The Colors Of Infinity ~ michaeng

Capítulo Único

Quanto tempo não piso aqui, né?

Enfim, essa história já é conhecida por alguns, pois é uma das vidas das Michaeng na minha shortfic "Afterlife", porém é independente da história mostrada lá. Nesta one shot contarei melhor como foi a vida delas em 1884, e será contada "ao contrário", ou seja, de 1884 à 1881, então atenção nas datas.

Mais uma coisa, eu tive como base a música Infinity do James Young, mas também há uma playlist no spotify com o nome da fic caso estejam interessados.

Usem a #ColorsMichaeng, espero que gostem :) Boa leitura 

~~~~

Londres, Inglaterra - 23 de abril de 1884

"The Bottom Of The Ocean"

A vida é como uma guerra, começa com uma ameaça direta, como a luz invadindo nossos olhos sensíveis ao nascer e nos fazendo gritar em medo, desespero. Mas aqueles homens e mulheres, em suas vestes claras, nos acalmam, bom, pelo menos tentam. A verdade é que apenas nos acalmamos quando voltamos aos braços daquela que nos deu a vida, e que mostrará o amor, a felicidade e a liberdade, mas nem sempre conseguimos alcançá-los. Às vezes não voltamos para esses braços maternos, às vezes somos jogados para que a sorte nos guie, ou, às vezes, deixamos de acreditar que seremos banhados de boas emoções.

Myoi encarava a árvore genealógica na enorme parede da sala, a mesma se iniciava no topo da lareira e espalhava-se para todos os lados, até chegar no seu retrato bem detalhado no canto superior direito. O galho saia de si e encaminha-se para a direita, juntando-se ao homem jovem e bem apessoado, Cha Eunwoo, o mesmo seria seu marido em poucos dias, e não havia nada que a duquesa pudesse fazer para que o casamento planejado não acontecesse. O coração da japonesa já estava preenchido pela mulher que a encarava do jardim, os lindos olhos castanhos dançavam pela bela postura de Mina, absorvendo cada detalhe que nela existia, como se fosse perdê-la para sempre.

E ela iria perdê-la.

Chaeyoung trabalhava para os Myoi desde muito nova e sempre observara a bela postura da mais velha, em como seu rosto não apresentava nem mesmo o menor defeito, ou como seu sorriso, com os olhinhos fechados, aquecia seu humilde coração. Porém jamais imaginaria que um dia seria notada pela duquesa, ou que trocariam juras de amor sob um Ipê-amarelo, sendo banhadas pelas folhas felícias e o vento cortante do outono. Contudo, ali estavam elas, encarando-se pelo vidro espesso e questionando o porquê do universo ter as colocado em classes tão divergentes, tão distantes. Son quebrou o contato visual com a japonesa e olhou em direção a imensa floresta que rodeava a grande e silenciosa mansão, já Myoi entendeu de prontidão o que sua amada queria, e pôs-se em direção a porta dos fundos. Minutos depois a japonesa parou diante do enorme Carvalho, que carregava uma pequena casa feita com sua própria madeira escura e envelhecida.

– Você realmente gosta de encarar as coisas, não é? — Chaeyoung sussurrou, agora rodeando seus braços no corpete apertado da japonesa.

– Observar a imensidão das coisas não causam guerras, apenas questionamentos, muitas vezes, sem solução. — Myoi disse simples.

– Então quais questionamentos a senhorita tem sobre a minha humilde pessoa?

Mina girou os calcanhares, sem perder sua bela postura, mesmo sentindo seus saltos afundarem levemente no gramado úmido, e descansou seu olhar na coreana à sua frente. Ela não poderia omitir seus sentimentos pela mais nova, não quando a mesma já sabia de todos eles, desde os mais profundos e enlouquecedores tons vermelhos até os mais suaves e calmos tons amarelos. A relação que ambas viviam, já há alguns anos, não havia rótulo, não poderiam tê-lo, mas isso não significava que o amor não as circulava, muito pelo contrário, os corações batiam em sincronia desde o dia em que seus olhares singelos se encontraram em meio a uma noite chuvosa e perigosa.