10 capítulo

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1° de maio - Sábado - 7:00

Meu alarme tocou e já sei que meu dia vai ser um inferno. Almoço em família ou julgamento. Acordei cedo, não quero chegar depois de meio-dia, meus pais conseguem ser estritamente rígidos, um atraso seria o mesmo que uma discussão de vinte quatro horas.

Eu já não estou muito no ânimo de ir, minha semana foi uma bosta, só trabalho, faculdade, trabalho e faculdade. Nem a Maggie melhorou algo na minha semana, fui ver se podíamos assistir novela e descobri que ela está morando por um tempo na casa da irmã, isso explica a distância entre nós, ela nem sequer estava em casa.

Levantei na base do ódio. O que eu vou vestir??? Minha mãe odeia minhas roupas e não tenho nada mais parecido com uma santa, uma virgem, uma crente, ou mãe de cinco filhos. Então não, não vou de vestido! De jeito nenhum! Calça jeans e uma blusa larguinha, ela não pode dizer que estou igual uma puta, certo né?

-- Merda, já são oito horas!

Aqueles velhos moram no fim do mundo, demora duas horas e meia pra chegar lá. Vou chegar antes do meio-dia, isso com certeza.

Sai de casa, peguei o primeiro ônibus. Até lá pegaria no máximo três.

Minha primeira viagem foi normal, com pessoas indo na feira, outras indo visitar parentes, tudo normal. Assim como minha segunda e terceira viagem.

-- Finalmente - desci do ônibus -

Ainda tinha que andar cinco ruas até a casa dos fiscais de felicidade.

-- Ué, ta destrancada?

Cheguei em casa, tentei abrir a porta já esperando que não fosse conseguir, tendo que tocar a campainha e receber um abraço falso da minha mãe.

-- S/n!

Minha mãe veio até mim de abraços abertos me agarrando. Carry, a mãe mais filha da puta que já existiu. Não adiantou nada entrar sem tocar a campainha, o veneno dela ainda chegou nas minhas bochechas.

-- Oi mãe.

-- Nossa, que desanimo.

-- São onze da manhã ainda, depois melhora, eu acho.

-- Espero que melhore, seu pai vai reclamar se ficar assim.

-- Me diga alguma vez que ele não reclamou de algo que eu fiz.

-- Ai que drama! Ele ta lá na sala, vai ver ele.

-- Depois.

-- Você sabe que é pior e é falta de consideração, não é?

Deixei minha mochila no sofá da entrada e fui em direção a sala.

-- Oi pai.

-- Xuxu!

Outro desgraçado que não deveria ter a oportunidade de ter tido um filho, Chris, o rico apoiador de pedofilia, o que o torna um forte candidato a pedófilo.

-- Não fala comigo assim.

-- Chamo como quiser!

-- Mãe, quando sai o almoço?

-- Hoje sai tarde, fiz algo que você gosta - ela respondeu da cozinha -

-- Ta com fome?

-- Não, Sr. controla tudo, só quero ter uma noção de quando vou poder ir embora.

-- Assim que você agradece seus pais por quase sempre te bancarem?

-- Vocês não pagam nada pra mim, quase nada quer dizer e é o mínimo que devem fazer, é o que pais bons e normais fariam.

Zack e a gatinha teimosaOnde histórias criam vida. Descubra agora