sete

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Quando eu abri a porta de casa, senti alívio imediato

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Quando eu abri a porta de casa, senti alívio imediato. Apesar disso, os meus ombros estavam pesados e me obrigaram a arrastar a coluna pela porta trancada atrás de mim até que meu traseiro tocasse o chão. Ali eu ergui os joelhos até o peito e deixei as bolsas do lado do corpo, livrando as minhas mãos para depois enterra-las em meu rosto.

Porcaria de dia.

Ouvi o barulho abafado da cidade lá fora denunciar alguma janela aberta. Ouvi também a TV ligada em algum canal de filmes barulhentos como Callie adorava. E, ainda mais intenso que os outros, senti o cheiro azedo dos prováveis sacos de Cheetos espalhados pela sala.

Ele definitivamente estava em casa.

Ainda com o rosto escondido entre as mãos eu ouvi passos, mas não consegui me mover para evitar que Callie visse o meu estado deplorável naquele chão.

— Aurora? — a dúvida e surpresa estavam em seu tom de voz.

— Hun?

— Porque está sentada no chão? E porque chegou tão tarde? Não me atendeu nenhuma vez! — aumentou o tom de voz para dar ênfase a suas reclamações.

Exigiu muito de mim, mas eu retirei as mãos do meu rosto e ergui os meus olhos para o Callie. Ele com certeza estava revendo Bad Boys do Will Smith e Martin Lawrence pela milésima vez, porque isso acontecia sempre que ele se enfiava naquela calça de moletom cinza específica e aquela blusa branca manchada específica. Também tinha o cheiro de queijo. Eu nunca entendi bem o motivo, eu também acredito que não existia um motivo e certamente ele mesmo não notava, mas era um padrão.

— Puta merda, o que aconteceu com você?

Bom, eu deveria estar pior do que pensava.

Respirei fundo nos segundos que demorou para que ele chegasse até mim e se agachasse ao meu lado, segurando os meus ombros e depois o meu rosto, averiguando os meus olhos como um médico. Só que ele não era um médico.

— Eu fui assaltada.

Callie levou um átimo para assimilar o que eu disse. Quando fez, seus olhos se arregalaram e eu assisti suas sobrancelhas quase se unirem e os seus olhos transbordarem preocupação.

— Como assim? Está tudo bem? — Aumentou o tom de voz consideravelmente. Callie continuou sua inspeção a procura de hematomas ou qualquer sinal de que eu estava machucada — Encostaram em você? — sua voz se tornou mais grave e seus olhos fincaram nos meus tão sério que foi difícil sustentar.

— Não. Está tudo bem, Callie — Minha voz saiu o mais firme que eu consegui. Segurei os seus pulsos e o impedi de continuar me inspecionando.— Não aconteceu nada comigo — sorri mesmo sem humor, tentando acalma-lo. — Eu fugi depois de acertar a cara dele...

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