Capítulo 4 - E meu pai ?

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Após Dimitri ir embora, eu subi para meu quarto e me afoguei em lágrimas. Meu coração nunca tinha se sentido tão vazio e incompleto. Será que nunca mais veria minha mãe? Eu vou ter que conviver com isso para o resto de minha vida?

Eu me titularia órfã, mas eu lembrei que tenho um pai que não conheço e muito menos eu me pareço com ele, o que dificulta se um dia o encontrar.

Se o encontrar, pensei.

Ele podia me ajudar a encontrar minha mãe. Eu sei que é uma ideia totalmente idiota, que eles não devem se ver há anos e, provavelmente, guardam mágoa um do outro, mas o que custar tentar? Se encontrar meu pai, posso conseguir encontrar minha mãe. Talvez meu pai tenha ido embora por causa de algo que ele tenha feito e nos colocou em risco. Talvez tenha se sacrificado para nos proteger. Já me ocorreu a pensar isto algumas vezes, pois minha mãe sempre nos fazia mudar de cidade a cada um ou dois anos. Algumas vezes, moramos por uns meses e depois nos mudávamos novamente para bem longe.

Então, eu preciso encontrá-lo. Preciso saber como ele é. Preciso de sua ajuda para salvar minha mãe.

Ж

Eu havia me arrumado para ir ao colégio. Ainda estava um pouco doente, mas não podia faltar aula se eu estava me sentindo melhor. Eu decido ligar para minha irmã, pego celular na escrivaninha e disco o número dela. Assim que ela atende não diz absolutamente nada.

- Jess? - chamo.

- Charlie? - diz Jess - O que aconteceu? Você está bem?

- Eu estava um pouco doente, mas já estou melhor agora e... - digo indecisa.

O que eu diria para Jess? Ela nunca aceitaria isso. Toda vez que toco no assunto sobre nosso pai, ela sempre coloca algum defeito em mim para mudar o foco da conversa

- E? - pergunta Jess após uma longa pausa. - Diz logo, Charlie.

- Olha, eu tenho que te contar uma coisa - digo dando outra pausa. - Nunca achei que isso fosse acontecer...

Fui cortada por Jess que enlouquecia do outro lado do celular.

- Aí meu Deus! Você está grávida? - Grita Jess pelo celular. - Eu sempre te falei para quando arrumar um namorado e vocês começarem se pegar com vontade, era para tomar anticoncepcional e usar proteção! - de repente sua voz muda o tom, ficando mais séria do que jamais ouvi. - É aquele Rob, não é?

Abro e fecho a boca diversas vezes, mas as palavras não saem.

- Eu sabia! Eu sabia! Eu achava que ele estava afim de mim, mas depois percebi que era por você! Não é uma escolha ruim, na verdade é das boas. Mas porque diabos você não usou os métodos que eu lhe falei para não engravidar? - faz um escândalo Jess.

- Jess! Jess! Só me escuta, está bem? - disse eu séria - Primeiro, eu não estou grávida. Segundo, nem ter algo desse tipo com Rob eu tenho. Terceiro, eu nunca beijei ninguém e muito menos vou fazer... Você sabe, agora. Quarto, eu te liguei para falar sobre outra coisa...

- Sobre o que seria essa outra coisa? - pergunta.

- Sobre a mamãe - digo.

Ouvisse o completo silêncio pelo celular, parecia que Jess havia entrado em outro colapso.

- Jess? - chamo.

O silêncio que estava do outro lado me deixou mais tensa do que já estava.

- Eu estou aqui. Diga - disse ela

A voz de Jess estava calma, o que me fez saber que ela iria pegar tudo dentro de seu dormitório e quebrar até ela achar que a raiva acabou.

- O detetive Sanders veio aqui ontem e... ele disse que vão parar com as investigações. Vasculharam toda a área e parece limpa, nenhum indício, nem vestígios de sangue. Olharam toda a área e em volta dela.

Predestinada - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora