#CaveSuaCova
Em uma monarquia absolutista, o rei é o chefe. Por trás dos muros altos, em uma vida conturbada, ele é um traíra em pele de um possível lobo.
Itália.
Era uma vez, uma história escrita por vermelho carmesim.
A Alta Nobreza mentia. Mentia para o seu povo, mentia para si mesma. A dinastia italiana caía aos poucos, Juan Carlos Mancini Vitale lutou o quanto pôde para manter vivo o legado da família real, contudo, marcou em sua mente gasta que seu filho, Afonso Mancini Vitale, arruinaria com tudo.
Tão jovem, após a morte de seu pai, Afonso tornou-se rei.
Antes que isso ocorresse, antes que fosse trágico ter um novo comandante assumindo o trono, as terras da Itália tiveram paz, prosperidade e amor. Um sentimento não conhecido pelo atual monarca.
Sua Majestade, Juan Carlos, era conhecido por toda uma nação. Amado, protegido, venerado, vez ou outra, odiado.
Quando acompanhou de perto a morte de seu pai, Juan Carlos lidou com a fúria do povo. Guerras aconteciam, sangues inocentes eram derramados em prol de manter vivo o legado dos Mancini Vitale. Como um castelo de cartas desmoronando, o rei fora o primeiro a cair.
A morte fora subitamente natural, estava velho, não respondia por si só, mas garantiu que Juan, estando na linha de sucessão ao trono, assumisse de forma bruta e coerente. Esperava que seu filho levasse a diante seu legado, seus ensinamentos e obrigações. Juan Carlos o amava como pai, respeitava como rei, mas diante do poder, agiria diferente.
Um grande e bondoso homem fora o monarca, avocou com orgulho. Fez valer à sua própria promessa; causar diferença. Espantoso, barulhento, um completo sangue nobre e italiano em suas veias, o atual Soberano acendeu a chama da esperança. Tomou partido da Itália, cuidou para que o povo se sentisse acolhido, que guerras não tivessem que levar seus entes queridos a uma possível ida à morte como acontecera no reinado de seu falecido pai.
Juan Carlos era bravo, um líder inequívoco, acima de tudo; um bom pai e excelente avô. Cuidou bravamente de seus dois únicos filhos após a morte de sua esposa, Madeline. Olavo Mancini Vitale abdicou de qualquer chance que pudesse ter de assumir o trono, Afonso o agarrou com todas as forças.
O Soberano tinha para si três pedras preciosas a quem amava e protegia com seu sangue, aqueles de quem não abria mão, mas moveria o mundo para que tivessem uma vida sossegada, regada de luxo e, sobretudo, poder. Dois deles mantinha por perto, uma estava distante.
Asteryn Mancini Vitale e Daniel Mancini Vitale tinham duas coisas em conjunto; ambos odiavam seu potencial futuro e dividiam os aborrecimentos um com o outro em relação ao pai, Afonso.
Juan Carlos os amou até que seu último suspiro fosse dado, aos setenta e dois anos.
Antes que a morte o leva-se e até mesmo as bruxas se colocassem de joelhos para uma benção em pró do rei, Juan Carlos fez da infância de Daniel e Asteryn a melhor possível. A princesa, tão nova, fora fruto do casamento de Afonso com Donna Esposito, atualmente, a rainha consorte.
A menina caiu em lamurias quando o avô faleceu, lembrava-se diariamente das tardes gastas ao lado de Juan em piqueniques, chás da tarde e passeios ao pôr-do-sol. Ninguém nunca a amou tanto quanto o Soberano a amava. Por isso, hoje Asteryn é uma jovem forte, decidida, criada para ser boa ao seu povo. Tudo o que Juan Carlos teria orgulho.
Contudo, houve aquele por quem tinha esperança de ver tornar-se um homem, um diamante lapidado de terras não desvendadas por plebeus.
Havia Daniel.
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PRÍNCIPE DO CORAÇÃO PARTIDO
FanfictionLiberdade. Era tudo o que Atthis desejava. Ele a buscou incansavelmente até seu último suspiro, sonhando em se tornar um homem livre. Livre de correntes e medos. Livre das consequências de viver em uma vida que parecia errada, em uma época que não a...