chapter 4.

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Louis estava correndo. Correndo por um corredor que parecia não ter fim. Ele via, em sua frente, uma garota. Violet.

A menina aparentava estar chorando, seus cabelos batiam no rosto a cada passada que dava e vestia uma grande camisola branca. Correndo na direção contrária de Louis o mais rápido possível, desejando ao máximo, que o garoto não a alcançasse.

Até que parou e se virou, fazendo automaticamente que Louis parasse também. Com a respiração desregulada, ele apoiou as mãos nos joelhos, curvando a coluna a olhando, gritando em seguida:

-Porque está fugindo de mim? - Soou desesperado, exausto.

Não houve uma resposta.

-O que está acontecendo? - Ele continuou.

De novo, sem resposta.

-Violet, fale comigo, por favor! - O garoto diz, se rendendo e caindo de joelhos no chão. A esse ponto, ele já chorava, derramando lágrimas transparentes. Essas que ele segurou por tanto tempo - Porque não está falando comigo? Aonde estamos?

Silêncio. Os únicos sons que se faziam presentes no ambiente eram de soluços e suspiros de ambas as partes, acompanhados por uma leve melodia, calma e baixa. 

-Não me deixe, por favor… - Implorou, sua voz estava fraca,. Machucada. Quebrada.

A garota apenas acenou com a mão e se jogou para trás caindo no chão, desaparecendo.

-Não! - Louis se levantou, agora, os soluços se tornavam mais altos, os gritos mais fortes e as lágrimas escorriam por todo seu rosto. Ele corria em disparada ao fim do túnel buscando por Violet, porém não obtendo sucesso.

E ali, Louis se permitiu, mais uma vez, chorar. Chorar como se o mundo tivesse acabando. E realmente estava. Chorar ao ponto de, aos poucos, sua visão ir escurecendo até tudo se tornar um breu novamente. 

         
Havia apitos de uma máquina soando no ambiente na mesma velocidade que seu coração batia. Acordou assustado, desnorteado. Sua visão ainda o sabotando. Ele piscou os olhos repetidas vezes para conseguir finalmente enxergar as coisas ao seu redor.

O ambiente era claro. Muito claro. 

As paredes todas em brancas, o chão em uma tonalidade de azul claro. No canto direito havia um sofá, ao seu lado uma tv, um pouco antiga, mas que por incrível que pareça, ainda funcionava. Foi quando olhou para si mesmo, que percebeu onde estava.

A agulha injetada em sua veia com o soro correndo pela mesma entregava tudo.

No hospital. Louis estava no hospital? 

-Louis! Finalmente você acordou, meu amor - Viu o momento exato em que sua mãe entrou pela porta do quarto, abrindo um sorriso de cara quando notou que o filho havia acordado - Eu fiquei tão preocupada. Os médicos disseram que você estava fraco e desidratado, acabando por desmaiar, está aqui agora para tomar soro, mas hoje mesmo iremos pra casa, não se preocupe.

-Mãe? O que hou- 

Não conseguiu completar a frase, foi como se um baque tivesse o atingido em cheio, as memórias aparecendo e o pegando desprevenido, que ele se lembrou. Se lembrou da noite anterior.

Se lembrou de como ganhou a merda daquele jogo que o vinha atormentando durante meses, se lembrou da felicidade em que sentiu indo abraçar sua família após o apito final, se lembrou do alívio que sentiu naquele dia, e se lembrou também de Violet.

Empty Heart [l.s]Onde histórias criam vida. Descubra agora