".

Hinata iria levar um gel Natural de babosa para o outro campo dos camponeses, recentemente haviam sido atacados e haviam muitos feridos, Hiashi sabia que era um caminho seguro e ensolarado, por isso não via perigo.

>Por Favor, Não Me Coma <

  "Aqui, coloquei alguns muffins de melaço para você ir beliscando no caminho"a mulher entregou uma cesta coberta por um pano xadrez para sua sua filha, que assentiu.

Ela tinha um olhar preocupado sobre a jovem, ja o marido estava bem tranquilo.

"É o lado esquerdo, não confunda com o direito"ele alertou"você sabe o caminho, ja fomos la antes, lembra?"ele perguntou.

"o gel esta embaixo, não perca, e não demore"a mais velha pediu.

"Sim"ela concordou segurando a cesta com força e saindo da cabana.

An pegou rapidamente o capuz vermelho, entregando para a filha.

"Pode fazer frio"a observou colocar a touca.

"Ela esta indo ate o vilarejo, e não para o norte do pais"Hiashi riu, recebendo um olhar feio da esposa. 

"É uma hora de caminhada! Nunca se sabe quando pode começar a nevar!".

Hinata observou os pais de longe, e abriu o portao da cerca, os vendo acenar.

Era um dia verde e bonito, haviam muitas flores e ate mesmo a grama era atraente.

A jovem caminhou confiante, não saia sozinha com frequência, sua mãe não gostava, por isso era sempre uma aventura andar sem que alguem estivesse por perto. 

Ela sabia o caminho, teria que ir pela trilha da floresta, que não era muito longe.

Quando chegou em uma bifurcação, se lembrou do que seu pai disse, era o lado direito, não era para confindir com o esquerdo. 

Continuou seguindo o trajeto, não andava por ali a algum tempo, por isso estava um pouco insegura

Os pinheiros eram altos e escuros, naturalmente de fato esfriou um pouco, haviam poucos passaros, na verdade tudo ali a assustava um pouco.

Continuou andando, apertando a cesta com força contra si.

Não se lembrava da mata ser tão fechada, geralmente conseguia ver tudo que havia ao redor graças a grama baixa.

E como estava demorando, parecia que ja havia andando uns 30 minutos e nada.

Escutou um som de corrego, e decidiu beber um pouco de água. 

Caminhou lentamente, empurrando o mato alto com a mão, era im terreno íngreme,  então tinha que fazer força para que os pés não tropessasem. 

Se apoiou em uma árvore, e viu o córrego, era uma pequena decida, mas com o apoio nas arvores foi facil chegar ate abaixo.

Se abaixou,  tocando a não na agua.

Gelada. 

Um som de mato movimentando a fez paralisar nervosa, olhou ao redor, mas não tinha visão nenhuma do que havia a mais de um metro de si, engoliu o seco, sentindo seu nervosismo em evidencia.

Talvez tenha sido um esquilo.

Ainda tremula, se abaixou para pegar um pouco de agua com a mão.

Estava deliciosa, sentia um leve gosto de orvalho devido a quantidade que crescia na margem.

Bebeu mais um pouco da agua cristalina, e se levantou, quando estava prestes a tentar subir, seu braço foi puxado com violência para o mato, sequer teve tempo de gritar, pois no segundo seguinte suas costas estavam encostadas na arvore, e sua boca presa por uma mão grande.

Desesperada, olhou para o homem alto, e seu medo se multipliciou por mil ao ver as orelhas dele.

Um lobo!

Ele iria a comer!

Por Favor, Não Me Coma! -SasuhinaOnde histórias criam vida. Descubra agora