Chapter I - A partida

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Desde que meus pais morreram em um acidente de carro quando eu tinha 8 anos, eu vivo com minha tia e a filha dela, Clara. Acabo de completar 20 anos e sinto que não posso mais viver as custas de minha tia, então resolvi me mudar e morar sozinha...

Espera, você realmente achou que esse seria o começo, só pelo título da história? Ha ha. Não, não! Pelo menos eu consegui te enganar? Espero que sim, passei exatos dois minutos, pensando em como começar. Bom, vamos a uma breve apresentação, para que você entenda melhor: me chamo Alyssa Cooper e esta é a minha humilde história clichê romântica. Antes de começar de fato a leitura, me deixe lhe avisar:

"Não julgue um livro pela capa, nada é sempre o que aparenta ser"

[...]

Enfim 20, foi a primeira coisa que pensei ao ver o relógio marcar 10 horas, em uma manhã de quinta-feira fria e nebulosa. Naquele momento, a exatos vinte anos atrás, eu estaria sendo expelida do corpo de minha mãe, pronta para conhecer o mundo fora de uma bolha, cujo eu já não tinha muito conforto.

Como todo dia 28 de Abril durante os últimos doze anos, minha tia invadiu meu quarto com uma câmera fotográfica em mãos e, seguida dela, vinha Clara, uma garota loira dos olhos verdes — minha prima —, que carregava uma caixa sem tampa com um pequeno bolo dentro. Dei um pequeno sorriso vendo a empolgação delas, ao tentar fazer deste dia, um dia melhor que o passado.

— Vocês realmente não tem jeito — falei em um tom suave e com os lábios curvados, mostrando meu mais singelo sorriso.

— Ah Alyssa, deixa de ser careta.Você está oficialmente se tornando uma adulta, tem que comemorar, vai, sorria.— Ela apontou a câmera pra mim.

Foto tirada, pedido feito e velas apagadas. De acordo com Lúcia — minha tia —, agora sim, eu havia completado mais um ano de vida. Elas deixaram meu quarto, após vários beijos e abraços. E lá estava eu, apenas na companhia de meu celular e fones, cujo tocavam Purpose, do Justin Bieber.

Me levantei com calma e caminhei até a varanda. Abri as portas e senti a brisa fresca que o clima trazia, fazendo minha pele se arrepiar. Passei as mãos suavemente em meus braços, como uma forma de me aquecer previamente. Os fios pretos de cabelo invadiam meu rosto causando cócegas e um pequeno incômodo. Com as duas mãos juntei todos eles e enrolei no topo da cabeça, fazendo um coque alto, mas despojado.

Dei uma última olhada na vista que tinha daquela pequena varanda de segundo andar, e adentrei o quarto. Fechei as portas que antes estavam abertas e me dirigi até meu armário, já praticamente vazio. Soltei um pequeno suspiro e peguei um conjunto de roupas. Com uma calça jeans preta e uma blusa de manga longa também na mesma cor, fui até o banheiro que havia dentro de meu quarto. Em frente ao espelho, retirei os fones e deixei de lado, junto do celular, enquanto me olhava com atenção. Dei um pequeno sorriso e desviei o olhar. Sim! Eu estava com vergonha de mim mesma me encarando.

Banho tomado, pele hidratada, perfumada e vestida adequadamente, saí do quarto. Com minha pequena bolsa branca, que carregava coisas importantes e meu celular na mão, desci as escadas em direção a cozinha. Senti um cheiro bom de café e assim que passei pela porta, pude ver a mesa já pronta, como toda manhã. Sorri vendo as duas na mesa. Me aproximei e me sentei.

— Uau, vocês capricharam hoje — falei. — Alguma de vocês viu meu óculos? Eu jurava ter deixado em cima da mesinha da sala.

— Esse aqui? — Clara estende a mão, com meu óculos de armação preta.

— Uh, este mesmo! Valeu pequena — sorri, colocando no rosto, o objeto.

— Alyssa? — diz minha tia, me olhando.

Era uma vez... Um clichê Onde histórias criam vida. Descubra agora