Você não é minha empregada!

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Marília

Céu azul, sol brilhante, suor escorrendo pelo canto da testa eu parada na sacada do meu quarto enquanto via aquela menina limpando a minha piscina, ela não parecia ter muito mais que minha idade não, mas eu estava longe e sem óculos, então releva.

Eu já estava acostumada a ficar sozinha nessa mansão, meus pais são do tipo não muito presentes, mas quando estão adoram exibir a filinha como premio "Olhem, minha menininha perfeita que ainda nem se formou no ensino médio mas já passou para a melhor faculdade dos estados unidos". Ter pais donos de empresas multinacionais te da alguns benefícios, mal sabem eles que sua menininha não tem nada de menininha, muito menos santinha.

desci do meu quarto vestindo somente meu shorts e meu biquíni, seria um dia perfeito para ir para praia, se eu não tivesse uma social para comparecer dos meus pais. Assim que chego na sala principal onde estava sendo servido o café da manhã, dou de cara com aquela mulher que cuida de mim desde que eu nasci, e eu não estou falando da minha mãe;

- Bom dia minha pequena grande mulher, dormiu bem?

- Bom dia tia Almira, dormi, assim que meu quarto começou a congelar, eu não estou aguentando esse calor não.

- Esta insuportável mesmo minha menina, tome seu café da manhã e vai se refrescar na piscina, a propósito, tenho que te agradecer novamente por ter contratado minha filham, não sabe o quanto ela ficou feliz por ter sido empregada, você sabe que ela está juntando para pagar a faculdade dela sozinha, ela é meu orgulho, vocês duas são.

- Já falei para parar de me agradecer Al, você sabe o quanto você significa para mim, e que eu faria tudo por você e por sua família.

Almira entrou na minha vida desde que eu nasci, por que a que recebeu o papel de mãe não tinha capacidade de exercer sua função, Almira cuidou e cuida de mim desde sempre, considero ela mais minha mãe do que a minha própria mãe, quando ela chegou na nossa casa ela havia acabado de dar a luz e precisava de emprego para sustentar suas gêmeas, e meus pais precisavam de uma governanta, só juntou o útil ao agradável, e agora fazem aproximadamente 17 anos que ela estava com a gente, quando eu recebi a carta de Havard dizendo que havia passado para cursar empreendedorismo ela chorou mais que eu, minha mãe não esboçou nenhuma reação, meu pai disse "Não fez mais que sua obrigação", e Almira estava desesperada por que eu iria embora, e eu estava dando graças a Deus por que eu estaria indo embora.

Eu conheci as gêmeas a muitos anos atrás, eu mal lembrava os nomes delas, muito menos o rosto de cada uma, mas quando Al disse que elas estavam procurando emprego, por que queriam fazer faculdade, não pensei duas vezes em mandar elas virem para cá, meus pais a menos fazem tudo o que quero, ponto positivo nessa relação, quando pedi para meu pai contratar uma das meninas já que a outra já estava trabalhando na empresa do meu pai, ele só mandou o contrato e eu entreguei para Almira fazer sua filha assinar, e agora ela estava ali fora, limpando a piscina, enquanto a sua mãe estava de pé ao lado da mesa me vendo comer e conversando comigo enquanto eu analisava sua filha na cara dura.

- Lila, Lila, deixe a menina trabalhar! - Fui pega em flagrante, meu rosto queimou, desviei o meu olhar para meu iogurte em minha frente.

- Sei que vocês jovens agora estão nessa de bissexualidade, sei lá o que, mas te conheço a 17 anos menina, e sem muito bem como suas ficantes ficam depois que saem do seu quarto. - A olhei com os olhos arregalados e quase me engasguei com o liquido do suco que eu havia acabado de por na boca.

- O... O que você quer dizer... - Olhei para ela sem graça e ela estreitou os olhos em minha direção;

- An, como a ultima disse mesmo deixe me lembrar... - Ela colocou seus dedos no queixo como se estivesse tentando lembrar de algo muito antigo, e não que aconteceu ontem.

Marila - One ShotsOnde histórias criam vida. Descubra agora