Capítulo 3

58 11 18
                                    

Levaram-me para perto daquela mulher. Cara a cara com ela.

— Prazer, Brianna. E sou a diretora Nohana, mas pode me chamar tia. Parece-me que é um costume Brasileiro que meus aprendizes gostaram e acharam engraçado adquirir.

— Ah, que legal. — falei, meio sem graça.

— Cathrina nos contou que você sabe tocar, isso é verdade?

— Sim, eu toco muitos instrumentos. — falei, corando.

— Aqui temos um piano-forte, pode tocá-lo?

— Claro — meu Deus, eu estava suando.

Sentei-me no piano. Hesitei olhar para todos. E toquei. Mais uma vez aquela brisa. Isso me impulsionou e senti meus olhos queimarem. Não havia lágrimas neles. Havia determinação, paixão, desespero, como se, estivesse gritando e correndo dentro de mim para encontrar a mim mesma.  Como se necessitasse de mim mesma.

Terminei. Botei pressão na perna, elas estavam bambas.

Levantei. Suando frio.

Todos aplaudiram de pé, e vi Thrina, a garota ruiva e a diretora limparem uma lágrima. Fiquei feliz, deveria ter sido lindo, então. Depois que a diretora me agradeceu, uma trombeta tocou e as pessoas ali começaram a sair. Daniel, Thrina e a ruiva vieram até mim.

— Nossa... você foi incrível! — falou a ruiva com entusiasmo.

— Verdade, uma arte. — vi Daniel dando um leve sorriso mas logo se desfez quando olhei, acho que ele é bem reservado.

— Vamos deusa, vamos. — Thrina passou o braço por meus ombros e andamos até o seu quarto junto da ruiva.

— Bela melodia novata. — falou o garoto de mais cedo. Ele era... ligeiramente angelical. Loiro. De pele clara, olhos azuis, ombros largos, um belo porte. E era alto. Um maxilar marcado. Lindo. Simplesmente, lindo.

— Obriga... — me virei e ele tinha sumido —... da.

— Ninguém te ensinou que é feio falar sozinha? — sorriu Thrina.

— Não – falei com sarcasmo.

— Então mocinha, aprenda! — nós três rimos.

~

— Achei perfeito. É sua cara! — Thrina deu um sorriso largo.

— Isso é muito extravagante!!! — falei com os olhos arregalados.

— Para o evento de hoje, ele é preciso! — senti um ar de deboche vindo dela.

— Por que eu vim logo agora meu Deus. — resmunguei.

Três batida na porta.

— Já vai! — gritou Thrina do banheiro — pode abrir a porta Bri? — concordei e abri.

— Vocês já estão prontas? — falou a ruiva dando a entender que estávamos atrasadas. Ela já estava entrando quando a impedi.

— Você só entra quando disser seu nome.

— Ah, é. Tinha esquecido esse detalhe. Meu nome é Ava, amor.

— Acesso liberado! — sorri.

— Vamos fada? — Ava sorriu com falsidade.

— Vamos! — falou saindo do banheiro — Estou pronta.

— Estou vendo, quer pegar quem vestida assim? — sorriu com sarcasmo.

— Hello? Eu sou uma mulher, visto o que quiser por mim mesma. Deveria experimentar, se chama: autoconfiança.

Saímos de lá aos risos.

Laço de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora