Bleeding Love

𝕮𝖆𝖕𝖎́𝖙𝖚𝖑𝖔 1

꒷꒦❦꒦꒷

- 𝕬ish, por que está demorando tanto ? - balbuciava, checando o horário no celular mais uma vez enquanto seu pé batia impaciente contra o chão.

Park Jimin estava no aeroporto de Busan a espera do avião que o levaria para Seul. Pela primeira vez em sua vida estava ali porque queria, porque escolheu estar.

Jimin sempre teve o apoio e ajuda dos pais para tudo ao extremo; nos estudos, nas amizades, até mesmo quando o assunto eram suas metas para o futuro eles sentavam-se ao seu lado e listavam as melhores profissões a seguir carreira, recusando qualquer tipo de comentário do mesmo. Não eram apenas os pais que lhe "controlavam", seus amigos também o cercavam de todos os lados, não permitiam contato com quem julgassem não ser boa pessoa e sempre estiveram ali para que não sentisse nem mesmo a simples dor de um joelho ralado.

Embora seja grato por cuidarem de si, nunca foi completamente feliz com a vida que levava. Seus pais pareciam dois seres em seus ombros, sussurrando o que deveria dizer ou fazer, tendo momentos em que até o simples ato de respirar parecia difícil. Já seus amigos pareciam guarda-costas pessoais, sem deixar de lado a aproximação de uma mera mosca.

Em um dos seus dias de escola, no último ano do segundo ensino fundamental, uma ideia surgiu em sua mente, como um carro sendo ligado pela primeira vez a um simples girar de chave ou um feixe de luz surgindo em um ambiente escuro: E se fizesse o ensino médio em Seul ? Estaria fora apenas para estudar e, de preferência, na maior cidade da Coréia do Sul, onde as escolas são conhecidas por suas excelentes formações acadêmicas. Era perfeito !

Essa foi sua primeira decisão autônoma após pintar o cabelo de rosa mesmo com a contradição dos pais.

Passou quase o ano inteiro tentando convencê-los, estavam extremamente relutantes perante a ideia. Os mais velhos queriam que o filho fizesse a faculdade em Seul, não o ensino médio, já no ano seguinte. Temiam que algo viesse a acontecer com o mais novo, os piores cenários possíveis tomavam conta de seus pensamentos e influenciavam suas decisões.

Os dias foram se arrastando por inúmeras tentativas do jovem de realizar seu plano, mas quando percebeu já estava no fim do período de matrículas e precisava da autorização dos pais para sequer começar a pesquisar pelas escolas. Foi aí que reforçou sua persistência até que, finalmente, conseguiu o que tanto desejava. Mas seus pais logo avançaram com toda força sobre si, carregados de exigências para que realmente pudesse viajar: seriam eles a decidir onde estudaria, onde iria morar, mandariam um dinheiro mensal para se manter, não poderia levar qualquer pessoa para casa e muito menos fazer coisas indevidas lá dentro.

  Aquilo realmente não seria agradável, era como se seus pais o controlassem mesmo a distância. Sua vontade de morar em Seul não era o suficiente para confortá-lo sobre aquilo. Seus pais teriam custos adicionais bancando o filho em algo que eles nem ao menos confiavam, não estava certo.

Em meio a suas preocupações, Jimin teve que se acalmar e rever a situação. Ele não os obrigou a nada (como se fosse capaz de fazer isso) e já estava muito em cima da hora, daqui a pouco já não teria mais tempo de se matricular; sem mencionar que poderia achar uma solução para tudo aquilo enquanto estivesse lá.

Estava decidido: Park aceitou as condições e deixou tudo nas mãos de seus pais. Por enquanto.

Mesmo que se despedir de todos que conhecia tenha mexido com seu emocional ao extremo, não diminuiu, nem uma fagulha que fosse, sua felicidade por se distanciar da repetição que vivera por quinze anos.

- Atenção, chamada para o voo dezesseis quarenta e sete destinado à Seul. - Park foi trazido para o presente ao ouvir uma voz eletrônica ecoar por todo o aeroporto - Repito: chamada para o voo dezesseis quarenta e sete destinado à Seul. Quem for embarcá-lo, por favor, comparecer ao portão treze.