Cheirinho.

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— Alex? — Chamou pela terceira vez, sem saber se a amiga prestava atenção no que ela estava falando. Desde que saíram do apartamento da loira, a promotora parecia distante e bastante pensativa e Olivia não fazia a mínima ideia das razões pela qual a amiga estava assim. — Tá tudo bem? — Questionou, assim que o carro fora estacionado em frente a clínica que adentrariam, tocando a mão gelada de Alex e tomando um susto.

— Parece que o bebê é meu. — Brincou, sorrindo e mirando Olivia pelo canto do olho. Apertou a mão da morena, e fez menção de sair do carro.

— É meio seu também. — Constatou, sentindo os olhos da loira virarem-se completamente para ela agora, e não percebeu mas a mulher havia ficado dura como uma pedra ao mesmo tempo em que os pelos do corpo se arrepiavam com o duplo sentido que a frase tinha para Alex. Minutos atrás, ela estava pensando sobre o quanto amava Olivia, romanticamente, e por um milésimo de segundo desejou que esse bebê fosse dela também. — Você vai ser a madrinha, é claro. — Explicou com um sorriso bonito no rosto que fez com que a promotora desejasse chorar naquele momento mas ela foi rápida em disfarçar. 

— Eu nem sabia que você queria batizar a criança. — Disfarçou rapidamente, finalmente abrindo a porta do carro e saindo, necessitando do vento gelado de Nova Iorque para chocar-se contra o seu corpo e a retirar do transe profundo que Olivia Benson parecia ter lhe posto. 

— Eu não sei ainda. Mas batizando ou não, você é a madrinha. — Bateu o martelo, ficando lado a lado com Alex na caminhada até a recepção da clínica onde a loira só precisou dizer o seu nome para que a secretária levantasse e as guiasse pelo corredor da clínica chique até a sala da obstetra. Olivia observou Alex cumprimentar a médica e amiga de longa data, Katherine Layett e esperou que fosse sua vez de cumprimentar a mulher mais velha, de cabelos longos e olhos verdes. — Prazer! — Sorriu gentilmente, apertando a mão da senhora que também lhe soara gentil e indicou as cadeiras em frente a mesa para que as duas pudessem se sentar. 

— Então, você é a nova mamãe?! — Era uma pergunta retórica, apenas para descontração, mas mesmo assim Olivia respondeu que sim, achando lindo o novo título que lhe era dado. — Eu vou ter que fazer algumas perguntas, ok?! — Informou, e logo iniciou a sua lista enorme de perguntas que foram respondidas por uma Olivia um tanto quanto ansiosa para simplesmente deitar-se na maca e ver o seu bebê através da ultrassom. Quando finalmente a médica acabou, ela sugeriu que a detetive deitasse na maca e levantasse sua blusa, mas ela fora capaz apenas de cumprir uma dessas etapas. Assim que deitou na maca, Olivia entrou em pânico. A sua boca secou, os batimentos cardíacos aceleraram e o seu corpo parecia tremer dos pés à cabeça, as outras duas mulheres na sala perceberam o seu olhar de pânico e a amiga rapidamente tomou uma das mãos de Olivia nas suas e a médica tratou de acalmar a paciente. — É completamente normal que você esteja com medo, Olivia. Mas você precisa respirar, tudo bem?! — Chamou a atenção da mulher para si e com sua voz calma foi capaz de levar a detetive a fazer alguns exercícios de respiração e se acalmar. 

— E se tiver algo de errado com o meu bebê? — Direcionou a pergunta para a amiga, mesmo que a médica estivesse do seu lado. 

— Não tem nada de errado com o seu bebê, Liv. Tá tudo bem! Calma. — Tranquilizou, sorrindo com paciência e amor. — O seu bebezão vai ser lindo e muito saudável, tenho certeza disso. — Implicou com o termo que havia notado que Olivia não gostava, mas somente com a intenção de fazê-la sorrir. 

Objetivo concluído! Olivia levantou a blusa e, dessa vez, direcionou sua fala à profissional. — Ela fica dizendo que é um bebezão. Por favor, me diz que ele é pequeno. — Quase suplicou, e a médica sorriu passando o gel em sua barriga e buscando a melhor forma de observar o neném e explicou que àquela altura ainda era muito cedo para saber se seria grande ou pequeno, mas que, naquele momento, ainda era muito pequeno, e Olivia fez uma nota mental de rezar todas as noites pedindo a qualquer Deus que fosse que mandasse um bebê num tamanho normal para ela. 

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