Zack e a gatinha teimosa

6 capítulo

Faz três dias que não tenho nenhum sinal de Zack. Fico até tarde deitada no sofá esperando que ele apareça invadindo minha casa pela janela e me levando para cama. Esse idiota, como ele é estúpido! Afinal por qual motivo estou tão preocupada? Não tem sentido algum, não sinto nada por aquele imbecil. Mesmo que toda noite eu fique esperando alguma visita.

-- Hoje não Zack, hoje eu não durmo na sala por você. Minhas olheiras estão super fundas, não consigo estudar e nem trabalhar dormindo tão mal assim.

Fui para o quarto, peguei a coberta mais quentinha e abri a janela para o vento frio entrar.

Talvez dormir na cama pelo menos hoje me de algum conforto. Nunca me senti tão vazia por alguém que nem conheço. Parece que somos ligados, talvez estranhos que já se conheceram no passado, penso apenas em como seu toque é familiar.

-- Boa noite estrelas...e boa noite Zack, onde quer que você esteja agora.

O vento uivava naquela noite, meus pensamentos enlouqueciam, traziam traumas e medos. Só queria notícias, ou uma explicação.

Acabei apagando, mas ainda sentia o vazio, o frio e a falta dele....

A noite fria estava me aquecendo, preenchendo quase tudo que eu sentia falta, ela me apertava e me sufocava, não me dando tempo para mais nada.
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Quinta-feira 6:15 AM

O alarme não tocou, acordei desesperada achando que havia perdido a hora, mas ainda dava tempo de me arrumar para trabalhar.

Levantei em um pulo, separando minha roupa e arrumando a cama.

-- Preciso pedir um adiantamento do salário, Sr. John provavelmente quer minha cabeça em uma bandeja prata brilhando.

Uma tristeza tomava conta de mim, mesmo assim não podia me deixar levar.

Fui tomar um banho rápido para me trocar.

Na cozinha ainda haviam biscoitos e na geladeira leite que Zack trouxe da última vez, não sei se sou eu que não como ou se ele trouxe muita coisa. Peguei um pacote para comer no almoço.

Abri a porta e dei de cara com Maggie, uma senhorinha que me tratava como filha, sempre se preocupava comigo e com minha alimentação. No último mês ela esteve visitando a família, nunca senti tanta falta de ser acordada com batidas na porta perguntando se queria bolinhos.

-- Maggie, você voltou!!! - abracei ela o mais forte que podia -

-- Já ia bater na sua porta perguntando se queria maçã ou tomar café comigo, mas parece que está com presa pra... faculdade???

-- Trabalho, alguém desse prédio quer minha cabeça, sabe?

-- A sim haha

-- Acho que já vou indo então, caso eu não chegue muito tarde, vou te fazer companhia assistindo aquela sua novela mexicana.

-- Perai...

Maggie entrou em casa e pegou uma maçã.

-- Toma, come isso, provavelmente não tomou café...já falei que você tem que parar com isso, uma hora você cai desmaiada e ....

Interrompi o que ela dizia.

-- Já vou indo, não posso me atrasar - disse já correndo para descer as escadas -

-- Vem me visitar!

Eu adoro Maggie, ela faz o papel que minha mãe não faz desde meus 12 anos, quer dizer...ela se importa comigo.