22 | SADNESS.

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Depois que você leva um susto muito grande, a queda de pressão é certeira

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Depois que você leva um susto muito grande, a queda de pressão é certeira. Primeiro eu vi Any ficar muito pálida e sua boca se entreabrir antes do celular cair das mãos e em seguida ela cair no chão. Corri imediatamente para tentar trazê-la de volta à realidade, seguindo o processo de primeiros socorros que eu tinha aprendido no decorrer da minha vida.

Quando olhei para o celular, a tela ainda estava e pude ouvir Sabina gritar do outro lado da linha chamando o nome da irmã.

— Sabina? Oi, é o Josh. A Any desmaiou, mas eu já vou tratar disso, fica tranquila.

Josh? O que você está fazendo aí com a Any?

— A gente fala sobre isso depois, certo? Tchau, a Any vai ficar bem. — Encerrei a ligação e voltei toda a minha atenção a Any, que estava caída no chão com a pele totalmente pálida.

Coloquei Any deitada com a barriga para cima e levantei suas pernas, passando a mão levemente em sua testa.

— Any... — Comecei a chamar seu nome, pois por mais que ela estivesse desmaiada só voltaria se eu começasse a chamar seu nome. — Linda, acorda. — Balancei sua cabeça levemente e fiz isso até que seus olhos se abrissem devagarinho. — Tá tudo bem agora, ok?

Abaixei suas pernas e a ajudei a se levantar, colocando-a sentada na cama e indo até a cozinha rapidamente pegando um copo de água e entregando em sua mão em seguida.

— Obrigada. — Ela bebeu o líquido em apenas dois goles e estendeu o copo para mim, que o peguei.

— O que aconteceu? — Perguntei e pude ver as lágrimas se formarem no canto de seus olhos. Deixei o copo em cima da cômoda e indo até sua direção. — Oh, morena...

Ela me abraçou fortemente e liberou o choro que estava preso, e eu apenas subi e desci a mão em suas costas, esperando o tempo necessário para que ela pudesse extravasar e colocar tudo o que estava sentindo para fora por meio do choro.

— Ela morreu... — Ouvi ela dizer e a afastei de mim, lançando um olhar confuso.

— Quem morreu, baby? — Limpei uma lágrima que caía por sua bochecha e ela me encarou com uma tristeza profunda em seus olhos.

— A Sina. A Sina está morta e é tudo culpa minha! — Any gritou e começou a chorar novamente, dessa vez puxando os cabelos de uma forma agressiva.

— Any, calma! Calma, por favor! — Peguei em seus cotovelos e os segurei firmemente para que não corresse o risco dela fazer aquilo outra vez. — Você tem que se acalmar pra eu poder te ajudar, certo? Vem aqui. — Fiz um gesto para que ela pudesse sentar ao meu lado. — Agora me fala, quem é Sina e por que a morte dela é culpa sua?

— A Sina era a pessoa responsável por desvendar os enigmas que o meu pai deixou em uma caixa no porão da nossa antiga casa, ela estava desvendando a última pista e o corpo dela foi levado hoje mais cedo lá na corporação e os policiais pediram que a Sabina fosse a responsável pela autópsia. — Ela explicou rapidamente e eu ouvi tudo atentamente. — Deixaram um recado nas mãos dela quando encontraram o corpo... — Any continuou a falar e sua voz tremeu.

Apertei sua mão para poder encorajá-la. — O que tinha no recado, linda?

— Dizia algo sobre agora não termos mais meios de saber sobre quem matou o meu pai. — A morena fungou e soltou a minha mão. — Eu preciso ir lá na corporação, Josh.

— Você quer que eu vá com você? — Perguntei e ela assentiu com a cabeça.

— Você pode dirigir, por favor? Não sei se estou em condições de enfrentar o trânsito agora. — Ela pediu e eu assenti com a cabeça.

Cerca de meia hora depois, estávamos no andar dos médicos legistas da corporação e vimos Sabina logo de cara. Ela se aproximou de nós e deu um grande abraço em Any.

— Eu sinto muito, meu amor... — Ela disse e continuou a abraçar a irmã. Elas passaram uns bons minutos assim até que a mais nova me lançou um olhar estranho. — O que você está fazendo com ela, Josh?

— Eu pago aluguel pra poder morar no apartamento de Any, só por alguns meses. — Respondi e ela levantou a sobrancelha direita.

Dei de ombros e deixei que elas pudessem conversar a sós e depois disso Any entrou com Sabina para a parte interna de uma sala e as duas voltaram depois de alguns minutos. Heyoon chegou logo depois e passou direto para onde elas estavam, provavelmente nem notou a minha presença ali. As três passaram um bom tempo lá dentro e eu aproveitei para poder pegar um copo de café com leite na cafeteria.

Senti uma presença ao meu lado e vi que era Sabina. A morena pegou um café e me encarou fixamente.

— O que foi? — Perguntei.

— Tem certeza de você só está pagando o aluguel mesmo? Você e a minha irmã não tiveram nada a mais nenhuma vez? — Ela perguntou e eu quase cuspi o café em cima dela, mas me segurei.

— O quê?

— Josh, primeiro: você é péssimo em mentir. Segundo: eu já percebi o seu interesse nela, e também sei do dela por você. Vai continuar tentando fingir?

— Tudo bem... — Falei. — Eu e a Any estamos namorando, mas não é nada muito sério ainda ao ponto de falarmos isso pra todo mundo.

— Vocês são loucos? Você não tem nem um mês na casa dela e vocês já estão namorando? — A morena gritou e as pessoas ao nosso redor a olharam, que tomou mais um gole do café. — Sério, que loucura.

— Sabina, eu gosto da sua irmã, gosto mesmo. — Respondi. — Ela disse que me queria, nós nos beijamos e estamos nisso. Só que agora ela está destruída, a amiga morreu e ela disse que é culpa dela.

— A Any vai pensar que foi culpa dela, mas na verdade não foi. A Sina foi morta por assassinos muito bons, e eu acho que foram os mesmos responsáveis pela morte do nosso pai. O jeito que ela foi encontrada é semelhante, além de que as marcas no corpo e a boca roxa, que é um claro sinal de afogamento são totalmente idênticas às dele quando foi encontrado, e eu sei disso porque pedi para acompanhar a autópsia. — Sabina explicou e eu levantei as sobrancelhas, surpreso.

— Você teve coragem de acompanhar a autópsia do seu próprio pai?

— Ué, e por que não acompanharia? Eu não podia liderar porque ainda estava em estado de treino, mas observei tudo o que os meus superiores fizeram, para que pudesse utilizar nas minhas próprias lideranças de autópsia. — Ela disse, como se fosse a coisa mais simples do mundo.

— Eu não sei se teria estômago pra isso. — Confessei e ela soltou um risinho.

— Eu costumo ser bem prática com as coisas da minha vida, Josh. Você raramente vai me ver chorar, apesar de eu ficar triste com alguma coisa. A única vez que chorei de verdade foi quando o meu pai morreu, pois se estou no lugar que estou hoje, devo tudo isso a ele. — Sabina disse e eu assenti com a cabeça. — Enfim, a Any vai precisar de muito conforto agora, você pode fazer isso por mim?

— Tudo por ela, Sabina. — Respondi e ela levantou as sobrancelhas em claro sinal de surpresa.

— Uau. Eu espero que você faça a Any muito feliz, pois é o que ela merece depois de sofrer tanto tempo.

— Sabina, como eu já disse, eu gosto mesmo da sua irmã e vou fazer tudo o que for possível para vê-la feliz. — Falei e logo após isso senti um braço enlaçar a minha cintura por trás. Any me puxou para um abraço apertado e eu encostei o queixo no topo de sua cabeça.

— Obrigada, Josh. — Ela disse e me abraçou mais forte.

— É por você, baby. Somente por você.
— Depositei um beijo em sua testa quando ela levantou a cabeça para me olhar e lançou um sorriso que poderia arrebatar qualquer pessoa, mesmo estando em meio ao caos particular.

𝗱𝗲𝗮𝗿 𝗽𝗼𝗹𝗶𝗰𝗲𝗺𝗮𝗻 | 𝗯𝗲𝗮𝘂𝗮𝗻𝘆 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora