|🍰| - rien égal

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O frio incansável se instalou na barriga do loiro, lhe deixando inerte nos próprios pensamentos, indagava a si mesmo o que teria que fazer, mesmo que houvesse um enorme branco ocupando sua mente, algumas mínimas frases apareciam como se fosse um flash.

Tratou de se livrar de todas essas ideias malucas que apareciam repentinamente, manter um diálogo com ele está totalmente fora de cogitação. Cada um fez escolhas, e agora estão arcando com elas, por mais difíceis que estejam sendo.

Infelizmente quando Park era mais jovem, seu subconsciente de certa forma necessitava dos outros lhe enaltecendo, lhe dizendo imensuráveis vezes que ele era suficiente. E, quando seu grande amor foi embora, só restou sua baixa autoestima, que com o tempo se agravou e se tornou uma depressão.

Dias sem comer tentando alcançar os padrões problemáticos de beleza. Muitas noites sem conseguir dormir, contudo sempre há uma solução, e nesse caso não foi muito diferente. Isso que Jimin denominou por meses como a solução, na verdade são as drogas, e essa metáfora foi ultilizada até que ele entrasse numa reabilitação.

E lá Jimin conheceu uma pessoa — talvez — mais complicada que ele próprio. Mailie, lhe deu muitas dicas para levá-las até o resto de sua vida. A moça chegou a comentar que seu desejo era sair daquela clínica mas se dependesse de seus familiares ela apodreceria lá, também contou que seu sonho sempre foi ser modelo para inúmeras marcas.

Mailie pediu para Jimin que se ele tivesse oportunidade de virar um modelo reconhecido, divulgasse a situação de sua amiga.

Jimin sempre foi muito receoso em questão à esses assuntos, ele criou uma barreira emocional muito grande, tendo isso o medo de um dia não conseguir demonstrar seus sentimentos e perder mais alguém.

— Você está pensativo desde que o senhor Jeon saiu. — Hoseok comentou enquanto retirava a maquiagem do rosto dele sutilmente.

— Impressão sua. — afirmou, se remexendo na cadeira giratória.

— Eu até concordaria, mas percebi o climão que ficou no ar. — riu. — Fique tranquilo, é normal se apaixonar pelo Jungkook, aliás é o Jungkook. — falou óbvio, e Jimin não pode deixar de rir.

— Não, eu não estou apaixonado, Seok! — cruzou os braços, birrento.

— Hm, se você insiste. — murchou desanimado.

— Tem planos para depois? — proferiu.

— Na verdade, não. — falou, tentando alcançar algo em cima da mesa.

— Vamos passar a noite juntos! — disse convicto. — Estou hospedado no hitz, me passe seu instagram, que eu mandarei as coordenadas certinhas.

Hoseok anuiu, e pegou o celular da mão de Jimin. Colocou seu ig, e adicionou seu número prontamente.

Se despediu dele, e saiu, aquecendo-se com suas mãos esfregando uma na outra, seguiu o mesmo caminho de sempre. Optou por passar na cafeteria para beber algo, nesse frio um belo cappuccino quentinho cairia bem.

Sua boca salivava só de imaginar a bebida, afinal, não é atoa que este lugar é considerado um dos melhores daqui. O ambiente é extremamente agradável, o que soa convidativo.

Adentrou o local, e o som do sino que ficara em cima da porta ressoou no espaço, que por sinal estara mais cheio que o comum. Não deu muita importância para a quantidade de pessoas, pois o espaço era enorme e nenhuma delas estavam fazendo algazarra.

Subiu as escadas, e sentou-se numa mesa rente à janela, a vista era incrível, um pouco longe dava para ver a torre Eiffel totamente iluminada bem ao centro. Logo alguns minutos passara e entendera o porquê de tanta fama no café, nem era pelas bebidas, e sim pela grande atração principal, a torre.

Varreu ao redor com os olhos, percebendo algumas estantes repletas de livros, se aproximou delas e tocou em alguns. Todos possuíam um preço na capa, era um absurdo de caro, mas de algum modo não surpreendeu o loiro.

— Jimin. — tocou no ombro olheio. — Eu sei que não é o momento mais apropriado para isso mas, precisamos conversar.

Park se virou para poder enxergar o rosto do moreno, mesmo se sentindo incomodado Jimin não deixou de encarar aquelas orbes escuras.

Ele riu, tão lamentavelmente. Desacreditou da situação, nunca pensou que Jeon seria tão cínico a esse ponto.

— Não temos absolutamente nada para conversar. — afirmou, irredutível.

— Você sabe que sim, ou você esqueceu dos momentos que passamos juntos? — apoiou suas mãos nos ombros do loiro.

— Eu esqueci de tudo. — ditou, ríspido. — Mas, até que fiquei curioso, você some por anos e vem querer me explicar a situação? Para mim, tudo já está bem esclarecido.

— "Esclarecido", no seu ponto de vista, que está bem longe de ser a realidade. — seu corpo naquele momento exalava ódio. — Não se faça de idiota, Minnie.

— Você vai continuar se fazendo de vítima? — questionou, estressado. — Claro. — riu ironicamente. — Eu que sumi e deixei o meu namorado problemático sozinho. — rolou os olhos. — Não quero conversar com você!

— Como? — inquiriu, incrédulo.

— Eu não ligo, mesmo que você me fale a verdade, isso não vai apagar o passado.

— Meus pais me obrigaram a morar aqui! — gritou num sussurro.

— Isso não te impedia de pegar um celular e mandar uma mensagem. — respirou fundo. — Você não teve nem coragem de terminar comigo. — murmurou.

Jeon tentou se aproximar do garoto que estava em sua frente, queria envolvê-lo em seus braços, mas sabia que isso jamais aconteceria novamente.

Permaneceu calado, sua boca abria e fechava inúmeras vezes tentando falar algo, porém não saía nada.

Jimin estava certo, e Jungkook disposto a conseguir o perdão do mesmo.

O garçom entregou o café já em cima duma pequena caixinha de papelão. Jimin o agradeceu educadamente, e deixou-lhe gorjetas altas no bolso do paletó dele, em seguida se retirou.

Jungkook percebeu que havia dois paparazzi no prédio da frente, bufou em bom som e saiu também, murmurando palavras desconexas, e as vezes até alguns xingamentos direcionados aos paparazzi.



o cap nn ta bom, me desculpem

THE GENTLEMAN | HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora