Line Without a Hook

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     Poppy:

           Tronco obviamente não queria falar comigo, eu não o culpo... Mas ainda queria ajudá-lo, queria ter certeza de que estava bem. O que estou falando? Está claro que ele não está bem! Mas vou ajudá-lo a ficar! Não vou voltar para casa até encontrá-lo. Procurei primeiro no shopping, talvez ele tenha voltado... Entrei no estúdio sem bater na porta e procurei pelo garoto, em desespero. Notei um homem de cabelos brancos me olhando com uma sobrancelha levantada.

Cara Nuvem: Quer bagunçar tudo?! Ele não está aqui. E nem adianta me perguntar, eu também não sei onde ele se meteu.

      Ele cruzou os braços, sorriu e encostou na parede.

Cara Nuvem: Mas...se quiser dar uma olhada na sala dele...talvez ache alguma coisa que possa te ajudar a encontrá-lo.

            Me dirigi até a sala de Tronco. Na parede tinha pendurado: um violão, uma guitarra, uma coleção de palhetas, jornais, fotos de álbuns, fotos da família e de amigos. Em sua mesa, estava aberto seu computador. Me sentei na cadeira e olhei a página aberta, era um vídeo... O nome era "Lonely", de acordo com a data, o vídeo foi feito à algumas semanas. Talvez seja uma música nova. Mas por que ele não lançou ainda? Dei play no vídeo.

           Ah Tronco... Fechei o computador, as lágrimas vindo e deixando minha visão embaçada, me encolhi na cadeira, abracei meus joelhos e escondi a cabeça. Como não notei? Como pude não notar?!

Cara Nuvem: Ele fez essa música pouco depois dos boatos começarem a rodar. Ele sempre negava serem verdadeiros, mas quem acreditaria? Sua expressão sempre entregava, o sorriso parecia mais forçado que os outros. Eu o peguei cantando essa canção e iria publicar, mas Tronco me pediu para apenas deixar gravada no computador. "Não quero preocupar a Poppy, se ela ouvir vai saber que ando mentindo quando digo que estou bem." Foi o que me disse. Queria que você visse isso, queria que soubesse como ele estava se sentindo de verdade.

          Ainda chorando, levantei a cabeça e notei um porta retrato deitado na mesa. Que foto tinha ali que Tronco não queria deixar à mostra? A levantei e me forcei a não chorar ainda mais. Era uma foto minha e dele, quando ainda estávamos juntos. Era um foto de quando éramos felizes... Enxuguei os olhos, me levantei e me aproximei de Cara Nuvem.

Poppy: Você...tem certeza que não sabe onde ele está? Não faz nem ideia?

Cara Nuvem: Eu não sei. Me desculpe.

Poppy: Tudo bem... E-eu vou continuar procurando... Você pode ajudar? Sempre encontra ele!

Cara Nuvem: Eu até que iria, mas acho que é você quem deve encontrá-lo primeiro.

           Eu quase o soquei, ele não poderia ao menos ajudar?! Suspirei e voltei a procura. Fui em cinco bares, em sete parques, em três lanchonetes e em todos os lugares no qual íamos. Eu não sabia mais onde procurá-lo. Não fiquei surpresa quando ouvi a chamada cair na caixa de mensagem pela quinquagésima vez.

Poppy: Tronco... E-eu... Eu sinto muito... Não precisa me perdoar se não quiser mas por favor me diga onde está! Eu estou muito preocupada, não quero perder você! Apenas me dê um sinal de que está vivo... Por favor.

          Desliguei e enxuguei as lágrimas. Ao olhar para o chão, notei algumas gotas de sangue que iam para dentro de um bar. Entrei e notei que iam em direção ao banheiro masculino. Será que Tronco esteve aqui? Peguei meu celular, procurei uma foto dele e procurei o dono do bar.

Meu Melhor Amigo | Troppy HumanosOnde histórias criam vida. Descubra agora