BANG CHAN
December, New York.
Um ano.
Exatamente um ano e vinte dias, era quanto tempo fazia desde que vi Minho pela primeira vez naquela noite no Rockefeller Center. Eu ainda tinha a memória vivida daquele garoto todo empacotadinho em roupas de inverno, escorregando no gelo enquanto tentava ficar em pé com os patins.
Três de Dezembro, foi quando o conheci.
Ele passou a me visitar outros dias no rinque de patinação, alegando por insistência dos amigos. Nós dois sabíamos que era mais uma de suas mentiras deslavadas que ele usava de desculpa para me ver. Não que eu estivesse reclamando, obviamente.
Com o tempo, ele melhorou muito suas habilidades na patinação — não como um patinador profissional, o rapaz apenas conseguia se equilibrar e deslizar no gelo sem precisar que eu o segurasse o tempo todo. Claro que isso não me impedia de também usar aquilo de desculpa para segurar sua cintura ou arrancar alguns beijos de Minho, de vez em quando.
Por Deus, como eu estava apaixonado por aquele garoto.
Por ele e seus olhos felinos, sorriso sarcástico, risada contagiante e lábios finos extremamente beijáveis. Eu poderia tagarelar por horas sobre todas as coisas em Lee Minho que me trazem a sensação de tranquilidade e calmaria, como uma suave brisa de verão numa praia ao pôr-do-sol, a maresia suave das ondas ao fundo e o sacolejar das árvores ao vento.
Nos tornamos tão próximos um do outro, e descobri tantas coisas sobre ele. Minho foi emancipado pela tia ao passar na universidade de NYU, e desde então frequenta a faculdade de jornalismo em Manhattan. Ele também era, nada mais, nada menos do que estagiário do jornal New York Times, e toda vez que ele era responsável por alguma coluna de notícias eu era o primeiro a saber.
Aquelas pequenas coisas enchiam o meu peito de satisfação.
Ele tinha problemas com os pais que eram extremamente católicos e o expulsaram de casa ao se assumir bissexual. Por sorte, a irmã da sua mãe não deixou que ele vivesse sozinho, então passou a morar com ela antes de vir para os Estados Unidos. Ele sempre me disse que ela era uma mulher muito forte e determinada, o tipo de pessoa que você deseja se tornar um dia.
Minho também tinha os olhos repletos de saudades quando a mesma mandava fotos dela fazendo coisas bobas do dia a dia, como lavar louças ou sair para trabalhar. Ela sempre estava com os cachos ruivos desgrenhados, os olhos minúsculos e esticados escondidos sobre os óculos de lentes arredondadas e o sorriso idêntico ao do rapaz.
Também descobri que Minho era alguém extremamente inseguro, e tentava esconder essas inseguranças com grosserias gratuitas ou comentários maldosos, como um mecanismo de defesa.
Ele era viciado em filmes da Marvel, e seus personagens preferidos eram Loki e Deadpool, pois, segundo ele, gostar de heróis era clichê, mas eu sabia que Minho gostava muito do Tony Stark, o suficiente para ele jamais admitir.
O Lee tentava se mascarar como uma pessoa fria e sem coração, mas era apaixonado por animações da Disney e Pixar, e toda vez que assistíamos Frozen Dois ele chorava quando Olaf se desfazia em neve. Essa era outra coisa que, por mais que fosse óbvio, ele jamais admitiria. Ele era orgulhoso demais.
Aqueles pequenos detalhes eram coisas que faziam parte da minha rotina, e eu simplesmente amava a sensação de ter alguém como Minho na minha vida.
Nós nunca oficializamos nada, estava mais para um acordo mútuo de não precisarmos de rótulos para definir nosso relacionamento, apenas iríamos deixar fluir.
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ice skating.
Fanfictionminho não aguentava mais segurar vela para seus dois melhores amigos em seus encontros romanticamente bregas. isso até ser convidado pelo casal a visitar uma pista de patinação no gelo, onde acabou por conhecer bang chan, o instrutor de patinação co...