51. Pausa

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Jimin foi rapidamente até a sala de espera, onde Jungkook se encontrava.

Estava sentado, com seu computador sobre o colo, totalmente disperso e preocupado. Jimin se sentou a seu lado e o abraçou.

─ Vai ficar tudo bem, amor. ─ Jimin disse, deixando um beijo em sua bochecha.

Jeon assentiu e sorriu fraco, olhando para o longo corredor e suspirando.

─ Eu não deveria me sentir mal, por ele morrer não é? ─ Perguntou.

─ Deve sim. Seja como for, ele ainda é seu pai e sempre foi claro para todos que mesmo ele sempre sendo maldoso, você o amava, então, está tudo bem ficar triste e sentir medo. ─ Park continuou abraçado ao corpo do outro.

Jungkook assentiu outra vez, abaixando seu olhar e pensando no passado. Não quando Younjung o espancava e humilhava, mas antes, quando ainda era uma criança, seus pais estavam juntos e o mais velho sempre estava sorrindo e brincando consigo.

Era esse Younjung, que Jungkook amava. O pai que se importava quando ele caia de bicicleta, o que tinha medo de o machucar puxando o dentinho de leite que estava para cair, que cantava acariciando seus cabelos até dormir, que expulsava o mostro malvado de dentro do armário. Seu super herói. Era apenas desse, que Jungkook gostaria de se lembrar.

Nunca chegou a entender direito a razão pela qual seu pai passou a o tratar daquela maneira, sabia que era por causa do abandono de sua mãe, mas não fazia sentido, não sabia quando o amor que seu pai tinha por si, havia morrido, mas morreu. E ele sentia tanta falta de seu pai e só o teve de volta em seus últimos minutos de vida.

Chanyeol se aproximou dos dois, que se levantaram e fizeram uma breve reverência.

Jimin segurava a mão de Jungkook, já esperando por a péssima notícia que seu irmão estava prestes a dar.

─ O senhor Younjung está estável. Ele vai ficar na uti, entubado. Você pode vê-lo, mas... ele não vai poder falar nada. Infelizmente, o estado de saúde é crítico, o quadro é normal, devido a doença dele, não sabemos por quanto tempo ainda vamos conseguir o manter vivo, é questão de tempo, por hora, ele só está vivo por causa dos aparelhos. ─ Chanyeol dizia cada palavra com pesar, imaginando o quanto seria doloroso ao outro ouvir aquilo. ─ Faremos o possível para que ele viva mais.

─ Ele pode melhorar? ─ Jimin perguntou, já imaginando qual seria a resposta.

─ Só se um milagre acontecer. ─ Chanyeol foi verdadeiro.

Jungkook suspirou.

─ Então ele vai morrer. ─ afirmou. ─ Ninguém lá em cima vai mandar um milagre para ele. Você pode desligar os aparelhos?

Os Park arregalaram os olhos.

─ O que está dizendo? Desligar os aparelhos seria o matar! Eu salvo vidas, não as tiro. ─ Chanyeol o repreendeu.

─ Você não pode fazer nada por ele, sabe disso. ─ Insistiu.

Chanyeol negou e cruzou os braços na frente do peito.

─ Posso o manter vivo, até o momento em que ele não suportar mais. Eu não vou o desligar, não vou me tornar um assassino porque estou lidando com um caso perdido. ─ Olhava diretamente nos olhos vacilantes de Jungkook. ─ Você não está falando isso porque é o que deseja, você tem medo de o perder e está tentando ser mais forte, mas não diga isso, não diga coisas das quais irá se arrepender depois. Vão almoçar, esfriar a cabeça, nos vemos mais tarde. ─ Chanyeol voltou em direção ao corredor, deixando os outros dois a sós.

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