"𝑷𝒆𝒓 𝒂𝒔𝒑𝒆𝒓𝒂 𝒂𝒅 𝒂𝒔𝒕𝒓𝒂"

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"Como seria o nosso encontro se não houvesse pandemia ou chuva?"

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"Como seria o nosso encontro se não houvesse pandemia ou chuva?"

Lá estava eu sentado. Apenas mexendo em meu celular enquanto esperava sua chegada, quando finalmente ouvi alguém entrando pela porta. Levanto minha cabeça, e ao ver o seu lindo rosto foi como se o mundo ao meu redor congelasse.

Você se aproximou da mesa em que eu estava sentado, porém estava muito abalado para conseguir me levantar para puxar a cadeira, como um cavalheiro deveria fazer.

Voltei a realidade apenas quando você se sentou e me cumprimentou com sua voz meiga e constantemente agitada. As únicas palavras que saíram da minha boca naquele momento, foram meus sinceros elogios, dirigidos a sua beleza que fazia eu ficar com um sorriso cada vez mais bobo.

A gente continuou nossa noite com um delicioso jantar, mas nada que superasse aquele lindo sorriso em seu rosto. Ao sairmos, do restaurante, resolvemos dar uma volta em um parque lá perto.

Ficamos lá conversando e rindo como dois adolescentes apaixonados. Enquanto andávamos eu aproximei minha mão da sua e você correspondendo ao meu simples gesto, segurou a minha mão.

A gente resolveu sentar um pouco em um banco lá perto. Eu olhei para o seu rosto com um sorriso bobo, porém sincero. Você olhou para mim também e afastou de forma graciosa uma mecha de seu lindo cabelo que estava caindo sobre seus olhos.

Eu me aproximei lentamente de seu rosto, e você repetiu o gesto e começou a fechar seus olhos...

[...]

Eu abri meus olhos, essa já é a enésima vez que visualizo essa cena em minha cabeça, a ideia de um jantar seria agradável, mas meus planos mudaram um pouco e olhando para o céu eu encontrei algo mais interessante.

O dia se fazia ensolarado, brilhante, contagiante. Um daqueles dias em que era inevitável você se sentir ao menos um pouco feliz. Mas, em contraste a tudo isso, eu não estava feliz. Ao invés disso, uma carranca se fez em meu rosto, em uma expressão desgostosa para o Sol que brilhava acima de mim. Desejando que este não estivesse ali e que os ponteiros do relógio corressem um pouco mais rápido.

Os ponteiros do colégio corriam e com eles um arco-íris surgiu cortando o céu em um arco colorido. Fechei os olhos, sentindo o coração agitado. Se eu me permitisse admirar o céu mais um pouco, minha ansiedade iria piorar. Esse céu me trazia lembranças, me fazia lembrar de você, e com isso, minha vontade de vê-la novamente. Tão vibrante e colorida como o arco-íris.

Hoje é um dia especial, e cada vez que penso nisso, minha mente é conturbada. Seria um efeito desenfreado da paixão? Ou simplesmente a adolescência? Talvez seja os dois. Mas isso não importa, em minha cabeça está tudo pronto para o nosso encontro e eu apenas rezo a Deus e aos céus que tudo dê certo.

É terça de tarde, uma música alegre e melodiosa torna o ambiente agradável que é o meu pequeno oásis: meu quarto. Neste momento, estou lutando contra a minha inimiga, a ansiedade. Tão traiçoeira quanto ela procuro ser, ocupando minha mente, para que eu possa relaxar e não pensar em você novamente. O que é realmente difícil quando o seu coração quer fazer justamente o contrário fazendo meus dedos correrem pelo papel à minha frente, ao qual eu proferi palavras doces sobre você:

"Seu meigo sorriso, minha alma acalmava
E era por isso que eu tanto te amava
Pelas estrelas, per áspera
Entre as mais belas não há quem supera"

No meio de todo esse dilema, mal percebo as estrelas começarem a pontilhar o céu, cobrindo-o com um véu escuro. Depois de um bom banho para espantar os pensamentos ruins e então vestido adequadamente, olho para o meu reflexo no espelho, e, gostando do que vejo, decido dar um tapa no ombro direito, expulsando o "diabinho" da minha consciência que martelava os meus ouvidos.

Meu foco esta noite não estava em um jantar romântico, uma sessão no cinema ou um passeio pelo parque. Mas sim, nas estrelas. Um fenômeno raro aconteceria: um encontro entre dois planetas, e como um admirador dos céus nada melhor do que desfrutar disso em uma companhia especial.

E para aproveitar a boa vontade dos céus de não apresentar nuvens e nos agraciar com uma bela vista do fenômeno e o clima agradável, cobri a grama verde com um lençol e algumas velas apenas para nos orientarmos no escuro; e posicionei o meu telescópio. O ambiente era bucólico, distante das luzes da cidade e dos burburinhos; pacífico e singelo.

Admirando a paisagem, as velas mal se derreteram e você apareceu, derretendo meu coração também por um momento. Nos cumprimentamos com sorrisos sinceros, a timidez inicial logo dando lugar a uma conversa agradável.

Um pouco mais distante de nós, Amber dedilhava os dedos no violão em uma melodia suave enquanto Dandara, Kim, Casey, Carlos, Rosa e Julio a acompanhavam no canto, a harmonia das vozes alegres preenchendo o ambiente com os versos doces da música. Ficamos aproveitando a performance de nossos amigos, rindo com o tom desafinado que se dava uma vez ou outra para depois admirar o céu, contigo se aconchegando em meu ombro. Neste momento, Júpiter e Saturno também pareciam se aconchegar no brilho um do outro.

O vento soprou, balançando os fios lisos de meus cabelos negros e dos seus, a mechas compridas deslizando pelo seu rosto meigo. Tudo era tão simples: eu, você e as estrelas.... Não se fazia necessária as palavras, porque apenas o seu olhar tímido já dizia tudo e eu retribuía com igual timidez.

Essa é a primeira vez que conhecemos nossos olhos, nossos detalhes. Desde a mania nervosa de cingir os fios por trás da orelha até as covinhas que adornam seu sorriso. Com isso, me perdi em sua presença, em tudo, até mesmo o fenômeno, que só apareceria novamente em 20 anos ou mais. Mas não tem problema, eu posso esperar mais 20 anos para ter uma desculpa de me perder em você novamente.

Meu coração batia serelepe em meu peito, querendo se aproximar do seu. Nossos dedos frios se emaranharam na grama verdejante, naturalmente, buscando calor. Nos aproximamos, com os narizes colados e olhos fechados, sentindo a respiração um do outro em uma aproximação tímida. Abrindo os olhos levemente, encarei seus lábios, ousando me aproximar em um contato mais íntimo. Você fez o mesmo e então nos beijamos, um toque quente e frio, estranho e bom, um beijo calmo e sem pressa, pois se for com você, não me importo de ir com calma para te fazer se apaixonar ainda mais por mim.

Não posso dar mais detalhes porque estava muito ocupado me derretendo em seu beijo, mas algo que eu posso dizer é que estou com medo de me viciar nisso. Me viciar em todo o seu ser.

"Estrelas desaparecem, mas eu permaneço, querida
Desejando aos céus para estar ao seu lado
Sim, eu estou ansiando para permanecer até o amanhecer, querida
Apenas para dizer isto"

FIM.

                                                  Obrigada por ler até aqui! :) ♥

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Eu, Você e as Estrelas - Capítulo ÚnicoOnde histórias criam vida. Descubra agora