chapter 7.

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William e Edward corriam sobre a areia macia da praia enquanto as ondas do mar quebravam levemente ao fundo , a melodia única proferida pelos passarinhos ao redor, e o sol nascendo bem em frente aos dois. Edward o puxava para trás em abraços sem fim, suas bocas se colando em beijos apaixonados, a necessidade do toque se tornando cada vez maior. 

William se deitou, olhando para cima e por fim observando as estrelas espalhadas pelo grande céu, que com a claridade do dia que surgia iam, aos poucos, se desaparecendo. 

-Consegue ver aquelas duas ali, juntas? - Edward disse se deitando ao seu lado e entrelaçando seus dedos, apontando para duas estrelas que independente da claridade do dia, continuavam intactas, brilhando cada vez mais - Elas são como nós, William. Independente do que aconteça, estaremos sempre juntos, olhando as mesmas estrelas que beijam o imenso oceano de incertezas. Sabe, a vida é muito curta para viver sonhando em dois mundos, paixão. Então eu imploro, viva tão intensamente que se você pudesse escolher qualquer outra vida, ainda escolheria a sua. 

Ao dizer isso, em um piscar de olhos, Edward estava agora entrando no mar, indo cada vez mais  fundo. William tentava gritar, mas nada saia de sua boca, era como se todas as palavras tivessem desaparecido. E em um meado de segundos, o de olhos verdes havia desaparecido no meio daquele gigantesco oceano.

O que antes era calmo, agora estava agitado. As ondas quebravam na areia, assim como o vento se tornava mais forte. Ao fundo do horizonte William observava as nuvens pretas e carregadas cobrirem todo o céu, os raios se chocando com a superfície da água. 

William assistiu o momento em que o último raio de sol se tornou uma tempestade.

Acordou no meio da noite gritando, ele estava desesperado. Pulou da cama em um salto, sua respiração sendo totalmente desregulada e sua cabeça quase explodindo. Louis estava assustado, que porra acabou de acontecer?

Que porra estava acontecendo?

Secou as lágrimas que insistiam em cair por suas bochechas com as costas de sua mão e no fundo de seu peito, um aperto misturado com confusão se fazia presente, levando Louis a respirar com dificuldades. Ele não podia acreditar em tudo aquilo, ou melhor, não queria acreditar.

Vestiu um moletom, pegou rapidamente seu celular e saiu em seguida de sua barraca, nem mesmo ouvindo os chamados preocupados de Zayn, que a essa hora já havia acordado com os gritos e soluços do amigo.

Louis corria. Corria sem rumo adentrando a grande mata, não ligando para os galhos e folhas que batiam e arranhavam sua pele. Não ligando para a dor que sentia em seus pés por estar correndo de chinelo. Ele apenas queria se esquecer de tudo aquilo, se livrar de todas aquelas sensações que estavam tomando conta de seu corpo, imediatamente.

O menino só parou quando chegou em um mirante. Um mirante que ficava no topo de uma montanha. Ele parecia um tanto quanto abandonado, as folhas de lodo cobriam boa parte dele, as pedras cinzas que faziam parte da construção pareciam antigas, com algumas rachaduras e arranhões.

O lugar era lindo, o verde predominava por tudo em volta, os pinheiros grandes entrando em contraste com as pequenas árvores coloridas por pétalas rosas, laranjas ou roxas e a vista do grande lago refletindo a luz da lua, que naquela noite, brilhava incondicionalmente. Louis tinha a visão de todo o acampamento, e aquilo era gigante. 

Sentado no parapeito, o garoto estava todo encolhido, as luzes que iluminavam o ambiente eram dadas apenas pela lanterna de seu celular e pelos raios brilhantes da lua.

Dali de cima, tendo a visão de tudo aquilo, Louis se sentia, mais uma vez, pequeno. Pois é do alto que nós vemos o quanto somos pequenos.

Pequenos comparados à grande imensidão que é o universo.

Empty Heart [l.s]Onde histórias criam vida. Descubra agora