capítulo único

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Noite de domingo, bar cheio. Entrei no banheiro meio tonto por conta da quantidade de bebidas, meus olhos pararam no vidro refletor em minha frente, a visão do meu rosto no espelho se contorceu. É, realmente não estava bem, estava um caco, era hora de ir para casa.

Mas não podia. Não sem ele do meu lado.

Levei a mão para o bolso traseiro, tirei de lá o smartphone olhando para a tela iluminada pela milésima vez naquela noite, desbloquei entrando imediatamente na conversa com o moreno uchiha, lhe enviando mais uma mensagem

- 'tachi porque não me responde?

Liguei

chamando...

chamando...

chamando...

Merda! Já estava alucinando, quando sai do banheiro achei que tinha visto a silhueta magra de itachi entrando pela porta, não. Percebi que só estava sonhando em me esbarrar com ele.

Exatas 3 da manhã conferi levando mais um shot garganta abaixo, em seguida mandando mais mensagens tentando convencer o uchiha a sair com comigo. 18, havia ligado 18 vezes, coloquei o celular no bolso, decidi sair daquele lugar. Passando pela porta meu aparelho treme em meu bolso. Rapidamente o pego desbloqueio abrindo nervosamente o aplicativo de mensagens, meus olhos brilharam, finalmente.

- Porque você só me liga quando está chapado?
- Caralho! porque. voce. só. me. liga. quando. ta. chapado?

Droga precisava dele agora. Era um covarde, sabia disso, passava dias o ignorando não querendo admitir que estava apaixonado pelo próprio primo, era ridículo. Mas como falam, o álcool traz todas as verdades e sentimentos a tona, precisava dele do seu lado, como parceiro.

Ficava cada vez mais difícil fazer o mais novo o escutar, o'que só me fazia insistir mais. Incapaz de tomar as decisões corretas, andando tonto pela calçada tendo ideias ruins.

Olhei para a lanchonete em sua frente, o ar faltou em meus pulmões e arregalguei os olhos, balançei a cabeça fechando os olhos, pensei ter visto Itachi beijando o cara do caixa.

Precisava encontrá lo. Agora.

Só conseguia ver ele, minha cabeça girou, me
perguntou onde estava. Parecia que estava correndo contra o tempo, não encontrando oque estava esperando encontrar, ou melhor quem esperava encontrar.

O primogênito de fugaku disse que tinha que acordar cedo para a faculdade e começou a perguntar mais vezes o porque só o ligava quando estava chapado

Itachi, Itachi, Itachi, era apenas o que conseguia pensar. Se ele soubesse que só assim ele teria coragem de falar com o'que queria, sem o medo da sociedade, do julgamento que seria colocado em cima deles, dos olharem desapontados de seus pais, do cochichos quando andavam de mãos dadas pela rua. Já era difícil só por serem homens imagina se descobrirem que eram do mesmo clã

Andava sem rumo pelas ruas movimentadas de konoha, parei, estava na frente da casa de itachi. Não estava sem rumo, estava indo em direção ao seu rumo.

Sentei nas escadas que levavam para a porta de entrada, olhando pela ultima vez para o seu celular, sentiu seus olhos pesarem, indo para o mundo dos sonhos ali mesmo na rua.

- Itachi? - a voz o tirou de seus devaneios

- Oi?

- Quem era? - o azulado mais alto perguntou

- Ninguém importante - Desligou o celular distraído, e sentou ao lado do mais velho no sofá sendo abracado pelo outro, tentando se concentrar no filme e não no moreno inconsequente com cabelos cacheados e sorriso facil.

why'd you only call me when you're highOnde histórias criam vida. Descubra agora