A Solidão (Camila Cabello/You)

capítulo 3

Dentro do bosque (que na verdade parece mais uma floresta de tão grande), depois de um tempo andando consigo encontrar um lago, então me encosto em uma árvore enquanto observo Nero beber água. Esse lugar é tão lindo e enorme, como nunca o tinha visto antes? O canto dos pássaros inundava o local, algumas árvores eram tão gigantes que pareciam tocar o céu, folhas verdes, rosas, amarelas era uma diversidade de cores, era um lugar perfeito.

Como esse dia está muito quente decido tomar um banho no lago, não prendo Nero pois sei que ele gostou da floresta e a quer conhecer e também mesmo sendo "meu" ele é um animal livre e pode ir para onde quiser, tiro toda a minha roupa e a deixo na árvore onde estava encostada, assim que entro na água gelada do lugar sinto todo o meu corpo relaxar, um banho gelado em um dia quente é a melhor coisa do mundo. Após alguns minutos meu garanhão volta um pouco agitado, olhando para mim e relinchando, eu entendo que ele viu alguma coisa, só não sei se ele quer me mostrar o que é ou quer ir embora.

Saio do lago apressada e me visto rápido. Nero se curva indicando que quer que eu suba nele e assim o faço, ele começa a galopar entrando mais na floresta, certo, ele quer me mostrar algo, depois de pouco tempo vejo uma pequena cabana, será que alguém mora aqui? Desço do meu cavalo e pego a pequena adaga que sempre deixo escondida em algum lugar da minha vestimenta, como hoje estou usando uma bota optei por deixá-la escondida nela, vou andando devagar em direção ao local, quando chego mais perto olho pela janela para ver se encontro alguém ou algo dentro do lugar, não vejo nada, na verdade não parece que alguém mora ali, já que só tem uma cama e um armário que estão com uma aparência bem velha, vou abrir a porta e Nero relincha.

Olho para ele.- Calma garoto, não tem ninguém aí dentro.- Falo.

Ele se acalma, então tento abrir a porta, não consigo, ela deve estar emperrada, com a ajuda da adaga e um pouco de prática e paciência finalmente consigo abrir a porta. Realmente ninguém mora aqui, tudo está cheio de pó e teias de aranha, mas talvez se eu der uma limpada, trocar os móveis e colocar outros isso fique com uma aparência melhor.

Viro em direção ao meu garanhão.-Bom Nero acho que esse vai ser o nosso novo lugar de descanso.- Falo e o cavalo parece animado com a ideia.

Fecho a porta da cabana e quando estou guardando minha adaga escuto um barulho de galhos quebrando, olho em direção ao som e não vejo nada, novamente em prontidão ando cautelosamente naquela direção e quando chego mais perto um coelho pula na minha frente. Solto um suspiro, isso sim foi um grande susto, jurava que estava sentindo alguém me observando.

-Vamos garoto, já chega de aventuras por hoje.- falo subindo do cavalo, partindo em direção ao reino.

Assim que chego na cidade vou em direção ao estábulo, deixo o garanhão com Derek e vou para o castelo, aceno com a cabeça para os guardas que ficam no portão, eles se curvam o abrindo, assim que entro vou direto para meu quarto, preciso de um banho para relaxar e pensar em como vou arrumar e levar o que preciso para a cabana sem que ninguém veja, pois quero que esse bosque seja o meu lugar secreto, aonde possa ir sem ter que me preocupar que alguém me ache.

Depois de ter tomado banho e vestido meu pijama vou para minha cama. Olha até rimou, já dá pra virar poeta ou compositora, deixa disso, foi só coincidência.

Enfim, já estou quase dormindo quando sinto uma rajada de vento, olho para a porta de vidro que dá para a sacada e ela está aberta, achei que já a tivesse fechado, dou de ombros e me levanto para fecha-la, quando já estou bem perto olho para o chão da sacada e vejo uma pena branca, me agacho a pego e examino. Essa pena é grande de mais para ser de um pombo ou qualquer outro pássaro, ainda agachada levanto minha cabeça olhando para frente e bem longe consigo ver uma coisa com asas muito grandes e brancas, com certo medo me levanto rápido, ainda com a pena na mão tranco a porta da sacada e fecho as cortinas, pego um saquinho de plástico daqueles que tem uma espécie de lacre e coloco a pluma dentro e a deposito na gaveta do criado-mudo. Deito novamente na cama e tento pegar no sono.