Diga o que precisa
E, garota, eu nunca, nunca
Te desapontarei (te desapontarei)Los Angeles, Califórnia - EUA
28 de Fevereiro de 2014
09:32 A.M.
POV Ariel Griffin
Meus sentidos foram despertados pela luminosidade em excesso do local, tanto que, ao abrir os olhos, tive certa dificuldade em lidar com a claridade que prescindia do quarto
Pisquei algumas vezes tentando me acostumar com o que parecia ser uma luz que seria capaz de me cegar, quando o fiz, quando finalmente aceitei a presença dela, levantei o olhar de uma só vez
A primórdio, não reconheci o ambiente.
Claro que não reconheceria, se tratava de um quarto luxuoso que estaria a um oceano de distancia da minha realidade, só o lustre do local praticamente valia toda a minha mobília de casa. Casa, eu estava longe dela, não estava? Tentei me recordar de tudo o que havia acontecido para que eu tivesse chegado aquele estado, a festa. Os drinks. O câncer. Justin Bieber.
Assim que me dei conta desse ultimo fator, sentei na cama com uma rapidez que faria inveja até nos maiores corredores do Mundo, só para perceber que me encontrava sozinha no dormitório
Olhei para baixo, a tempo de perceber que um lençol cobria meu corpo mas que eu estava completamente nua por baixo dele, cadê o vestido que eu usava? Cadê o Justin? O que está acontecendo? Me sentia fraca demais para levantar, era como se estivesse acabado de correr uma maratona quando na verdade, só fazia o esforço de simplesmente respirar
Respirar. Quanto tempo mais eu continuaria tendo essa habilidade?
Observei a suíte ao redor, a cama em que me posicionava em cima era enorme, o colchão mais macio que qualquer outro que eu já tenha experimentado na vida, o tecido que me tampava feito de puro cetim, o ar que exalava poder. Me sentia uma agulha fora do palheiro, essa não era a minha vida e estava longe de ser. Sou a brasileira que veio obrigada para os EUA, que teve de largar tudo no seu país natal para que seu pai não fosse despedido, sou a jovem que teve uma doença que a impediu de frequentar o último ano do ensino médio direito, de se apaixonar, fazer amigos e inimigos, descobrir hobbies, desfrutar da alegria de passar uma vergonha na frente de todos, de simplesmente ser uma adolescente normal. Sou tudo menos normal. A única válvula de escape que tive durante esse tempo fora o fandom da qual faço parte. Ser Belieber é descobrir uma nova família que lutará com unhas e dentes para te ver feliz. Se cheguei até aqui, se consegui me infiltrar em uma das festas de Justin, é graças a todo o engajamento que as outras fãs me proporcionaram. Caralho, eu cheguei até aqui.
Na maior parte dos dias, enquanto garotas da minha idade curtem a vida, eu me vejo dentro de um quarto de hospital, não é de todo ruim, para falar a verdade já maratonei todas as Fanfics do Bieber postadas no wattpad.
As preferidinhas são definitivamente as criminais.
Certo, foca Ariel. Você precisa descobrir o que foi que aconteceu aqui para começo de conversa. Analisei novamente o quarto, percebendo a claridade da luz do sol invadir o local graças a janela deixada aberta, MEU DEUS, AMANHECEU. Antes que pudesse entender a proporção disso, Ariana veio em minha mente. Aonde ela estaria? Céus que não tivesse bebido o bastante e ido parar na cama de um cara qualquer. Ela não faria isso, não é? Claro que faria, a quem estou enganando? A preocupação com minha irmã mais nova fora incentivo suficiente para que eu levantasse da cama, já não me importava se estava nua ou não, teria que encontrar a Griffin menor. Coloquei boa parte do meu cabelo atrás da orelha já que alguns fios estavam na frente dos meus olhos e me incomodavam e me preparei para deixar o dormitório, sai de lá sem olhar para trás dando de cara com Ana e ALFREDO FLORES discutindo algo no corredor. A surpresa fora evidente no rosto de ambos, soltei um suspiro de alivio ao encontrar Ariana bem. Em seguida, me arrependi da decisão de não ter colocado uma roupa quando decidi sair do quarto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Believe
Ficção Adolescente"Te conheci quando tinha apenas 14 anos, escutei dizerem que era só uma fase, aguentei todas as críticas de cabeça erguida e superei as noites em claro chorando pelo medo de talvez nunca te conhecer. Fazer o que, te amar jamais fora uma tarefa fácil...