Explicacão do caso anterior

1.5K 60 6
                                    

No ano de 1961, após muitos meses de planejamento e roteirização, Arthur Duperrault, tendo atingido o ápice de uma carreira bem-sucedida e visando fugir de vez de um invernoso Wisconsin, pegou a sua esposa, Jean Duperrault (38), e os três filhos — Brian (14), René (7) e Terry Jo Duperrault (11) — para navegar até as Bahamas.

O homem alugou o Bluebelle, um iate de luxo de 18 metros de comprimento, com 2 mastros, que partiria do porto de Fort Lauderdale, na Flórida, em direção ao sonho do médico. Arthur já tinha certa experiência com barcos, mas não o suficiente para arcar com a responsabilidade de guiar toda a sua família em mar aberto. Assim, ele contatou Julian Harvey (44) , um ex-piloto de caça da Força Aérea que serviu na Segunda Guerra Mundial e na Guerra da Coreia. Considerado um herói de guerra, era um veterano no quesito embarcações, pois atuou na Marinha. A sua quinta esposa, Mary Dene (34), acompanhou-o na viagem oferecendo o seu trabalho como cozinheira da família.

Na manhã cinzenta do dia 8 de novembro de 1961, a família Duperrault subiu a bordo do charmoso Bluebelle.

As velas da embarcação se inflaram para o leste, tirando-os das águas escuras e pesadas do porto para o esverdeado mar, mirando em direção à pequena cadeia de ilhas de Bimini e adentrando naquele horizonte reluzente com mais de 700 ilhas do arquipélago das Bahamas.

Nos 4 dias que se seguiram, Julian Harvey os levou também para uma vila ao sudoeste da ilha de Great Abaco, em Sandy Point, como previsto no roteiro de Duperrault. A família desfrutou das praias de areia branca e rosa, mergulhando nos recifes e praticando esportes.

Terry Jo Duperrault não perdeu um minuto de seu tempo. Ela e Brian praticaram snorkel, caça submarina e também aproveitaram para explorar as ilhas desabitadas. Em todos os lugares por onde os Duperrault passaram, fizeram amigos com os cidadãos locais, que cozinharam para eles e encheram os seus braços com presentes que poderiam durar tanto quanto as memórias daqueles dias inesquecíveis.

No domingo do dia 12 de novembro de 1961, Arthur desceu do Bluebelle para preencher os formulários de partida das Bahamas, no escritório do comissário Roderick Pinder, com a promessa nos lábios de que eles estariam de volta antes do Natal. Na mesma noite em que rumaram de volta aos Estados Unidos, Mary Dene preparou uma refeição de caciatore de frango e salada para a família. Eles eram os indivíduos mais felizes do mundo naquele momento.

O combinado, desde o início da viagem, era de não navegar durante a noite. Todos precisavam descansar, principalmente o piloto. No entanto, especificamente naquele dia, Julian Harvey decidiu que passaria a madrugada no comando.

A família gostou da ideia de assistir ao nascer do Sol naquele horizonte bronzeado; então, resolveram fazer companhia a Julian, com exceção de Terry Jo, que estava muito cansada e decidiu descer, às 21h, para a cabine que dividia com a irmã mais nova, René.

Por volta das 23h, Terry foi acordada de repente por gritos eufóricos. A irmã não estava mais no quarto. Quando percebeu que eram de seu irmão Bryan, chamando pelo pai, a garota paralisou de medo na cama. Ela levou mais ou menos 5 minutos até que conseguisse se mexer novamente, o tempo suficiente para os barulhos ocos serem preenchidos por um silêncio aterrorizante. Ela só precisou abrir a porta e chegar à cozinha para se deparar com a mãe, com a cara voltada para o chão, e afogada em uma poça espessa do próprio sangue. Quando atingiu a cabine principal, a cena foi ainda pior: o seu pai e o seu irmão haviam sido fatiados com uma faca em várias partes do corpo.

Em choque, Terry subiu as escadas e, através da escotilha, conseguiu identificar outra piscina de sangue e uma faca caída. Julian a viu e berrou para que ela voltasse para o quarto, e assim ela o fez. Em alguns minutos, o piloto apareceu à porta de sua cabine empunhando um rifle e ficou a encarando por alguns segundos. Ela teve certeza de que morreria naquele momento, mas o homem simplesmente fechou a porta e se afastou sem dizer ou fazer nada.

Em seguida, a água fedendo a óleo invadiu o chão do quarto com profusão. Ali, ela soube que o Bluebelle estava afundando, mas demorou um tempo para se mover devido ao horror. Até que, vendo a inundação atingir o nível de seu colchão, a garota uniu forças para se arrastar em meio à água e subir as escadas de volta para o convés.

Ela perguntou a Julian, que tentava soltar um bote salva-vidas, se o barco estava afundando e ele a respondeu com um sim de maneira ríspida. O capitão desamarrou de vez o pequeno bote, subiu nele, pulou no mar e se afastou do iate em naufrágio.

Terry Jo lembrou-se da boia de cortiça que era mantida no lado direito superior da cabine principal e estava praticamente toda submersa em água. A garota subiu nela e soltou-a dos ganchos. O convés do barco afundou em uma sincronia aterrorizante, sendo absorvido pelo oceano. Terry se esforçou para se afastar da embarcação, porém uma das cordas ficou presa e a menina foi puxada para baixo da água à medida que o Bluebelle descia. Então, ela finalmente foi capaz de desprender a corda de vez, escalando de volta para dentro da boia e se encolhendo, temendo que Julian reaparecesse.

Mas ela não ouviu mais nada, apenas o último gorgolejo do belo Bluebelle.

(Gente vou fazer outro capitulo desse caso se n fica muito grande esse capitulo)

.Onde histórias criam vida. Descubra agora