V.

0 0 0
                                    

"Quando eu digo algo é para cumprir, se lhe disse para se sentar á frente era para aí que devia ir, não gosto que me desobedeçam, que me ignorem inclusive." – a sua voz sai arrastada e mais rouca que o costume, talvez por estar calado durante tanto tempo.

Demoro a processar o que me acabará de dizer por ainda estar vidrada na sua beleza, e no fato preto a cair perfeitamente no seu corpo, de como a mão agarra violentamente no volante.

"Também não gosto que não me olhem ao falar comigo, se não tem interesse em ouvir o que tenho a dizer e só pergunta por maneirismos, mas valia estar calado" – o seu olhar pousa em mim severamente, e os nós dos dedos mudam de cor por conta da brutalidade ao manusear o volante.

"Não está a falar com nenhum dos seus amigos Katherine." – parece que sinto as palavras virem contra mim pela rudez nas mesmas.

Fico calada sentada no meu sítio e peço-lhe unicamente que me deixe no meu apartamento, que amanhã iria para casa do meu pai. Não me respondeu apenas alternou o trajeto.

Não falei da melhor maneira, é verdade, mas ele irritou-me de tal forma. Que mau feitio.

"Eu é que tenho mau feitio?" – a sua voz acorda-me dos meus pensamentos, pensamentos, esses que não ficaram só comigo. – "Responda-me Katherine, estou a falar consigo" – diz seco.

"Tem, tem mau feitio e não pode negar. Muda de comportamento sem mais nem menos, não me interessava e não lhe perguntava se tivesse percebido as razões para isso" – ele risse sarcástico.

"Vou repetir ..."

"Não preciso que repita, eu percebi o que disse, o que não percebo são as suas atitudes" – interrompo-o e acho que só o deixei mais chateado com a situação.

O carro para em frente ao meu prédio e tento sair rapidamente, mas a mão dele firme no meu braço causa um arrepio por mim acima, e a força que exerce obriga-me a sentar de novo.

"Não me volte a interromper Katherine, nem me vire as costas. Assim que chegar lá acima já sabe o que tem de fazer" - cospe e sacode o meu braço.

Saiu do carro e entro no átrio do prédio vazio, chamo o elevador e entro de olhos fechados.

Marco o andar ao apalpar as teclas e respiro fundo pelo stress que Zayn é e pelo stress que me causa andar de elevador.

O plim faz-se ouvir e eu saiu rapidamente, tiro a chave de casa do bolso e sinto o cheiro agradável deste meu covil.

Descalço-me e vou á cozinha comer, talvez encomende alguma coisa não me apetece cozinhar. Vasculho as gavetas à procura do panfleto de entregas das pizzas.

Ok ok já liguei 30 minutos dá para tomar um banho e pôr-me confortável.

Tomo um duche rápido e em toalha vou ao quarto buscar o pijama ... que deixei no carro de Zayn. Fogo.

Procuro o meu telemóvel e ocorre-me que ainda não lhe mandei mensagem a dizer que já estou cá em cima, ele vai matar-me. E deixei o telemóvel em casa a carregar.

Bela merda.

Tenho de me vestir rápido e ir ver se ainda está lá em baixo, da última vez não arrancou sem lhe responder então é provável que...

O som da campainha interrompe-me, corro até lá, nem o Ernest nem o pai deixam subir gente sem ligar da receção.

Abro a porta e o homem de fato preto apoio uma mão na ombreira da porta olhando para mim fixamente. Um frio enorme atravessa o meu corpo e percebo que ainda estou de toalha.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Aug 07, 2021 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Insane Tendencies Onde histórias criam vida. Descubra agora