cinco

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Aquele cara só saiu do meu campo de visão quando William tomou o impulso para desfazer o abraço

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Aquele cara só saiu do meu campo de visão quando William tomou o impulso para desfazer o abraço. Ali eu notei que havia ficado tempo demais o olhando. Will ficou um pouco confuso, mas eu não tinha nada para explicar, então sorri para ele uma última vez antes de voltar a caminhar para o interior da casa.

Apenas quando dei o meu primeiro passo eu ergui a cabeça e olhei para onde ele estava. Ou esteve, porque não estava mais. O cara havia sumido nos segundos em que tirei os meus olhos dele, mas isso me fez suspirar aliviada. Aquela seria uma boa noite e um fantasma irritante não estava na lista de coisas que contribuiriam para isso.

Ayla e Callie ou não sentiram a minha falta ou já sabiam que eu estava conversando com o William, porque eles se localizaram muito bem no tempo em que nos separamos. Eles estavam no canto da primeira sala — que funcionava mais como um corredor — um pouco antes da segunda, a maior, onde uma pista havia sido improvisada ao encostarem os móveis nas paredes. Aquela parte estava escura, exceto pelas pulseiras e copos neon que brilhavam. Ayla e Callie seguravam bebidas em suas mãos e as vezes arriscavam balançar o corpo junto com a música.

Eu respirei fundo antes de colocar outro sorriso no rosto, e aquele eu esperava que fosse permanente. À minha esquerda estava a mesa com a bebida quente, alguns salgadinhos e doces.

Blinding Lights, The Weekend, ecoava com força contra os meus ouvidos junto aos ruídos das vozes abafadas por ela. Me aproximei da mesa e me servi com Vodka, garantindo a ressaca do dia seguinte. Bebericando o líquido no copo vermelho eu me aproximei dos meus amigos, recebendo um sorriso de cada um.

— Você não esperou nem o fim da festa para me dar perdido, Aurora. — Callie revirou os olhos para fazer graça entre o sorriso. — Péssima amiga.

— Isso não foi um perdido. Ainda.

— Cacete, tem tinta neon aqui! — Ayla trocou o assunto animadamente enquanto olhava para a porta da cozinha aberta, que dava a perfeita visão das pessoas se pintando lá dentro.

— Você não acha que eu vou...

— Vamos, Appleby! — Ayla puxou Callie pela mão antes que ele tivesse a chance de conseguir contesta-la.

Eu gargalhei quando, se súbito, ele puxou a minha mão junto, me levanto com eles. Nós andamos entre as pessoas em fila e fomos até a cozinha, de onde elas saiam com as pinturas frescas logo após serem feitas. Havia um trio composto de duas garotas e um cara que parecia bêbado demais para o trabalho.

Callie e Ayla pegaram as garotas e eu tive que me contentar com o bêbado metido a cantor. Eu escolhi um formato de pintura aleatório que consistia em algumas bolas e quadrados pelo rosto, mas eu tinha certeza de que ele não estava fazendo isso. O cara sorria o tempo todo, exibindo o seu aparelho de borracha escura. O seu cabelo tinha sido raspado rente a cabeça e as suas bochechas ficavam enormes com o sorriso.

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