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Any Gabrielly

Não saí do lugar por nem um segundo, eu ainda não tinha coragem de encarar o mundo e as pessoas ao meu redor. Não havia nada me impedindo, então eu derramei as lágrimas com vontade, sentindo toda aquela dor no peito e na cabeça. Como eu pude ser tão fraca assim?

Tudo o que Sabina falou era verdade. Ele... gosta de mim, mais do que o necessário. Isso ainda não entrou na minha mente. Não consigo imaginar que aquele cara que foi escroto comigo quando me conheceu pôde se apaixonar por mim, e pior, me causar sensações indescritíveis.

Ele tirou minha virgindade, cuidou de mim, me avisou sobre Noah, ele fez tudo por mim, e eu não notei nada disso. Burra, como eu sou burra! Ele sempre deu os sinais, mas eu achava que era só porque nossa amizade era importante para ele.

Mas como ele queria amizade se ele sempre transava comigo? Realmente, tudo estava óbvio demais.

Respirei fundo por um minuto, tentando manter a calma e voltar para aquela festa. Nem estava mais no clima, mas eu tinha que continuar para contar as coisas para Sabina. Só ela que pode me ouvir, só ela que pode me entender.

Depois de longos minutos me preparando, ganho coragem e volto para aquele bendito clube. Minhas pernas estão bambas de tanto nervosismo, nem sei se eu conseguirei falar diante de tanta tristeza.

Quando voltei todos estavam dançando novamente, então eu tive que procurar muito bem por Sabina. Fui para o centro da pista de dança, mas não a encontrei. Fui para os cantos da festa e finalmente a encontrei, só que aos amassos com a Joalin. Merda, maldita hora que eu perdi o cara que eu costumava beijar.

Saio correndo e me enfio em algum canto do salão, voltando a chorar mais discretamente. Meus olhos estavam inchadíssimos e a escuridão não me ajudava muito a enxergar as coisas. Eu só queria ir embora dali e deixar tudo de lado.

- Não deveria ter mentido para mim, Anyzinha. - ouvi uma voz familiar e automaticamente revirei os olhos. - Agora a morena ficou sem seu loiro, que peninha. - ele começou a rir só para me provocar.

- Para. - falei, e ele puxou meu queixo para cima com o dedo.

Estávamos tão perto que conseguia sentir sua respiração no meu rosto.

O leve desejo de encostar os seus lábios veio até mim, eu queria resistir contra aquilo.

- Repita mais uma vez isso. - ele falou, duro como uma pedra.

- Pa... - não consegui completar, pois o mesmo selou nossos lábios.

Por mais louco que possa ser, eu não parei. Deixei que ele me guiasse e introduzisse sua língua no beijo. Coloquei toda minha tristeza como um incentivo para beijá-lo, e quando menos percebi, eu estava em amassos loucos com o Noah.

- Tem certeza de que quer parar? - o moreno de olhos verdes perguntou, já sabendo qual seria minha resposta.

- Não. - respondi, e ele me levou para o banheiro.

[...]

Eu me odeio.

Puta que pariu, eu me odeio demais.

NassyOnde histórias criam vida. Descubra agora