Capítulo 1
O HOMEM DE CINZA
O frio batia em meu corpo como pregos batem nas paredes de concretos, perfurando a minha pele e deixando buracos na minha alma. Era quase meia noite. Como frequência, estava em uma esquina de uma grande metrópole brasileira. Corpo atlético e barriga bem modelada. Camisa babylook e um perfume de arrastar esquinas por um vento notável para quem espera e um inexistente para quem passa dentro de carro e olhando por rabo dos olhos.
Minha calça apertada e minha camisa chamam atenção. Quem será que vai ser o primeiro a parar?
Vejo um farol alto se aproximar e de repente para na esquina, acenando com luz baixa e alta. Notei, mas virei para outro lado. Ainda tenho medo, apesar de já está quase dois anos na rua. Mas todo dia parece ser meu primeiro dia. Aqui já vi e revi de tudo. Drogas, brigas, assassinatos e atropelamentos. Para quem não tem coragem, a rua é perigosa, e, para quem tem, a rua é uma rival contundente e com uma força inacreditável.
Não gosto de estar aqui, mas tenho de ficar. Esta é a minha identidade secreta. Prazer. Meu nome é o HOMEM DE CINZA. Por que do nome? Leia até o final que irei responder. E quando digo que vou, vou mesmo!
Parece loucura, mas sempre cumpro o que digo. Pena que a Vida não deixou mostrar, porém sobrevivi.
O carro ainda joga a luz na minha cara, agora olhei fixamente para o veículo. Desta vez não tenho como escapar, terei de verificar o que quer.
Começo a dar passos simples e vagarosos até chegar à porta direita do carro. Carro importado, branco e daqueles que possivelmente eu nunca terei. Com minha mão direita dou dois toques no vidro e ele se abaixa.
- Posso ajudar? – Eu disse com uma voz sonora e calma.
- Claro gatinho! – Respondeu o homem que estava dirigindo. Sua barriga cobria seus joelhos no carro e sua boca havia lacunas de dentes. Sem um sorriso encantador, ele me perguntou:
- Quanto é o programa?
- R$ 100,00. – Falei mais caro, porque não estava a fim de sair com um verme deste!
- Tudo bem. Monta aí!
Puxei a fechadura e entrei.
- Aonde vamos? – Perguntei com muito desânimo.
- Ao motel mais próximo e mais barato, porque você já está me custando o olho da cara. – Eu o olhei e me pareceu que ele estava mascando fumo. Um bafo deste tipo de cigarro. Agora sei o porquê dos dentes.
- Há um próximo aqui e baratinho.
- Ok.
A chegada ao motel foi rápida e eu não falei mais desde que indiquei o caminho. Entramos na garagem do quarto e desci com muita rapidez.
- Calma abestado. – Disse o indivíduo.
Estava nervoso, parecia que era inexperiente aqui, mas não era.
Entramos no quarto e amenizei a luz, coloquei um som e ele gritou:
- Pare com esta mania de bicha. Abaixe as calças e vem aqui!
Tirei minha calça e minha camisa. Fui ao seu encontro e ele já me virou de costas para ele e encostou seu membro masculino em minha pele. Estava meio mole como eu.
- Você é novo nisso rapaz? – Perguntou ele.
- Não!
- Então...
- Você está me deixando assustado.
- Quê? Acho que você não disse isso. – Ele por trás ainda, pegou o meu pescoço e virou minha cabeça para trás. – Eu estou te pagando para me dar prazer, não para ter o ego ferido. Quer saber? Você não vale R$ 100,00 reais. Ele me jogou na cama e se vestiu rapidamente. Pegou suas coisas e saiu, deixando-me para trás. Eu tive de pagar o quarto.
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O HOMEM DE CINZA
FanfictionMarcos é um rapaz descontente com a vida. Casado e com dois gêmeos tenta a sorte pelas ruas com uma identidade secreta. Róger, seu amigo de rua, decide o ajudar nesta empreitada, mas ele acabará se vendo em um caminho sem volta. O Homem de Cinza é u...