Estava fechada no meu quarto com o Liam á mais de 10 minuto e ainda nenhum de nós tivera coragem de abrir a boca para pronunciar alguma coisa. De certeza que não irei ser eu a fazê-lo primeiro. Olhei de esguelha para o rapaz que se encontrava na mesma divisão que eu. Estava sentado na cama a olhar-me. Por muito que eu o quisesse perceber, eu não consigo.
"Estou admirado contigo?"-Liam finalmente fala e eu viro-me para ele encarando-o. O que quereria ele dizer com isso? Ele não me conhece assim tão bem para ficar admirado comigo.
"Porquê?"-Sou direta nas palavras e ele sorri-me.
"Porque, bem, mandas-te as tuas amigas embora e agora estás a enfrentar-me com o teu jogo de quem é o primeiro a falar..."-Liam fala olhando-me diretamente nos olhos "Desta vez deixei-te ganhar, mas aviso-te já que eu normalmente não gosto de perder e nem de dar o braço a torcer."-Ele é frio naquilo que diz. Tão frio que sinto arrepios na minha pele.
"Eu não te estou a enfrentar nem a jogar jogo nenhum contigo."-Digo "Estou apenas a fazer exatamente aquilo que tu queres!"-Viro para a janela e ouço o riso do Liam. Ele está-se a divertir ao ver-me assim.
"Não tonta! Tu não estás a fazer aquilo que eu quero"-Sinto-o a aproximar-se de mim e parece que o meu coração se vai virar de um momento para o outro. "Tu ainda não aceitas-te a minha proposta!"-Ele diz agora ao meu lado.
"Nem irei aceitar!"-Olho diretamente para a paisagem a partir da janela e o Liam cala-se. Sinto-me aliviada pelo o seu silêncio. Acho que ele não vai desistir tão facilmente da ideia maluca de eu começar a lutar.
Sei que o Liam olha para o mesmo sítio que eu e sei que ele está calado porque está a pensar. Daria tudo para saber naquilo que ele pensa tão silenciosamente e que, do nada o fez ficar de rosto baixado para o chão.
"Tinha 12 anos quando o meu pai morreu!"-Liam diz inoportunamente sem eu estar á espera.
"O quê?"-Pergunto confusa e incrédula com a sua revelação e olho-o. Ele ainda se encontrava de olhos no chão.
"Sou o mais novo das duas irmãs que tenho, mas na altura eu sentia que devia fazer alguma coisa para ajudar a minha família superar a morte do meu pai. Era e ainda sou o único homem da família depois do meu pai se ir e eu tinha que zelar pelo bem daqueles que amo."-Liam conta-me e eu ainda sentia o meu sangue congelado.
Eu nunca me tinha percebido de tal coisa. Ele sempre me pareceu bem quando alguém falava do pai ou do resto da família.
"Só tinha 12 anos. O quê que um puto de 12 anos podia fazer? Eu mal sabia cuidar de mim, quanto mais de uma família inteira que estava dependente de mim ou menos eu achara que sim. Comecei a ser gozado na escola por não ter pai. Foi o caos! Nunca chorei em frente a ninguém. Chorava sempre sozinho, no meu quarto ou quando não conseguia conter mais as lágrimas, corria para a casa de banho da escola e chorava como um bebé."-Pela primeira vez, o Liam olhou-me. Lágrimas escorriam pela sua cara bonita, os seus olhos castanhos brilhavam pelas lágrimas e pelo sol que refletia. Limpei-lhe uma lágrima e ele afastou-se.
"Não precisas de continuar, Liam!"-Sussurro e ele olha-me.
"Mas eu quero continuar. Tu reclamas da tua vida, mas tu nunca passas-te por fome ao ponto de precisares de ir ao lixo, sempre tiveste as roupas e tudo aquilo que tu querias, tiveste um pai que te acompanhou toda a tua vida e que te ensinou a fazer coisas que só ele sabia fazer. O teu pai sempre te protegeu de tudo e o meu... o meu limitou-se a morrer e deixou-me sozinho."-Ele fala e as suas lágrimas continuam a cair pelo seu rosto.
Eu nunca pensei que ele tivesse passado por tudo isto. Realmente eu tenho tudo o que quero, e o mais importante tenho os meus pais. Liam teve de lutar para ter tudo o que tem agora.
"Liam, tu tens de te orgulhar por tudo o que construiste até agora."-Digo ajoelhando-me á sua frente.
"Inicialmente, comecei a andar com uns tipos mais velhos que lutavam e participavam em lutas. Essas lutas são proibidas e quem ganhasse recebia uma grande quantia em dinheiro porque havia apostadores que apostavam no lutador que ganhava e na primeira luta eu perdi. Fui parar ao hospital e como óbvio fiquei sem dinheiro. Eu não desisti e voltei a tentar e depois de treinar arduamente, entrei novamente em luta e dessa vez ganhei. É com o dinheiro dessas lutas que consigo manter a minha família e também pago a universidade."-Liam conta-me e eu olho-o que fungava e limpava as lágrimas ao seu casaco. Levantei-me e dei-lhe um lenço ao qual ele agradeceu com um ligeiro sorriso. Eu adorava vê-lo sorrir.
"E quando o dinheiro acaba, voltas a lutar?"-Pergunto levantando-me e sento-me na cama ao lado dele.
"Óbvio!"-Ele diz agora mais calmo.
Não acredito em tudo o que ele me contou. Eu nem quero é acreditar! Nunca conheci ninguém com uma vida conflituosa e nem vivi de perto com essa pessoa. Comparando a minha vida com a do moço sentado ao meu lado, a minha vida sempre foi um mar de rosas. Sempre tive aquilo que quis, tudo aquilo que tive direito e às vezes ainda exigia. Nunca precisei de trabalhar fosse para o que fosse e, enquanto eu tenho os meus que todos os trimestres me pagam a universidade, o Liam tem que mais uma vez pôr a sua vida em risco para conseguir pagar tudo aquilo que ele quer se quer continuar a sua formação em medicina.
Sorri e tentei demonstrar afeto por ele. Uma mão pousou na cara de Liam que, imediatamente, fechou os olhos em apreciação. Ele aproximou-se de mim, passando uma mão pelo o meu ombro descoberto pela camisola cabiada. Olhou diretamente nos meus olhos, e em segundos, os seus lábios estavam selados aos meus.
Num ato rápido, ele deita-me para trás na cama, deitando-se por cima de mim. Eu gostei. Eu estava a gostar. Eu estava a deixar-me fluir. Os seus lábios deslizavam diante os meus, eram húmidos e saborosos. Nunca me cansava de os beijar. Eu gostava de beijar o Liam e apenas nos beijámos duas vezes.
Uma mão sobe por dentro da minha blusa e eu assustei-me não estando habituada ao toque do Liam. Por muito que não estevesse habituada, eu gostei da primeira sensação. Algo me afetou o estômago. Era uma sensação esquisita e que eu nunca senti antes.
Sinto uma mão atrevida no botão das minhas calças e aí, eu decido intervir parando qualquer movimento que eu não gostasse. Puxei o Liam de cima de mim fazendo-o cair para o outro lado da cama e levantei-me bruscamente recompondo-me de imediato.
Passei as mãos pelo meu cabelo e o Liam olhava-me confuso. De certeza que pensaria que iria ter alguma coisa comigo e que eu sou a Sophia 2 que ele procura. Engana-se. Eu não sou!
"Vamos até ao bar?"
-------------------
Hi!
Peço desculpa por so publicar agora, mas tenho tido testes e as minhas notas estão horriveis.Quero agradecer á @DianaHSxx que me tem ajudado bastante na construção desta fic.
E pronto aqui está mais um capítulo. Votem dêm a vossa opinião e pronto....
Adeus!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Revelation-L.P
FanficNem tudo o que parece ser é, mas o tempo revela o verdadeiro da pessoa.