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O pátio estava imundo e escorregadio devido à recente tentativa de lavá-lo e exterminar os resquícios da batalha do dia anterior. Mas, nem mesmo a água somada aos componentes químicos, poderiam apagar do linóleo, o sangue lúgubre impregnado em cada superfície do casarão.
O cheiro de fezes e urina queimavam as narinas da mulher, conforme avançava pelos corredores mal iluminados em direção ao escritório, para onde dois homens fortemente armados a conduziam após uma revista desleixada, ainda nos portões de entrada.
Embora o poder bélico parecesse intacto, o mesmo não podia ser dito dos rapazes com os quais se encontravam ao virar as esquinas do labirinto que aquela casa se mostrava, ao menos para alguém que nunca havia estado ali e, indiscutivelmente, aquele era o caso da mulher em questão.
Aquele não era seu mundo, não era o ambiente com o qual estivesse habituada a estar, ainda assim, o esforço que fizera para pegar um táxi na área nobre da cidade e se deslocar até os escombros de uma mansão abandonada, não poderia ser comparado ao que ela precisou exercer para se convencer de que o que estava prestes a fazer, era o correto.
Sabia que não poderia guardar aquele sentimento para si, seria injusto com a memória de seu menino.
A porta de folha dupla abriu-se num ranger incômodo após alguns instantes de espera, quando a presença da visitante fora anunciada com certo espanto. O escritório era o local mais iluminado da casa, embora uma das lâmpadas ao lado da estante de livros piscasse, ameaçando queimar a qualquer momento.
— O que faz aqui, mulher? – as sobrancelhas unidas do jovem que a recepcionou eram num tom alaranjado, contrastando com os tons arroxeados no canto inferior do lábio ferido, ainda manchado pelo sangue seco.
— Desejo falar com Lee. – ainda que o nervosismo pudesse ser visto refletido no tremor de suas mãos unidas junto ao corpo, a figura feminina estava disposta a manter a compostura, mesmo que diante de assassinos.
— Acaso acha que está em um restaurante grã-fino? – um dos homens que estava fumando, deu alguns passos deixando seu poleiro ao lado da janela entreaberta, encarando a mulher com uma expressão duvidosa — Não pode simplesmente chegar na minha casa e dizer o que deseja. – cada passo somava ao movimento rápido de puxar a pistola do coldre ao lado do tronco desnudo, suado e sujo de sangue. — Eu poderia simplesmente estourar os seus miolos, aqui mesmo, porque é o que desejo.
— Se é o que deseja, então o faça! – os olhos opacos encararam o homem, como se o medo já não existisse e, muito provavelmente, essa fosse a razão pela qual falava sem que pudesse conter-se.
— É uma louca! – o silvo do rapaz que a recebera no cômodo, não fora baixo o suficiente para que não pudesse ouvi-lo vindo de sua retaguarda, enquanto este, junto ao seu parceiro de cabelos negros caindo sobre os olhos, a analisava com certa curiosidade.
— Quer morrer? – a frieza do cano da pistola em sua têmpora a fez fechar os olhos por alguns segundos, respirando fundo, enquanto sentia o hálito de tabaco do outro contra sua pele.
— Snake! – o tom era de repreensão, enquanto ambos rapazes fechavam um círculo em torno de Snake e a visitante, tentando não piorar o que já estava ruim.
O mais jovem entre eles ergueu a mão, fechando-a em torno do pulso de Snake, o forçando a abaixar a pistola e libera-la.
— Um dia após uma invasão inesperada, com dimensões como a que tivemos, e essa mulher me aparece aqui brincando com nossa cara, Jooheon? – Snake lançou um olhar de fúria sólida sobre o de cabelo laranja, soltando o próprio pulso do aperto de Chang com brusquidão, indo sentar-se num sofá de couro longe da atenção de todos.
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→ THE EVERSTIFLE CRIMINAL ←
FanfictionLee Minhyuk e Jackson Wang são membros de organizações criminosas rivais, que disputam território há anos. Contudo, a presença da mãe de Wang no casarão dos Alligator, após uma invasão orquestrada pelo O Canil, organização cuja qual o filho faz part...