37. Sem Ideias

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Yoongi contava aos prantos para Hoseok sobre o que descobriu com Wang.

Hoseok não entendia como aquilo poderia ser possível, segundo os legistas do caso da lancha, haviam quatro corpos carbonizados e dois deles, eram os pais de Yoongi, o chefe de polícia confirmou.

─ Ela não morreu naquele acidente, morreu agora. Mas... por que? Se ela estava viva todo esse tempo, por que nunca veio atrás de nós? ─ Yoongi fungava. ─ Quando o Jin foi adotado, eu sofri tanto, sozinho... achei que nunca mais iria ver meu irmão outra vez, eu precisava tanto de alguém e ela tava por aí, fingindo que não se lembrava da nossa existência. Por quê ela fez isso? Por quê ela morreu de novo?

Hoseok se aproximou mais do garoto menor e o tomou em um abraço, deixando que ele descansasse seu rosto sobre seu peito, acariciando seus cabelos.

─ Não tenho respostas para suas perguntas, Yoon. Mas espero que um dia a gente consiga entender isso. Não sofra mais assim, ela deve ter tido os motivos dela. Imagino que seja doloroso. ─ respirou fundo.

─ Estou tão confuso... quem está enterrada no túmulo que pertence a minha mãe então? Quem foi enterrada ao lado do meu pai? Será que ele tá vivo por aí também?

─ Você precisa se acalmar. Se continuar assim, vai acabar enlouquecendo! Yoongi, você tem que ser forte, não pode ficar assim. ─ pediu.

Yoongi assentiu e secou as lágrimas, controlando sua respiração, tentando superar aquilo, o que não era nada fácil.

Por mais que tentasse enganar seus pensamentos, desviar sua atenção para outra coisa, sempre voltava a pergunta que não queria ser calada:

Seu pai ainda estaria vivo?

Anos após a morte do casal, quando Seok Jin se formou em direito, ele descobriu que seus pais tinham dívidas altas, mas ele nunca foi cobrado pela dívida de seus progenitores.

Seok Jin agora pensava que talvez os pais tenham explodido a lancha, matando os amigos, apenas para fugir da dívida. Se fosse verdade, seu pai estava vivo em algum lugar da Coreia, mas se sua mãe foi assassinada, talvez o agiota tenha descoberto o que fizeram e cobrou a dívida com sangue, então seu pai também estaria morto em uma vala qualquer.

Apertou os olhos e sacudiu a cabeça.

Eram muitas suposições e sua cabeça começava a dar um nó.

Jin estava totalmente abalado, não tinha controle, nos momentos mais inoportunos caia no choro, estando sozinho, acompanhado ou até mesmo trabalhando na frente de seu superior.

Seu superior havia lhe pedido para se afastar por uns dias, até se sentir melhor, mas ele negou, queria trabalhar, se ficasse em casa com sua cabeça lhe fazendo imaginar mil coisas, não demoraria a ser internado em um manicômio, precisava parar de pensar naquilo.

Três batidas na porta o tiraram de seu transe, secou as lágrimas em suas bochechas e permitiu a entrada do visitante.

Era Namjoon, com um sorriso fraco, faziam dias que Namjoon o ignorava, mas agora estava ali, entrando em sua sala e se sentando de frente para si.

─ Precisa de ajuda em algum caso? ─ perguntou sério.

─ Só vim ver como estava. Imagino que ainda esteja abalado, é muita loucura.

─ Estou bem. ─ respondeu.

─ Não parece bem para mim. ─ Disse Namjoon.

Seok Jin sentiu algo dentro de si, uma raiva que tentava o consumir. Namjoon ficara dias sem falar consigo ou visitar, de repente estava ali, fingindo preocupação, por simplesmente estar com pena, não queria que sentisse pena.

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