Meu Destino Imperfeito

CAPÍTULO 4

Olho para o homem sentado ao meu lado e fico admirada como o quanto ele me fez rir em algumas horas, durante anos convivendo com o Felipe nunca me senti assim, tão leve, feliz. E isso já é prova suficiente para saber que meu relacionamento não era às mil maravilhas que acreditava.

— Milzinho pelos seus pensamentos— Ele diz.

Estou encantada com a beleza dele, acho que nunca vi um homem tão bonito, ele é todo grande, acho que até em excesso. Será que tudo nele é grande? Meus Deus quando comecei a ter esses pensamentos.

— Nada demais— Respondo com a certeza de que meu rosto está completamente vermelho.

Ele me encara de uma forma que parece ler através de mim, pode parecer absurdo, mas me sinto intimidada. Não de um modo ruim, é claro. Estamos conversando a duas horas, sei que ele possui uma empresa de turismo com várias filiais pelo Brasil, tem 29 anos e é gostoso demais. Os olhos com certeza são os mais bonitos que eu já vi, e o cabelo loiro só completam o pacote.

Sei que devo estar parecendo uma idiota o encarando dessa forma e por mais que tente não consigo desviar meus olhos, parece até que um imã atrai nossos olhares. Ele parece ler meus pensamentos e sorri, e que sorriso. Tenho certeza que se não tivesse numa cama cheia de acessos nos braços eu me jogaria em cima dele sem cerimonias.

O clima se quebra quando escuto um grito agudo vindo da porta do quarto, não consigo esconder minha felicidade. Finalmente a bicha apareceu.

— Luke, que saudades— digo extremante feliz.

Ele me olha por um segundo e desvia o olhar para o Anthony que por sua vez o encara com curiosidade.

— Uau novinha, dessa vez tu arrasou, por um bofe desses até eu me jogaria na frente de um carro.

Olho para o Tony, que abre a boca em choque sem acreditar no que escutou.

— Olha o tamanho desse homem bicha, com certeza o pau deve ser de ouro.

Até tento, mas não seguro uma risada.

— Por favor Luke, para com isso. — Peço fazendo força para parar de rir.

— Olá, Luke, não é? Meu nome é Anthony, e fico muito feliz de saber que me acha tudo isso. Pegue aqui. — Ele tira um pequeno papel do bolso, acredito que um cartão de visitas— Aí tem meu número pessoal, me ligue ficarei mais do que feliz de mostrar o quanto posso ser grande.

Ele dá uma piscadinha e sai do quarto deixando a mim e ao Luke apavorados.

— Ele é gay mesmo? Porque se for eu vou investir nele, jamais deixaria um bofe desses passar.

— De verdade Luke? Eu não faço a menor ideia.

A tarde com meu amigo passou de forma divertida e rápida, nossas conversas sempre foram alegres e divertidas. Nos conhecemos na faculdade de pedagogia, ele sempre teve o sonho de ser professor de séries iniciais e eu o admiro muito por isso, infelizmente ele passou por maus bocados durante os primeiros anos, por ser gay sofreu muitas humilhações e até espancado foi.

Isso me causa uma dor tremenda, pois ele sempre esteve ao meu lado, sempre me apoiou, foi meu porto seguro, meu lar. Afinal, era para a casa dele que eu fugia toda vez que era humilhada pela Dona Cecília.
Ele tem uma forma engraçada de ser, é espontâneo por natureza e mesmo sendo um pouco excêntrico é um amor de pessoa. O considero um irmão.

— Garota, está na hora de acordar, já dormiu que chega, que coisa. Tiro a minha belíssima bunda de casa, pra ver essa sua magricela e o que ganho em troca? Uma esnobe que nem presta atenção no que eu falo. — Ele diz colocando a mão no peito.
Ele seria um ótimo ator. O maldito nem pisca durante a super crise de drama.

— Para com isso Luke. — Digo não contendo meu sorriso— Eu senti sua falta. Você não tem ideia de tudo que aconteceu aqui no hospital. Minha mãe começou a falar que a culpa era minha do Felipe ter me traído com a Carina, que eu não era bonita pra homem algum ter ao seu lado. Eu sinto humilhada Luke, onde foi que eu errei? — Minha voz começa a falhar, a garganta fechar e as lágrimas a caírem. — Quando eu errei? O que eu fiz pra ela me odiar dessa forma, eu só queria o amor dela Luke, só queria um pouco de carinho. Que ela dissesse que tem orgulho da pessoa que eu sou. Que não me olhasse com nojo toda vez que me vê. Eu sou tão desprezível a ponto dela me humilhar assim?

— CALA A SUA BOCA SOPHIA. — Ele grita — Você não tem culpa de nada entendeu? Você nunca fez nada errado, pelo contrário. Sempre foi estudiosa, teve ótimas notas, é carinhosa, amiga, sensível e gostosa pra caralho. Se eu gostasse de mulher eu iria pra cima de ti com tudo, mas graças aos bons paus não sofro desse problema. Só coloca na sua cabeça: Não existe nada de errado contigo, existe com a dondoca da sua mão. Ela é uma escrota do caralho, nojenta que só pensa em dinheiro. Que não valoriza a filha maravilhosa que tem. No fundo ela tem inveja de ti Soph. Não sofra por alguém que não merece.

Meu amigo com certeza é a melhor pessoa do mundo, e mesmo com seu jeitinho estranho ele conquista cada vez mais meu coração.

Tudo que ele disse martela na minha cabeça. Seria possível uma mãe ter inveja da própria filha. E se fosse isso, porque ela amava tanto a Carina?
São tantas perguntas e duvido que um dia eu crie coragem para enfrenta-la.

Finalmente conhecemos o Luke, hein?

Melhor personagem da vida ❤❤ e aí o que acharam dele?

Amanhã tem capítulo novinho! Beijos, Dhay.