III.

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"Ia com o Harry, ele ia deixar – me no meu apartamento, mas não sei dele" – explico – lhe enquanto me puxa para o exterior.

"Quer que a deixe lá?" – afirmo e mando mensagem ao Harry para que não se preocupe, e para quando chegar que me mande mensagem só para saber se está bem.

O frio de Londres nunca me soube tão bem como agora, sinto – me a suar e um nervoso na minha barriga após esta situação. Vou agora entrar no carro de um rapaz que será meu segurança e com o qual acabei de viver um momento um quanto constrangedor e íntimo.

Pensar no assunto só o torna mais estranho, mas vou acreditar que o whiskey fez um trajeto muito rápido no nosso corpo e desencaminhou a situação.

A quantidade de informação que já tem de mim fá-lo seguir o caminho certo até ao meu apartamento. Nunca havia tido um segurança num período de 24 horas, nunca foi necessário saberem esta minha morada. Esta conversa mental deixa-me imensamente insegura ao refletir no tamanho perigo em que o meu pai nos possa colocar.

Quando começou a saga dos seguranças e de todos os problemas morava no meu pai 24/7 por uma questão de segurança e de minimizar o espaço que deveriam fiscalizar. Com o passar do tempo optei por me mudar para o apartamento com que a minha mãe me presenteou e ter uma zona sossegada, calma para estudar, funciona como um retiro. Ainda assim passo imenso tempo em casa do meu pai, uma moradia, com piscina, todos os luxos e excentricidades que adora. Demasiado grande, demasiado espalhafatosa a meu ver.

"Chegamos" – a voz rouca ao meu lado, faz – me desviar o olhar para a entrada do prédio.

"Obrigada, Zayn "– sorrio de leve. Sinto o sono apoderar – se de mim e os pés doridos de tanto tempo nestes saltos altos.

Abandono o carro e dirijo – me a Alfred, o porteiro super simpático e jovem, o pai dele é também aqui porteiro, senhor George. São tão amáveis e prestáveis.

"Katherine" – ouço o meu nome do rapaz ainda dentro do carro. – "avise-me quando chegar ao seu apartamento por favor" – aceno que sim e sorrio-lhe.

É bom esta atenção e demonstração de preocupação, mesmo que seja a sua função e provavelmente só estará a tentar ser prestável para que comente ao meu pai.

Entro no prédio e saúdo Alfred, temos aquela conversa informal enquanto espero o elevador.

"Vais de elevador Katherine?" – Alfred comenta por saber do meu medo enorme destas caixas que sobem e descem.

Alfred é completamente diferente de Zayn, começou logo por me tratar por tu e manter uma conversa mais prática.

A postura dele é mais brincalhona e descontraída, as restantes moradoras adoram – no, pela boa disposição e prestabilidade. Alfred e Harry adoram – se, se me vier visitar já sei que os primeiros 10 minutos são na entrada do prédio a conversar com pai e filho, sobre as mais diversas coisas.

"Os meus pés abandonavam o resto do corpo se decidisse ir pelas escadas" – Alfred ri e abana a cabeça em brincadeira.

"Queres que suba? Deixo – te no teu andar e volto." – os meus olhos brilham com a ajuda dele.

"Estás a falar a sério?" – sem me respondeu, Alfred entra comigo no elevador e espera que cheguemos ao 10° andar.

Dá – me high five quando as portas se abrem e deixamos uma gargalhada encher este cubículo espelhado, um obrigada e boa noite são a última troca de palavras antes de entrar em casa.

O cheiro do meu perfume já é o normal cá de casa, tudo como deixei e no exato lugar. A lua ilumina a sala pelas enormes janelas que ocupam a parede da mesma. Deixo a minha carteira no sofá e os sapatos num cantinho ao lado, o frio do chão com a dor nos pés até que foi bastante satisfatório.

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