capitulo 12

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Lisandra Narrando.

Pisei em solo carioca, a diferença do tempo já é absurda, ja tô morrendo de calor, da pra andar de calça não, Paula arrasou na escolha do apartamento, sabe meu gosto mesmo, parece até que foi eu que montei.

Tenho nem palavras pra ela, é minha de fé mesmo,  ta comigo lado a lado e eu te digo, se eu chamasse ela pra ir lá, ela ia sem pensar duas vezes, quando a pessoa precisa, ela é cola junto mesmo, toma a dor pra si.

To indo lá no morro, pra poder falar com minha mãe e Amanda, desarmar logo o circo pra elas não ficarem de óculos em relação a mim, sei que vão bolar, mas é isso mesmo, bem tudo eu tenho que ficar falando na hora que acontece.

Depois é resolver minha vida, começar olhar o espaço, não é de boca e nem querendo cuspir pro alto, mas eu quero em um lugar bem localizado, pra que eu possa cobrar meu preço real.

Porque o povo é assim, adora colocar preço no trabalho dos outros, diz que fulana ali faz o mesmo trabalho e cobra mais barato, vai quem quer, vai quem pode, tudo é investimento, ficar bonita custa caro.

Dois anos e o morro não mudou nada, continua o mesmo,  falei com as vizinhas de minha mãe e entrei na avenida, empurrei o portão, como estava aberto ja fui logo entrando.

Lisandra: tem coisas que não mudam ne, dona marcia, porta aberta, cachorra dentro. — abracei ela.

Marcia: garota, você nem avisa nada que vem pra visitar nós,  ai minha filha que saudades, ta linda, linda. — beijou meu rosto, me analisando toda.

Lisandra:  eu vim pra ficar mãe, to de volta, cadê Amanda?

Marcia:  como assim e seu marido? Amanda foi fazer a unha.

Fui pra sala com mainha, sentei no sofá e contei logo, o que tinha acontecido, que ele morreu devido a um acidente de carro.

Marcia: meu Deus, a vida é assim, quando chega a hora da pessoa, é inevitável,  mas você em, como sempre decidindo tudo sozinha, nem avisou nada e agora que sua casa tá alugada?

Lisandra: envolver você e Amanda não ia adiantar de nada, deixa alugada ainda, eu estou em um apartamento.

Marcia: é tirada a autossuficiente mesmo, vai em sua avó, mãe, ta sofrendo por causa de sua prima, tem previsão de sair da cadeia não, ja negaram o haber corpus duas vezes.

Lisandra: depois vou lá, mas é assim mesmo, tem uns que da sorte pra sair rápido e outros não.

Amanda chegou, tive que contar tudo de novo, minha mãe foi fazer rabada pra comer, sabe que eu gosto muito.

Passei a tarde aqui com elas, amanda até falou do baile, mas não estou no pique, to com a mente focada em outras, só vou me tranquilizar,  quando tiver pelo menos com o espaço pra eu colocar a minha clinica.

Libertina - FINALIZADOOnde histórias criam vida. Descubra agora