Capítulo 5

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Joshua Beauchamp

Estávamos nos beijando lentamente e da forma mais gostosa do mundo quando a porta é aberta, de primeira nem ligamos mas logo a voz de meus pais preenchem nossos ouvidos.

— Acho que atrapalhamos algo.

Separo nossos lábios lentamente ainda depositando selinhos em Any.

— Eu te amo — sussurro em seu ouvido. — Não vocês não atrapalharam nada. Estávamos apenas nos...curtindo?

— Sei. Bom não viemos aqui para isso, vamos esperar vocês se arrumarem e descer para conversamos melhor.

Assentimos e nos levantamos. Eu já estava pronto somente com uma calça de moletom igual ontem, já Any colocou uma calcinha nova e uma camisa social minha. Descemos e fomos para sala onde encontramos todos sentados.

— Bom...podem começar. — vejo-os se encararem nervosamente

— Noah foi até nossa casa. Ele chegou lá chorando dizendo que vocês o expulsaram de casa sem motivo. — a interrompo

— Não funcionou assim. — respiro fundo — Vou contar tudo desde o começo. Eu e Any nunca quisemos esse relacionamento entre nós...três mas por insistência do mesmo acabamos aceitando mas...não...eu não consigo ama-lo desta forma. Eu já tentei de tudo mãe mas...não da certo, parece que não encaixa. Ontem estávamos os três assistindo um filme e ele acabou dormindo e...e eu e Any começamos a sentir coisas se é que me entendem então...acabamos nos beijando mas ficou quente de mais e virou outra coisa. Nós transamos no sofá em quanto ele dormia. Ele acordou e subiu para o quanto, nós havíamos dado uma pausa mas quando vimos que estávamos sozinhos tiramos tudo que nos impedia um contato maior ou seja...roupas e o...e o edredom. Ficamos nus e acho que ele viu ou escutou nossa diversão — aperto meus olhos envergonhado de mais — dormimos juntos no quarto de Any pois tem isolamento acústico. Quando acordamos já era tarde e ele já havia acordado, acabou que ele entrou no quarto, nos viu despidos e por ordem do destino eu estava...em cima dela. — dou uma pausa e olho para o rosto de cada um, vejo um misto de surpresa e indignação — Eu tentei vir atrás dele mas quando chegamos aqui embaixo ele me pediu um tempo, aceitei até porquê não posso o prender. A partir dai não fica mais interessante.

— Joshua...o que aconteceu depois? — meu sogro pergunta

— Eu...eu subi e me deitei com Any. Conversamos sobre essa relação e tentamos estabelecer regras que a partir de agora precisariam ser seguidas mas...eu não consigo imaginar Any nos braços de outro, mesmo que eu esteja junto não consigo, parece impossível. — apoio os cotovelos em meus joelhos e apoio minha cabeça entre minhas mãos. — sempre foi somente nós dois e de repente tenho que aprender a dividir a mulher da minha vida com um moleque que entra de penetra em nosso relacionamento. Será que alguém consegue me entender? — ninguém fala nada — Imagine que a mamãe e o senhor do nada estivessem participando de um trisal. E você teria que aprender a dividi-la com um outro cara da noite para o dia, teria que vê-la o beijar em sua frente, o acariciar em sua frente, dar prazer a ele em sua frente, receber prazer dele em sua frente...como se sentiria? O mesmo com você Sílvio. — Sílvio é o pai adotivo de Any. Suas expressões se transformam de indignada para pavor — É exatamente assim que eu me sinto. Nós somos como peças de lego, ele é a peça de seis buraquinhos e nós somos a de quatro. Não encaixa, nem se forçarmos.

— Josh...nós entendemos você mas expulsar Noah de casa...

— QUE MERDA. NINGUÉM AQUI O EXPULSOU, ELE SAIU POR CONTA PRÓPRIA, EU TENTEI VIR ATRÁS DELE E ELE PEDIU UM TEMPO E FOI EMBORA. SERÁ QUE ALGUÉM PODE ACREDITAR EM MIM UMA VEZ NA VIDA? — me levanto e ando de um lado para o outro nervoso

Sinto duas mãozinhas em meu braço fazendo-me parar e deixar um sorriso bobo escapar ainda de olhos fechados

— Se acalma Josh — sua voz baixa denunciava seu medo....seu medo de mim.

— Vem aqui Any — receosa vem até minha frente

Acho que minha voz saiu mais grossa do que queria pois os dois homens se colocaram de pé e Any se encolheu um pouco.

— O que aconteceu com você Josh? — sua voz baixa ainda denunciava seu medo

Me aproximo lentamente de seu corpo pequeno. Levanto minha mão na altura de seu rosto. Vejo os mais velhos darem um paço a frente. Encosto minha mão fria em sua pele quente causando um arrepio em ambos os corpos e acaricio sua bochecha.

Sinto uma lágrima solitária escorrer pela minha bochecha. Eu fiz minha mulher ter medo de mim.

— O que? Mais?...

— Você realmente achou que eu teria coragem de te bater Any? Depois de tudo que te disse lá em cima eu pensei que...pensei que não acharia uma coisa dessas, não de mim pelo menos — meu braço cai ao lado de meu corpo — Se me derem licença eu vou tomar um banho. — não espero a resposta de ninguém e subo as escadas.

Será dois ou três?Onde histórias criam vida. Descubra agora