Capítulo 1 - parte 2

14 2 2
                                    

Há dois tipo de medo: O que compromete á sua vida e o medo do que você é capaz de fazer.

Penas caliginosas haviam se atenuado no a soalho amadeirado do minúsculo quarto de Arí. A criatura inativa, possuía  uma respiração serena. O anjo   tinha machucados por todo o corpo. Seu rosto apresentava múltiplas contusões que logo incharia.

Arí dispôs sobre uma bancada panos limpos, um pote com água quente e manipulou um chá de ervas. A garota já havia cuidado de diversos cortes que seu tio Neloy sofrera com o abate de animais. A garota Sentou-se ao lado do anjo, analisando as partes que estavam descobertas,  começou a deslocar gentilmente o úmido pano sobre os machucados. A água límpida do pote rapidamente se converteu para um vermelho tenebroso. Arí procurou por uma tesoura em sua cesta de costura. Com á pouca claridade de luz, sem perceber, cravou o dedo em uma agulha. – merda. – resmungou levando seu indicador a boca.

Com a tesoura, Arí correu a ferramenta pelo tecido preto que revestia o peitoral do anjo. Era um corpo vigoroso e jovem, o possuído daquele torso em geral   não aparentava possui mais de 25 anos na idade humana.  Arí sentiu Seu corpo arrepiar, olhar para aquele corpo lhe mimoseou uma sensação até então nunca sentida, a vergonhar lhe abateu.  Fascinada pelo estrutural corpo, esqueceu por alguns segundos de conferir três brutais fissuras simétricas no abdômen dele.

Limpou o sangue ao redor e concluiu que precisava ser costurado. Encaixando a linha na agulha fez o procedimento cirúrgico, após fechar as lesões, os machucados regeneraram sem deixar vestígios que ali foi marcado, o que foi estranho já que o resto do corpo continuava Lesionado.

Sua testa suava, a garota estava exausta, não dormira nada na  noite conturbada, além de ter sido uma grande trabalho arrastar o corpo da entidade  desmaiado até sua casa. O Sol já anunciava sua lenta chegada, lançando seus raios pela janela e formando o nevoeiro matinal. Arwerien  sentou em um banco próximo a janela e ali desconfortavelmente adormeceu.

━━━━━━✧♛✧━━━━━━

Água despencava do céu, o mundo estava sombrio e tomado por uma negra tempestade, no horizonte um furacão se formava soltando raios em todas as direções, destruindo as plantações e desmembrando os animais e tudo que perto se aproximava. O desespero lhe invadiu, tentou correr, correr e correr mas não saía do lugar. O vendaval se aproximava ferozmente, aquele caos mais uma vez a levaria pra a morte, agoniaria a pobre garota como agoniou seus pais. Tentaria lutar:  Ela prometeu a eles. Gladiaria contra á obscura tempestade, por mais uma chance de vida, pelejaria em salvar a miserável existência indigna de felicidade. - Eu não terei medo. – Gritou para a escuridão e se dissipou como pó ao vento.

Toques gentis despertaram Arwerien do pesadelo, a garota sentia seu rosto se acariciado por mãos macias. Desunindo suas pálpebras, com a visão ainda embaçada, seu coração palpitou com a face horrorosa e inchada que lhe encarava, os grandes olhos azuis celeste ainda mais claros com a luz que entrava no quarto se destacavam. O anjo parecia examinar curiosamente a garota. Arí enrijeceu o corpo.

- Fascinante! – disse o anjo de cabelos agora totalmente preto. – Seu cabelo faz caracóis graciosos, me lembram minha mãe.

- Por favor, se afaste.

O anjo estranhou a repulsa da moça. – Você é uma humana?

- Sim.

-  Bonita Humana, mas parece ter algo de desumano.

Arwerien se sentiu ofendida.

- Era você que estava tocando no meu rosto? – perguntou de forma ríspida.

- Sim.

- Seu Perverso! Saia! Saia! do meu quarto. Tio! Tio! – começou a esgoelar-se. – Eu te ajudo e você vem e me toca assim.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Apr 09, 2021 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

O PARTILHAR DAS ASAS Onde histórias criam vida. Descubra agora