CAPÍTULO 2

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Preciso dizer que fui o caminho inteiro até o hospital reclamando? Acho que não

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Preciso dizer que fui o caminho inteiro até o hospital reclamando? Acho que não... Laura e Lulu já estavam de ouvido doendo quando chegamos na porta da emergência.

Detesto hospital. Não me traz nenhuma lembrança boa.

Só deixei me trazerem porque realmente não estava me sentindo muito bem. Suava frio e a sensação de que iria desmaiar ficava indo e vindo. E se aqueles testes estavam mesmo certos (a esperança é a última que morre, sabe como é), havia uma vida sendo gerada dentro de mim. E isso, por si só, era totalmente apavorante.

Nunca quis ser mãe, nunca achei que pudesse engravidar e não achava nada de lindo na maternidade. Também, o exemplo que tive foi uma bosta total. Ainda posso me considerar sortuda, pois tive tia Dulce durante parte da minha vida. Acho que é somente por ela que sequer cogito a ideia de não ter esse bebê.

De rabo de olho, avisto o carro de Nico entrando no estacionamento, enquanto espero o segurança da emergência trazer uma cadeira de rodas para mim, apoiada nas minhas amigas para não cair. Torço para que o moço chegue logo, pois não quero encarar Lorenzo agora. Covarde, eu sei.

Meu desejo é atendido, e sou acomodada na cadeira. O próprio segurança me conduz para dentro do lugar, me levando diretamente para uma sala de medicação, depois de orientar Laura e Lulu a preencherem a papelada na recepção.

Fico quietinha na cadeira, observando outros pacientes serem medicados, enquanto espero que algum médico de plantão venha me avaliar. Não demora muito, uma enfermeira de expressão simpática se aproxima.

— Oi, meu bem, você é Cristina Duarte, não? — me pergunta, com um sorriso.

Apenas aceno com a cabeça em concordância. Estou me sentindo fraca até para falar, depois da explosão de raiva contra Lorenzo e dos resmungos no carro.

— Sua ficha acabou de entrar no sistema, vi que você não passou pela triagem. Vou aferir sua pressão e temperatura. Acha que consegue me dizer o que está sentindo, ou preciso chamar quem trouxe você?

Antes que eu possa tentar responder, Lulu coloca o rosto para dentro da sala, como quem está me procurando. Ao me avistar, vem em minha direção, apressada.

— Oi! Fui eu quem a trouxe, enfermeira — ela vai logo dizendo, ao ver a moça com uniforme do hospital parada ao meu lado— Ela desmaiou depois de descobrir que está grávida e...

Lulu segue relatando o que aconteceu comigo para a moça e eu me desligo da conversa, fechando os olhos. Estou me sentindo tão sonolenta.

Quando me dou conta, a enfermeira está colocando o aparelho de pressão em meu braço e aquela coisa começa a apertar horrores. Pode apostar que vou ficar com marcas roxas no braço.

— A pressão dela está muito baixa, vou levá-la para um leito e pedir para a obstetra de plantão vir avaliá-la — diz a enfermeira, sua voz agora soando preocupada.

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⏰ Última atualização: Apr 10, 2021 ⏰

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Um bebê em meu caminho (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora