12. Amarelo

único; Ranboo era amarelo.

— E então bum! O Techno atirou em mim, Jschlatt e Quackity. Por isso eu tenho essa cicatriz fodastica! — Tubbo contava, com um grande sorriso no rosto. Podia ver o garoto metade enderman metade "coisa desconhecida" concentrado no que dizia, mesmo que já soubesse a história. O passatempo favorito de Ranboo era, com certeza, ver seu marido contar sobre as coisas que ele passou, quando L'manberg ainda existia.

— Isso não dói? — Ranboo perguntou, tocando com cuidado o rosto do marido, ao seu lado sentado na grama. — você não tem o hábito de cuidar dos seus machucados.

— Ei! Eu tenho sim. E não, não dói. Bom, depende... Quando o vento sopra com força, dói um pouco...

Ranboo balançou a cabeça, botando as mãos atrás do próprio corpo, apoiando-se na grama. — Você precisa cuidar dos seus ferimentos. Quando eu for me encontrar com O Sindicato novamente, pergunto ao Techno ou ao Philza se eles conhecem algo que possa amenizar a dor ou algo do tipo. — E se deitou na grama, colocando os braços atrás da cabeça.

Tubbo cruzou os braços. Não gostava do fato do marido ter se juntado ao Sindicato porque os membros não lhe agradava, principalmente Technoblade, e isso particularmente o assustava, mas ele sabia que era para seu bem. Ranboo sempre cuidou muito bem de si mesmo e dele, isso não mudaria agora. Ele tinha total confiança na pessoa ao seu lado.

— Ok! Só não fique falando demais de mim para eles — Fez bico, olhando para os lados. Avistou uma flor, uma peônia amarela, para ser mais exato. Esticou o braço e logo a pegou, observando-a. Suas pétalas eram maiores que o normal e tinham um tom amarelo claro na ponta e um tom mais escuro perto do miolo da flor. Lembrava Ranboo, de certa forma. E Tubbo achava que essa flor combinava muito com ele.

— Não tem como não falar sobre você, não só para eles, mas para todos.

Tubbo arrancou uma das pétalas e colocou sobre a metade preta do rosto do marido, apreensivo. Sabia que não machucava, mas era nítido ver que ele tinha todo o cuidado do mundo quando se tratava do outro e sua pele frágil. Quando viu que aquilo não lhe causava nenhum efeito negativo, repetiu o gesto mais algumas vezes.

— Boiola.

— Eu? Que mentira — Ranboo riu baixinho, fechando os olhos enquanto as pétalas tocavam seu rosto sutilmente, como se fossem feitas da melhor seda já tocada. Aquilo confortava-o com certeza, até dava sono.

Tubbo admirava cada detalhe de Ranboo nesse pequeno tempo parado, assim como as pétalas de peônias amarelas espalhadas pelo seu rosto, que causavam um ar sofisticado nele. Ranboo era amarelo. Sua pele, seus ossos, era tudo maravilhoso. E Tubbo amava amarelo, assim como ele amava Ranboo.

— Ranboo, a lua está bonita hoje, não é?

Ranboo abriu o olho vermelho, confuso, olhando diretamente para o marido. "Mas está de dia", pensou, mas logo lembrou do que Philza disse com seus corvos outro dia. Abriu um sorriso e disse: — As estrelas também, Tubbo.