1° Livro da trilogia - Seres da Mitologia
Uma praga se espalha deixando toda a espécie feminina infértil, e com isso, Zeus não poderia mais ter o seu herdeiro. Mas ainda há uma chance...
HISTÓRIA DE MINHA AUTORIA.
PLÁGIO É CRIME!
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Não posso desistir de procurá-la. Não agora, não enquanto cada célula do meu corpo grita o nome dela. Aurora. Talvez, se ela tivesse morrido, eu já tivesse... parado. Desistido. Me conformado, quem sabe. Mas não. Porque algo dentro de mim, algo muito maior que orgulho ou lógica, ainda vibra com a certeza: ela está viva. E o meu filho também.
E se meu filho está vivo… então ele é meu. E isso basta para que eu destrua mundos.
— Senhor... — Dois guardas atravessam as colunas do palácio empurrando um ser de asas opacas e garras sujas de sangue. Um grifo. Um dos mais teimosos e malditamente arrogantes.
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— O que um Grifo faz aqui? — estreitei os olhos, já adiantando que não queria joguinhos.
— Achamos ele no alto da floresta... matou um dos nossos. — O guarda engoliu seco.
— Por quê? — perguntei, cruzando os braços, a raiva já latejando sob minha pele.
O miserável não responde. Fica ali, me encarando com aquele sorrisinho de canto de bico que só me dá vontade de esmagar.
— Responde! — rugi, e o chão tremeu sob meus pés. — Você tem alguma coisa a ver com o desaparecimento da humana grávida?
O infeliz começa a rir. Um riso histérico, debochado. Insolente.
— Irá dizer onde ela está! Ou matarei-o sem nenhum remorso. Vamos! Diga onde está o meu filho!
— Seu filho, Zeus? — ele escarra. — Você não tem mais poder sobre ele. Então... não é seu.
Foi aí que minha mão foi direto para a garganta dele. Um aperto. Um aviso. — Responda a minha pergunta!
— Pode fazer o que quiser comigo... — ele arfou. — Eu não direi nada.
Estava prestes a esmagá-lo como se esmaga um inseto, quando uma voz inesperada ecoou atrás de mim:
— Eu posso dizer onde ela está.
Virei-me num estalo. Hemera. Que bela coincidência.
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— Hemera. O que faz aqui?
— Você não quer saber onde seu filho está?
— Fale de uma vez! — avancei, mas ela ergueu a mão com a calma de quem brinca com fogo usando luvas de seda.
— Calma, Zeus. Se tocar em mim... você já sabe. — o sorriso dela era um veneno adocicado. — Eles estão com Nix, mas isso você já deve saber. Estão no Extremo Ocidente. Ou mundo das Trevas, como preferir chamar.
O sangue ferveu nas minhas veias.
— Por que está traindo sua mãe?
— Não posso aceitar que uma humana fique conosco. Todos só falam dela por lá, querem-na fora. Mas Nix... Ela fechou os olhos. — Ela suspirou. — E isso a tornará fraca.
— Como posso saber que não está mentindo?
— Ah, Zeus... — seus olhos brilharam — você me conhece bem demais. Eu minto com perfeição. Mas dessa vez... não preciso.
Havia uma sinceridade amarga ali. Talvez porque ela mesma estivesse cansada de viver nas sombras de Nix. Ou talvez só quisesse ver o circo pegar fogo.
— Eu vou com você. — afirmei.
— E o Grifo? — o guarda perguntou.
— Matem-no. — sentenciei, e saí sem olhar para trás.
[×××]
Chegamos ao tal mundo das Trevas. E como o nome faz jus. Cada centímetro daquele lugar era feito de silêncio sufocante e uma escuridão que não era ausência de luz, era presença de caos. O palácio de Nix se erguia como uma torre feita de ossos e sombras. Sentia o poder dela pulsar em cada pedra. Mas eu também sentia outra coisa… uma presença mais leve. Familiar.
Aurora.
E então os gemidos. Baixos, urgentes, carregados de dor e esforço.
A partir daí, nada mais me segurou.
Despedaço portas, atravesso guardas como se fossem feitos de vento. Raios explodem dos meus punhos. Minha fúria não é só uma arma, é a tempestade em si.
E então vejo.
Aurora, caída no chão, pálida, com a pele suada e os olhos semiabertos de dor. E Nix, a bruxa miserável, parada ali, com as mãos sobre a barriga dela como se aquilo fosse dela. Como se tivesse direito.
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Não pensei. Ataquei.
Mas fui jogado longe como se fosse um mortal qualquer.
Maldição! Eu sabia que Nix era forte. A mais velha. A mais antiga. A Noite em pessoa. Mas ainda assim, não esperava isso.
Levanto-me aos tropeços e vejo Hemera se colocando entre nós. Maldita serpente traidora!
— Não posso deixar que faça isso! — grita ela, e sua magia me atinge em cheio, fazendo o sangue borbulhar nas veias.
Aurora grita novamente. O bebê está vindo.
— SAIAM DO MEU CAMINHO! — urro, e a terra se parte sob meus pés.
Acerto Hemera com força o suficiente para lançá-la contra uma parede. Finalmente, volto minha atenção para Nix.
Avanço com tudo, e por um momento penso que posso vencê-la. Faço-a recuar. Lanço um raio direto contra seu peito. Ela cambaleia. O chão racha.
Mas então… ela sorri.
Não. Isso não é um bom sinal.
Num estalar de dedos, ela invoca algo. Uma energia escura, espessa, que parece grudar em minha pele, me sufocar. Sinto aquilo me penetrar, me consumir, me rasgar por dentro.
E então… a dor.
Não uma dor comum. Não física. Não mágica. É algo... diferente. Como se meu corpo estivesse se partindo, célula por célula, como se estivessem arrancando minha essência divina. Eu nunca senti dor. Verdadeira dor. Mas agora... agora sei o que é gritar sem ar, gemer sem orgulho. Meu peito arde. Meus ossos vibram.
Tento invocar o raio, nada. Tento levitar, fracasso. Tento chamar o trovão, e tudo o que ouço é o silêncio. Um silêncio ensurdecedor.
— O que... fez comigo...? — sussurro entre dentes.
Mas ela não responde. Apenas se vira para Aurora e sussurra algo que não ouço. Depois me encara com aquele olhar de quem venceu.
E pela primeira vez… sinto medo.
Medo de estar perdendo. Medo de não ser mais... eu.
Medo de não conseguir protegê-la. Nem a ela. Nem ao meu filho.
Minha visão escurece.
E tudo o que resta é dor, e a vontade esmagadora de salvá-los a qualquer custo. Mas agora... Não sei mais se posso mesmo fazer isso.