Sombras sobre o santuário

Saint Seiya: Sombras sobre o santuário

Desde tempos imemoriais, Atena reencarna em um corpo mortal para acompanhar e proteger as pessoas de forças que anseiam por dominá-las. Para tal, ela conta com um grupo de homens corajosos e mulheres destemidas, conhecidos respectivamente como cavaleiros e amazonas. Para se tornar um cavaleiro ou amazona de Atena, candidatos e candidatas devem mostrar domínio sobre a cosmo energia - uma força interior que confere a capacidade de esmagar até mesmo as estrelas.

Nos tempos atuais, a Terra goza de relativa paz. Até o presente momento...

Himalaia, Nepal

Um grupo de pesquisa estrangeiro e vários nativos se move pelas planícies geladas. Finalmente encontraram um lugar razoavelmente horizontal para levantar acampamento.

– Andem logo com isso, não temos o dia todo. Precisamos sair daqui antes que a tempestade nos atinja – esbraveja o líder dos mercenários para os nativos, enquanto eles carregam o equipamento pela planície gelada.

– Você tem certeza disso, doutor Smith? – um homem baixo e acima do peso resmunga sentado, dentro de uma tenda improvisada, enquanto ajeita seu pesado casaco de peles tentando se manter aquecido.

– Sim. Todas as medições, captadas via satélite, indicam este ponto. É por aqui, posso sentir – há um brilho nos olhos por trás dos óculos do senhor, sentado a frente – e quando encontrarmos, será um grande progresso para a humanidade.

– E uma grande fonte de riqueza para mim – o outro sorri, com este pensamento – Claro, será mesmo – ele conclui ironicamente.

Enquanto fincam as escoras para levantar as tendas, o fino chão gélido começa a trincar mas nenhum dos presentes parece perceber.

Os homens terminam de levantar o acampamento e a noite chega. Todos se recolhem em seus afazeres e hábitos.

Enquanto isso, aquela pequena rachadura já envolve todo o acampamento. Subitamente, o chão começa a desmoronar, abrindo uma bocarra que engole pacientemente cada uma das tendas e os homens nela para dentro da escuridão misteriosa.

Gritos ecoam no lugar, dando lugar a um silêncio posterior.

Alguns homens conseguem se agarrar a alguma coisa, enquanto outros – a maioria – não tem tanta sorte e desaparecem.

Os mercenários acendem sinalizadores para tentar iluminar o ambiente. Um deles deixa o sinalizador cair, para tentar estimar a profundidade.

– Lá! Vamos tentar balançar até lá e depois deslizar por ali! – aponta o líder da companhia para um pequeno platô, seguido de uma descida pouco inclinada – Esta deve ser uma caverna subterrânea. Provavelmente haverá uma subida.

– Doutor Smith? Doutor Smith? Está por aí? – grita o líder dos mercenários.

–Sim – ele responde mais abaixo – Um dos seus homens vai receber um aumento – ele ri.

Os mercenários jogam suas cordas e ganchos, tentando atingir o platô. Após fazer a travessia, eles escorregam pela plataforma inclinada e começam a vasculhar o local.

Algo chama a atenção do doutor Smith, fazendo com que seus olhos percam o brilho. Ele olha fixamente para um lugar e começa a caminhar em direção.

– Por aqui – ele fala de forma automata, sem vontade – Por aqui.

Sem entender muito, todos o acompanham. Após alguns minutos de caminhada, algumas tochas se acendem ao longo das paredes de gelo, mostrando um grande salão circular.

– Lá está o que procuramos! – o doutor aponta para o centro do salão – Abram!

Uma urna repousa em um altar de pedra. Está lacrada com uma espécie de papel muito antigo. Há algo escrito, mas nenhum dos homens consegue entender o que diz.

Os homens ficam confusos e parados.

– ABRAM LOGO! – o doutor grita com uma voz sinistra, que ecoa pelo salão.

Os homens se entreolham e depois olham para o doutor e para a urna. Um deles perde brilho os olhos e parece partilhar do mesmo aspecto do doutor. Ele caminha em direção a urna e rompe o lacre. Um brilho esverdeado e rodopiante percorre todo o salão, de forma caótica e desconexa, preenchendo as pessoas que ali estão, antes de voltar para a urna.

Todos ali presentes ficam com expressões sérias.

– Vão, meus soldados da perturbação – a urna brilha desordenadamente, enquanto o doutor Smith a toma em suas mãos – tragam-me a cabeça de Atena!

–SIM! – os homens gritam, emanando a mesma aura esverdeada, enquanto correm pela escuridão, deixando o doutor Smith no local, segurando a urna.

– Desta vez, a Terra será minha – gargalha a voz, ecoando pelo salão e fazendo tudo ali desmoronar.